Capítulo 06

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Avisem se o capítulo não for postado na íntegra. Vi várias autoras reclamando que o app estava dando bug na hora de postar suas histórias.

Perdoem os possíveis erros, digito pelo celular! Beijinhos e boa leitura.

Perdoem os possíveis erros, digito pelo celular! Beijinhos e boa leitura

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Beatriz

Sabem quando alguém te toca e instantaneamente você fica excitada? Salah apenas fez um carinho em meu braço, antes de pegar o cabo da colher de pau e mexer o meu molho à bolonhesa.

Senti-me excitada e confusa. O que um gato daqueles fazia flertando comigo? Por favor, eu não sou mais nenhuma garotinha, a muito tempo aprendi que homens como ele só queriam uma coisa: ser livres e comer o máximo de mulher que pudessem. Se era assim no Brasil, imagina no exterior. E tinha o fator de que os homens árabes são extremamente machistas, se eu desse intimidade, com certeza descobriria que eu e mais 4 mulheres dividíamos o mesmo homem.

O afastei com o corpo e me dirigi para os armários da esquerda. As malditas câimbras no baixo ventre não sossegaram e tive que respirar fundo algumas vezes. Eu era tão fodida, não podiam me oferecer um sorriso que eu já estava lá abrindo as pernas e entregando o meu coração, para no final perceber que era só mais um idiota atrás de sexo fácil.

Enxuguei uma maldita lágrima que resolveu escorrer e respirei fundo. Eu tinha um objetivo muito específico quando aceitei essa bolsa de doutorado: minha carreira profissional! Graças a Deus a única coisa que fazia que realmente prestava. Não iria fugir do foco por causa de macho. Foco! Foco!

- Bia? O molho já está fervendo - olhei para trás  e ele estava com uma colher de chá na boca - hummm, está realmente muito bom, você tem que me passar a receita.
- extrato de tomate pronto. Só colocar umas verduras e ferver. - beijei os dedos e fiz um movimento como eles fechados, igual os italianos. Ele sorriu de lado, mas fechou o sorriso quando olhou para o meu rosto, virei o rosto e terminei de pegar os objetos para arrumar a mesa.

- Você está bem? - Ele perguntou cuidadoso.
- Sim, sim. Só caiu um cisco nos meus olhos - sorri sem dentes. Logo terminei de arrumar a mesa.

Contamos sobre os nossos respectivos dias e os planos para o resto da semana.

- Eu tenho um pedido a fazer. - levantei o rosto do prato e o encarei.
- Se for dinheiro eu não tenho. Vivo de uma bolsa de mil e quinhentos euros, só serve pra comprar comida e pagar meu ônibus. Vocês europeus tem um custo de vida muito alto! - começamos a rir juntos.
- Na verdade é bem mais simples. Tenho um evento beneficente daqui duas semanas e não queria ir sozinho... adoraria que você me acompanhasse. - Ele me encarou em expectativa.
- É um evento de gala? - Ele concordou com a cabeça. - não tenho nem roupa para isso!
- Isso é o de menos, consigo isso para você amanhã mesmo. - mordi os lábios nervosa, minha bendita promessa de minutos atrás!!! Foco!
- Sinto muito, Salah. Esse mês estarei focada em ler os livros do doutorado e adiantar alguns trabalhos que alguns professores já passaram. Essa é uma oportunidade única na minha vida, realmente preciso evitar... distrações - um brilho estranho passou por seus olhos.
- Eu posso ajudá-la a organizar o seu tempo. Sou ótimo nisso! Pelo o que você me disse, ficará em casa até as aulas começarem, em setembro, não é? - concordei com a cabeça.
- Sim, mas.. - ele levantou o dedo e pediu que eu esperasse.
- Você não sabe o quão entediante são essas festas. Por mais que seja por uma causa nobre, existe muita falsidade e muitas pessoas querendo puxar saco. Não suporto eventos assim, sou extremamente caseiro. Geralmente a minha mãe me acompanha nesses eventos, mas ela teve que voltar para Abu Dhabi mês passado para cuidar de algumas coisas. - seus olhos eram suplicantes.
- Tudo bem, mas não precisa me ajudar com p tempo. Um colega de turma virá aqui em casa me ajudar com algumas traduções. - peguei a louça e comecei a limpá-la para colocar na pia.
- Faço questão de colaborar.
- Tudo bem, Salah. Obrigada de verdade pela ajuda.
- Outra coisa, queria te convidar para um passeio no fim de semana. - revirei os olhos.
- Qual a parte de organizar meus estudos você não entendeu?
- É para ajudar você,  bobinha!
- Me ajudar?
- Exato. Eu trabalho com muitas coisas, uma dessas é uma vinícola. Temos cerca de 300 famílias trabalhando diretamente na colheita e transporte e não temos escola na fazenda e nem nas redondezas. Muitos são imigrantes, então os filhos acabam cedo indo para a lida junto com os pais pela falta de oportunidades. Nunca tinha parado para pensar nessas crianças até você contar sobre seu trabalho na zona rural de sua cidade, e na educação das crianças e dos pais dessas crianças. Quero sua ajuda para mudar essa realidade, quero que elas tenham oportunidades de ter uma nova vida - Não resisti e o abracei, lágrimas caiam como cascatas.
- Isso é incrível, Salah!!! E...Eu estou chocada! É impressionante que as coisas nos países ditos de primeiro mundo são tão iguais quanto nos países de terceiro mundo! Precisamos sim ajudar essas crianças! Eu prometo que elas terão sim um futuro melhor. - Ele sorria feito bobo olhando para mim. Ainda estava agarrada na cintura dele, o soltei envergonhada.

- Onde fica sua vinícola?
- Na França, a viagem de jatinho leva menos de 1h. Ela fica a uns 40km de Paris. Posso te apresentar a cidade também.
- Foco!
- Tudo bem, tudo bem - Ele levantou as mãos se rendendo e foi lavar a louça enquanto eu pegava meu caderno de anotações e escrevia todas as informações sobre a vinícola que ele tinha falado. Acho que tinha encontrado o projeto do meu doutorado. A educação rural em países de primeiro e terceiro mundo: igualdades e desafios.

Interroguei Salah por mais de 2h até me sentir satisfeita para começar a pesquisar os livros que baseariam minha tese. Seria uma longa semana, sorri satisfeita, meu foco estava em primeiro lugar, ainda bem!

Eu conto pra ela ou vocês contam? Kkkk kkkk esse sheik hein? Toca no ponto fraco das pessoas!

Gostaria de pedir desculpas pela demora,  tive notícias bem ruins essa semana que me deixaram bem desanimada. Postei esse capítulo curtinho para não deixá -las na mão.

Continuem comentando e dando estrelinhas!! Isso me anima demais!!! 

Volto ainda essa semana, mas sem um dia específico.

Feliz Páscoa para todas, que Jesus viva em seus corações!.

Lavem as mãos e usem "alquingel".

Beijinhos!

Meu Vizinho Sheik (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora