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Shawn Mendes

Passei o resto da tarde ao lado da minha família, me divertindo com meus primos e meus sobrinhos, torcendo para que o tempo passasse mais rápido. Quando o sol se pôs e alguns familiares começaram a ir embora, senti que não poderia aguardar mais e fui atrás de Alexandre. 

O encontrei na cozinha, terminando de comer o mousse de limão que estava na travessa. 

— Você e essa boca nervosa — falei, lhe dando um susto. 

Ele pulou e quase deixou a travessa de mamma cair. 

— Porra, Shawn, quer me matar do coração? Cara, se essa travessa caísse no chão, mamma comeria o meu fígado! 

Só meu irmão para me fazer rir naquele momento. Gargalhei enquanto ele colocava a travessa dentro da pia e se virava para mim. 

— O que você quer? 

— Preciso do número do celular da sua namorada. 

— O quê? — Ele me olhou com estranheza. — Por quê? 

— Não vou fazer nenhuma besteira, juro. Só preciso falar com ela sobre a Camila. 

— Ah, sabia! Tinha certeza que essa sua cara amarrada tinha alguma coisa a ver com a escritora. O que houve? 

Suspirei antes de me sentar no banco em frente ao balcão da cozinha de mamma e contar tudo para o meu irmão. 

Alexandre me escutava atentamente e não me interrompeu em momento algum, pelo contrário, continuou em silêncio mesmo depois de eu ter terminado de falar tudo. 

— Shawn, você sabe o que isso significa, não sabe? 

— Isso o quê? 

— Isso tudo. — Ele fez um gesto com um dedo, como se englobasse um monte de coisas imaginárias. — Você está de quatro por essa mulher. 

Não pude evitar e revirei os olhos exageradamente. O que havia com os homens apaixonados, que começavam a confundir tesão com amor? Pelo amor de Deus! 

— Estou cansado de dizer que é apenas tesão, Alexandre. E um pouco de ego machucado, confesso — falei. 

— Imagino que seu ego esteja mesmo machucado, até porque, como é a sua fama entre os seus amigos mesmo? Ah, sim, o homem que nunca leva "não". Sempre te falei que ter essa pose de macho alfa que não precisa se esforçar para ficar com alguém, um dia iria te derrubar do cavalo. 

— Vai me dar o número da Paula ou não? — perguntei, deixando seu sermão de lado. 

— Por que você precisa do número dela? 

— Porque preciso saber algumas coisas sobre a Camila — falei. — Pode ficar tranquilo, não vou dar em cima da sua garota ou algo do tipo. 

— Mas é claro que não vai. Você é safado, não mau caráter — disse ele, sacando o celular do bolso. — Te enviei o número dela por mensagem. Ela acabou de chegar de viagem, então, pode ser que demore um pouco para atender. 

— Obrigado! 

Peguei meu celular e disquei o número que Alexandre havia me enviado. Naquele momento, a cozinha era o lugar mais calmo da casa, por isso, fiquei por ali mesmo e Alexandre me fez companhia, pegando duas cervejas na geladeira. O telefone chamou até cair na caixa de mensagens. Sem desanimar, esperei alguns minutos e liguei mais uma vez. 

No quinto toque, Paula atendeu. 

— Alô? 

— Oi, Paula, tudo bem? É o Shawn, irmão do Alexandre... 

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