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E VAMOS DE MARATONA

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Shawn Mendes

Demorei mais do que pretendia no banheiro, tentando tirar da cabeça tudo o que havia acontecido naquele sofá para apaziguar a ereção monstruosa que Camila havia me dado. 

Depois de alguns minutos, saí e a vi juntando os cacos de vidro e colocando-os em cima de um jornal. 

— Me deixe te ajudar. 

Aproximei-me dela e comecei a varrer os cacos menores, enquanto ela segurava uma pá. O silêncio só era interrompido por uma música calma que, apenas naquele momento, percebi que saía por algum alto-falante na sala. Depois que terminamos, a segui até a cozinha e me esforcei para não olhar para a sua bunda quando se abaixou para colocar os jornais dentro do lixo. 

Um vulto do meu lado direito me assustou. 

— Merda! — xinguei quando um gato preto surgiu de não sei onde e subiu na bancada da cozinha. Camila se virou e riu ao me ver de olhos arregalados. — De onde ele surgiu? 

— É ela — disse, aproximando-se. — O nome dela é Gata. Ela ronda todos os apartamentos do condomínio. 

— Gata? Não tinha outro nome mais criativo? 

— Eu acho que é o nome com que ela mais se identificou. Uma senhorinha do 303 a chama de Poliana, mas ela não atende. Acho que ela prefere Gata mesmo — disse ela, acariciando o pelo brilhoso do animal. — Pode se aproximar, ela é um doce. 

Geralmente, eu preferia cachorros a gatos. Veja bem, nada conta os gatos, sei que eles são carinhosos — quando querem —, atenciosos — quando querem — e simpáticos — quando querem —, mas também são independentes e, às vezes, desapegados, mas guardei tudo isso para mim e me aproximei da Gata, que ronronou e se enroscou em minha mão, pulando para o meu colo. 

Certo, talvez eu estivesse errado sobre os gatos em geral; essa aqui era carinhosa, atenciosa e simpática demais. 

— Viu, ela gostou de você — disse, afastando-se para mexer nas sacolas de comida. — Acabei esquecendo de te perguntar. Como foi que você conseguiu subir sem ser anunciado? 

— Tenho os meus truques — falei, lhe dando um sorriso misterioso. 

Ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.

— Seduziu o porteiro? 

— Eu faria isso se me sentisse atraído por homens, mas, não. 

— Então, como? 

— Não vou contar. 

— Como assim? Eu preciso saber. 

— Um homem nunca deve revelar os seus truques — pisquei para ela e vi quando um flash de intensidade passou pelo seu olhar. 

— Preciso alertar ao síndico de que a segurança desse condomínio anda muito falha. Deixam qualquer um entrar, é um perigo. 

— Eu não diria que sou tão perigoso assim, a não ser quando se trata de gatinhas indefesas — falei, acariciando o pelo da Gata, mas olhando diretamente para Camila. — Essas costumam se atirar no meu colo com muita facilidade. 

— Parece que essas gatinhas não têm uma lista de pré-requisitos, acabam se atirando em cima do primeiro homem que veem — ela rebateu, me dando um sorrisinho antes de colocar as comidas no micro-ondas. — Agora, senhor perigoso, será que pode me ajudar a pegar os pratos e talheres para que possamos jantar? 

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