31

1.7K 132 129
                                    

3/7

--------------------------------------------

Despertei de repente, a mente meio zonza com uma ressaca leve e um sentimento esquisito no peito, enquanto cenas da noite anterior se misturavam em minha mente. Por um momento, achei que eu estava sonhando, mas, então, cada um dos sentimentos que me tomou na noite anterior, voltou com força, como um tiro de canhão. 

Assustado, abri os olhos um tanto ofegante e senti o corpo de Camila emaranhado no meu. Afastei-me um pouco e olhei em seu rosto sereno e os lábios levemente afastados. Ela dormia como um anjo, sem nem imaginar o furacão que passava pelo meu coração naquele momento. O medo que senti na noite anterior voltou com uma força redobrada e consegui tirar seu corpo de cima do meu para me sentar na cama. 

Havíamos feito amor. Eu, Shawn Mendes, havia feito amor. 

Senti falta de ar. Agarrando a beirada do colchão com os dedos, fechei os olhos e me obriguei a acalmar as batidas frenéticas do meu coração, enquanto tentava normalizar a minha respiração. Certo, eu não iria enlouquecer. Eu não iria enlouquecer... 

"Essa é a Camila, cara. Ela não vai te machucar. O que aconteceu com a sua mãe não vai se repetir com você", meu subconsciente me alertava, mas o pavor que comecei a sentir foi irracional. "Vai tomar um banho pra esfriar essa cabeça." 

Resolvi seguir aquele conselho e me levantei, vendo a bagunça que havíamos feito no quarto. Nossas roupas estavam espalhadas, um vaso estava em pedaços aos pés da mesa, junto com o castiçal de velas que fazia parte da decoração. Ignorando tudo aquilo, olhei para a beirada da cama em busca da camisinha usada para jogar no lixo e senti meu coração falhar duas batidas no meu peito. 

Tentei buscar em minha memória o momento em que eu havia colocado o preservativo na porra do meu pau antes de entrar na Camila e não encontrei nada no fundo do meu cérebro. 

— Não... — murmurei baixinho. Com certeza eu estava sofrendo de perda de memória recente. Dei duas voltas seguidas em torno da cama, ajoelhei-me para olhar debaixo, tirei o tapete no lugar e cheguei a arrastar um pouco a mesinha de cabeceira, mas não encontrei nada. Nada! — Dio mio, per favori...

Não havíamos usado camisinha. 

Não. Havíamos. Usado. Camisinha! 

— Camila! Camila, acorde! — Mandei em desespero, a balançando pelo ombro. — Camila! Acorde, caramba! 

Camila abriu os olhos e deu um pulo na cama de susto. 

— O quê? O que aconteceu? 

— Não usamos camisinha! Nós não usamos camisinha! — Falei um pouco mais alto do que gostaria, começando a andar de um lado para o outro e repassar em meu cérebro o que eu precisava fazer naquele momento. 

Pílula do dia seguinte. Era isso! 

— O quê? — Camila perguntou um tanto confusa e eu parei de andar para olhar para ela. 

— Camisinha, Camila! Nós não usamos camisinha — falei mais devagar, mas ainda muito nervoso. Sentia minha mente dar um nó, vários sentimentos se misturando dentro de mim. — Tem uma farmácia no resort, vou ligar para pedir uma pílula do dia seguinte — avisei, já andando até o telefone. 

— Não, não. — Ela se levantou com a ponta dos dedos na testa, fazendo uma careta. — Não posso tomar pílula do dia seguinte. 

Parei no meio do caminho, ficando puto. 

COMPANYDonde viven las historias. Descúbrelo ahora