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—Ai! —grito ao sentir a ardência do álcool que Jass está passando no arranhado em meu braço. Nós estamos no banheiro de seu quarto, — enorme por sinal —, eu sentada na pia e ela em pé me ajudando a limpar as feridas com suas mãos pequeninas.

—Desculpa!—ela me lança um olhar de tristeza. —Sinto muito por Blake ter feito isso. Ela não aceita ser passada para trás em nada. — ela fala baixo com os olhos concentrados nos arranhões em meus braços.

Depois que avancei sobre Blake os meninos vieram nos separar, mas Blake era surpreendentemente forte e conseguiu me virar e ficar por cima e não deixar nenhum deles a afastar. Ela arranhou grande parte de meus braços com suas unhas quilométricas e pontudas, mas foi afastada antes de chegar ao meu rosto.

Todos da festa se amontoaram a nossa volta e começaram a gravar toda a briga, Mateo percebeu o que estava acontecendo e surtou, avançando sobre as pessoas que estavam gravando e quebrando seus celulares. Parte de mim se sentiu bem por ver ele me protegendo desse jeito, mas a outra parte estava destroçada de vergonha. Não conseguia pensar em nada além do fato de estar ali, deitada no chão com a blusa encharcada de bebida e com os braços arranhados e sangrando por causa de uma menina, na porra de uma festa com um bando de pessoas que eu nem conhecia filmando toda a cena.

Era ridículo, tudo aquilo, absurdo. Eu não estava envergonhada por ter apanhado de uma menina, nem nada desse tipo. Estava envergonhada por ter feito parte de algo tão ridículo como uma briga entre mulheres. Meu lado feminista estava em prantos, magoado comigo por ter feito algo tão desnecessário.

Eu pensei em revidar, mas deixei ela me bater. Não queria fazer parte daquilo.

—Tudo bem, Jass. —volto a realidade e dou atenção a Jass, que me deu total apoio depois da briga. —Obrigada por me ajudar. — sorrio timidamente para ela.


—Isso não é certo sabe. —ela diz

—O que?—olho para ela e a observo guardar os remédios.

—Brigas por causa de homens. —fico aliviada em saber que ela tem o mesmo pensamento que eu. —Ela sempre bate nas garotas aqui da cidade por causa dos ficantes retardados dela. Isso já esta ficando ridículo. —ela joga um remédio com força na caixa, me fazendo pular com o barulho.

—O que ela e Mateo tinham? —queria perguntar isso desde que cheguei ao banheiro há meia hora, mas esperei ela comentar.

—Ela foi uma das garotas que Matt... —ela olha para mim com os olhos arregalados achando ter falado algo que eu não sabia.

—Calma. —falo rapidamente. —Ele já me contou sobre as outras. —desço da pia e chego perto dela.

Ela suspira aliviada. Eu já imaginava que essa história de Mateo com as outras garotas iria me causar algum problema, mas achava que iria ser só fofocar e olhares maldosos, não um copo de bebida jogado na blusa e arranhões nos braços.

—Ela foi a ultima menina a tentar ficar com Matt. —ela olha para mim e continua. —Foi na ultima festa. Ela estava tentando ficar com ele a messes, mas ele sempre dava um fora nela. Ela ficava insistindo e ele só aceitou porque já sabia como o final ia ser. — ela sai do banheiro e vai em direção ao closet — grande também — e eu a sigo.

—Então ela me odeia só porque Mateo não conseguiu ir até o final com ela, mas conseguiu comigo? —falando alto parecia que eu estava me gabando, mas na realidade não tinha do que eu me gabar já que nunca havia beijado Mateo, e eu estava começando a achar que ele não iria conseguir ir até o fim comigo também.

—Não só por isso. —ela disse enquanto passava as mãos pelo cabide de blusas, procurando uma para mim. —Aconteceu mais do que só uma rejeição na festa passada. ACHEI! —ela disse animada tirando do cabide um crooped branco de amarrar quase idêntico ao meu. —Ninguém vai perceber a diferença. —ela o joga para mim e eu agarro no ar.

Maré De EmoçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora