Capítulo 14

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Apesar de estar aliviada por tudo ter corrido bem no trabalho, Deca não conseguia esquecer da prima, e da sua cara de preocupação.
Assim que chegou em casa tomou um banho, e enquanto jantava colocou os pais a par de tudo o que havia acontecido na clinica, em seguida ligou para Valéria, e minutos depois ela já se encontrava em sua casa.


- Vamos subir – disse á Valéria , e virando-se para a mãe – Mamãe, a Valéria vai dormir aqui em casa hoje. Temos muito o que fofocar.


- Tudo bem. Só não vá dormir muito tarde. Lembre-se que amanhã você tem que trabalhar.


- Pode deixar.


As duas subiram quase que correndo e assim que Deca fechou a porta do quarto Valéria foi disparando.


- Não sei mais o que fazer com meu pai!


- Calma! Me conte tudo de novo, com calma.


- Como eu já te disse, meu pai entrou no meu quarto sem avisar, me pegou colocando umas camisinhas dentro da bolsa e surtou!


- Isso é normal! Daqui a pouco ele esquece e tudo volta ao normal!

- Eu não sei não...


- Mas eu não entendo uma coisa... Você tinha me dito que queria se casar virgem, não importava com que idade fosse, agora esta pensando em transar com um cara que você esta namorando há dois dias?...


- Algumas coisas mudam... eu mudei muito depois do que aconteceu entre você e o Cristian...


- Agora é que não entendi nada mesmo... o que o meu relacionamento com o Cristian tem haver com isso?


- Ainda sou muito romântica, mas não quero ficar me guardando pro casamento. A gente não pode confiar nos homens. Eu fico me guardando pro meu marido, e vai que ele faz comigo algo parecido com o que o Cristian fez com você? Eu não quero correr este risco.


- O Jorge aprontou alguma coisa?


- Não ele é um doce! Quando saímos noite passada, eu achei até engraçado, ele fez questão de sentar numa mesa de canto de forma que só pudesse olhar pra mim.


- Mas então qual é o problema? Porque esse medo de repente?


- Ontem quando saímos do restaurante era muito tarde pra pegar um cinema e resolvemos dar umas voltas na praia, mas não sei se você percebeu acabou chovendo e ele me perguntou se eu queria ir lá pra casa de shows dançar um pouco e tomar mais uma taça de vinho.

- E você foi?


- Fui. Ele me lembrou que não tinha ninguém lá além do segurança, afinal segunda feira a boate não abre, mas eu quis ir assim mesmo. Assim que chegamos ele avisou ao segurança onde estaríamos, e quando entramos no escritório, fez questão de deixar a porta aberta.


- Fala logo o que aconteceu! Esse suspense está me matando!


- Calma! Como já disse ele fez questão de deixar a porta aberta, colocou uma música e abriu uma garrafa de vinho. No começo ficamos sentados no sofá namorando e bebericando o vinho. Mas as coisas foram ficando mais quentes e ele saiu do escritório como um foguete. Fiquei sem entender nada. Como ele demorava a voltar resolvi procura-lo.


- Vocês brigaram?


- Quase! Quando o encontrei ele estava no salão principal, onde teve a sua festa, sentado em uma das cadeiras com a cabeça entre as pernas. Pensei que ele queria se esconder de mim, e disse isso a ele. Mas quando vi que estava chorando fiquei sem saber o que fazer, voltei ao escritório peguei minha bolsa e sai de lá correndo. Ele só me alcançou no estacionamento. E me disse que estava assustado com o que estava sentindo, com medo de se magoar e me magoar também, disse que a intensidade do seu amor por mim o tinha deixado apavorado.

Por InstintoOnde histórias criam vida. Descubra agora