Capítulo 16 - Bônus

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Beatriz Barros

As aulas do doutorado seguiam intensas.

Beatriz nunca teve dificuldade com o inglês, estudava desde criança, mas ainda assim estava sendo difícil acompanhar a turma. Ela gravava as aulas, com autorização dos professores e quando chegava em casa, as ouvia e transcrevia o máximo que conseguia. Sua forma de aprendizagem era mais auditiva, então revisar as aulas pelos áudios a ajudava a absorver o conteúdo.

A ruiva e Salah não se viam a duas semanas. Com a chegada da mãe dele, ela o monopolizou. Além disso, ele contou que estava ajudando um primo que estava na rehab. Mas ele sempre ligava e conversavam por meia hora, pois ela tinha muita coisa para fazer.

Viajou para Paris por uma semana e Karen a acompanhou na viagem, ela precisava começar a fazer a pesquisa de campo com as famílias que trabalhavam na vinícola e fazendas vizinhas. O trabalho era cansativo, mas Jamal e os outros seguranças serviam como ótimos tradutores, o que facilitava muito o trabalho, em breve teria que voltar ao Brasil para implementar suas ideias em Manaus, sua linha de pesquisa era comparativa, então ela analisaria o que dava certo em um país, o que dava em outro e o que não daria certo em nenhum dos dois.

Retornou a Londres na madrugada de sábado, Salah não poderia buscá-la, mas ela estava tão cansada e ainda teria que fazer um relatório e deixar horas depois em Oxford. Os professores pareciam progressistas, mas algumas coisas eles ainda exigiam que fossem escritas a mão.

Encontrou Christopher na porta da sala, ele também parecia um caco, não podia ir até a Austrália, então contava com o apoio da ONG em que era voluntário para recolher dados e ele fazer os relatórios. O homem estendeu copos de café para as garotas e sorriu compreensivo.

- Eu já disse o quão maravilhoso você  é e homão da porra?! - abraçou o loiro que ficou sem graça, ele retribuiu o abraço da ruiva timidamente. Karen sorriu, adorava esse jeito ingênuo do homem.

- Espero que tenham feito boa viagem meninas. - o trio rumou para os bancos que gostavam de sentar, bem embaixo de um velho carvalho.

- Foi ótimo, a Bia adiantou muito as pesquisas e ganhou um monte de fãs - Beatriz revirou os olhos com o exagero da garota.

- Menos Kah, não confunda gentileza com interesse. - ela analisou Jamal e Kalil, os seguranças do dia. Tinha a leve impressão que eles dormiam tão pouco ou não dormiam. Decidiu conversar com Salah sobre isso. O assédio da imprensa tinha apaziguado com a publicação da Marie Claire, ela ganhou notoriedade e pararam de falar mal dela. Recebeu diversas mensagens de apoio das mulheres do Reino Unido e do Brasil. Era gratificante inspirar positivamente as pessoas. Mas ela era uma mulher comum, tinha um emprego, uma carreira, não conseguia se ver exposta diariamente em redes sociais.

Meu Vizinho Sheik (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora