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Eu já não consigo entender mais nada, mas tudo parece ser tão engraçado.

Por que eu estou rindo mesmo?

Perdi a conta de quantas partidas eu e Mateo jogam os contra Tyler e Mark, e perdemos... Acho que perder tem suas vantagens, afinal eu nunca me senti tão bem por perder em toda minha vida. É como se nada pudesse ficar ruim perto dessas pessoas.

— Lanna. — sinto as mãos de Mateo em minha cintura, segundos antes de eu arremessar a bola sobre a mesa de ping pong. — Acho que já perdemos o suficiente pra todas as próximas festas. Nós com certeza somos péssimos nisso. — ele sussurra em meu ouvido bem baixinho. É a bebida ou está realmente muito quente aqui?

— Ah, Matt. — Mark fala do outro lado da mesa, como se tivesse escutado tudo o que Mateo disse. — Por favor, não tente fazer ela parar de jogar. Eu nunca consegui ficar sóbrio por tanto tempo em uma partida de beer pong. — Mark fica olhando para Mateo com uma cara de cachorro abandonado.

— É, eu sei disso. E em compensação, olha o estado da minha garota! — Mateo fala me levantando da mesa.

Porque eu deitei aqui mesmo? Nossa tá tudo girando...

WOW! Aquele cara tá com a pele roxa! — todos a minha volta começam a rir.

Eu falei isso alto?

— Por Deus, eu juro que vocês vão pagar por isso. —Escuto Mateo falando com uma voz enfurecida e sinto meu corpo ser levantado, e aos meus olhos tudo a minha volta fica de cabeça para baixo. — Eu vou levar ela para fora. O jogo acabou. — meu corpo tá tão pesado...

É tão estranho ser carregada por alguém. Eu consigo sentir cada passo dele vibrando por todo meu corpo, é exatamente igual às vezes em que meu pai me carregava no colo quando eu era criança... Quando eu ainda deixava, quando nos ainda éramos uma família feliz...

— Lanna? — eu não consigo responder. Está tudo tão escuro... — Lanna? Porque você tá chorando? Aconteceu alguma coisa? — as luzas se ligam e me vejo deitada em uma cama enorme de um quarto enorme. Tento levantar mas o meu corpo simplesmente não responde.

— Eu quero vomitar. — consigo falar na mesma hora que a ânsia sobe por minha garganta, queimando. O vomito sai antes mesmo de eu conseguir levantar, e eu apenas consigo virar a cabeça e não vomitar em mim mesma. Mateo foi rápido e colocou algo que parece um copo enorme perto da minha boca, e eu apenas solto tudo. O alivio é instantâneo...

— Pronto. Agora você pode descansar. — Mateo me deita devagar na cama confortável, e eu apenas tento voltar a ter controle sob meu corpo, mas falho. — Eu vou ficar aqui com você... — sua voz se torna um sombrio sussurro em minha mente e o som das ondas batendo na areia ao longe toma o lugar de sua voz. Por que parece que eu estou prestes a morrer? Esse som é tão pacífico...

***

— Sabe Allana, eu avisei ao seu pai para não deixar você voltar. — minha mãe está parada a minha frente, de costas para o mar. Seus cabelos loiros desgrenhados por causa do vento cobrem uma parte de seu rosto. — Eu avisei, que se ele descobrisse que você estava de volta, ele iria te procurar. — ela se aproxima de mim devagar.

— Do que você está falando mã... —

— Fuja! — o grito de alguém me interrompe. — Fuja, Alanna! — meu olhos vão de encontro com a voz do estranho e me deparo com Mateo deitado no chão, sangrando. — Ela não quer que você saiba da verdade. Ela vai te matar! — demoro um segundo para processar suas palavras e quando olho para minha mãe ela está prestes a avançar em mim, com seus dentes enormes e ensanguentados a mostra.

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⏰ Última atualização: Dec 10, 2020 ⏰

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