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Naquele instante, quando estava caindo, vi ele correndo em minha direção, e antes de perder a consciência, eu senti algo...


Era como se todas as terminações nervosas do meu corpo estivessem levando um choque de 1000 volts. Senti o sangue correr em minhas veias, o oxigênio em meus pulmões. Era como estar nascendo de novo... E então, sumiu.

***

Acordo com o sol quente batendo em meu rosto. Estou com uma dor de cabeça horrível, instintivamente coloco a mão na cabeça e sinto um calombo logo acima da orelha, está muito dolorido. Deve ter sido quando eu desmaiei.

— Será que ela acordou?— escuto Jane falando no andar de baixo.

— Acho que não. Ela está dormindo a quase 1 dia inteiro. O que aconteceu ontem foi muito estranho. — Nate diz com um tom irritado

— Estou com medo de ela ter fraturado alguma coisa na cabeça. Se Mateo não tivesse derrubado ela logo depois de a ter pego, ela não teria machucado a cabeça. Isso sim foi estranho. — Jane diz retrucando com Nate

Como assim me derrubado?

— Não vou negar isso também foi estranho. E pela milésima vez, o chama de Matt. O cara já não gosta do nome, e só piora se você insistir em só chamar ele assim— diz Nate irritado novamente.

'Mateo' não é um nome feio, é lindo em minha opinião. Italiano ou talvez francês? Um nome diferente, bem melhor que um nome comum como 'Matt'.

— "Mateo"— Me pego falando o nome dele em voz baixa, apreciando a deliciosa sensação de seu nome em minha língua. Finalmente saber o nome dele me trás um conforto estranho, mas bem vindo em minha alma. Sonhar com alguém desconhecido e finalmente conseguir descobrir quem é essa pessoa é muito reconfortante. Nunca senti nada parecido com o que senti quando desmaiei, não sei da onde veio aquilo. A cada hora que passa mais mistérios aparecem, e isso esta me incomodando muito.

Fecho os olhos de novo, na tentativa de afastar a dor que martela na minha cabeça e acabo dormindo de novo.

Ao acordar sinto o calor finalmente fazer efeito em mim e decido tomar um banho.

A dor de cabeça ainda não passou então talvez um banho bem gelado ajude um pouco. Levanto devagar, pego minha nécessaire na mala e sigo para o banheiro que fica no final do corredor, não muito longe do meu quarto. Em cima da pia tem duas toalhas com estampas florais perfeitamente dobradas, um sabonete líquido corporal e um bilhete;

"A casa é sua, sinta—se a vontade querida. Vou sair para trabalhar as 9:00 e só volto as 18:00. Nate chega em casa as 16:30. Tem almoço para você na geladeira. Melhoras.

Jane."

Não consigo evitar a sensação de conforto e carinho que sinto pela Jane ao ler isso. Eu não mereço a forma como ela me trata, sei disso. Estou agindo como uma babaca e como um peso morto desde que cheguei, tratando ela com indiferença, assustando ela com os pesadelos e desmaiando. Vou me esforçar mais a partir de agora para ser uma "hóspede" melhor, é o mínimo que ela merece.

Entro no chuveiro e fico embaixo da água, sentindo o líquido quente descer por toda a extensão de meu corpo. Deixo a água quente afastar todos os pensamentos e deixo o som da água inundar minha mente.

Esses momentos para mim são os melhores, esses momentos em que fico sozinha, o silêncio mental, isso me regenera de um jeito que nem 24 horas de sono poderiam fazer.

Após um longo tempo assim, lavo meus cabelos e uso o sabonete líquido que Jane deixou para mim, ele tem um cheiro floral muito bom então passo ele mais uma vez esperando ficar com esse cheiro no meu corpo por um bom tempo hoje.

Maré De EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora