Capítulo 17

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A festa já estava terminando quando o telefone tocou na casa de Valéria. Sua tia foi atender e ficou com o semblante totalmente preocupado, ao ponto de chamar a atenção dos poucos familiares que ainda estavam por lá.

Assim que desligou, disse que era Alícia. Ela estava do lado de fora da casa e tinha visto um carro desconhecido estacionado em frente ao jardim, e a casa estava completamente apagada, ela sabia que Marcelo ainda estava viajando, afinal tinha falado com ele pouco antes de ir para a festa. Nenhum dos empregados tinha carro, e o único que poderia estar na casa era o cozinheiro, mas ele sabia que não era permitido receber visitas àquela hora e que a luz da entrada e da saleta deveriam estar sempre acesas, e pra piorar ele estava de folga.

Tia Clara mandou que Alícia esperasse perto do portão de entrada enquanto chamava a polícia, e em seguida iria juntamente com seu tio para lá.

Apesar de ressentidas, Deca e Valéria resolveram ir, bem como os demais familiares, afinal ninguém sabia o que realmente esta acontecendo, e talvez fosse preciso ajudar.

Chegaram num minuto, e encontraram Alícia realmente muito assustada, encolhida dentro do carro, do lado de fora da casa, e logo em seguida polícia chegou. Os policiais ouviram o relato de Alícia de pois um deles falou:


- Senhora, não é possível que o seu marido tenha voltado pra casa antes do previsto com um carro alugado, sem querer ter apagado a luz e agora esteja dormindo?

- Mas eu liguei, diversas vezes e ninguém atende! O meu marido tem sono leve, além do mais a ordem de deixar as luzes acesas partiu dele mesmo. – e depois voltando-se para os tios falou – Vocês sabem como ele é paranóico com essa história de assalto, e agora com a minha gravidez ficou pior ainda!


- A senhora tem certeza que ninguém mais tem a chave do portão, ou da sua casa?


- Absoluta!


- O. K. ... Então vamos entrar, a senhora fica aqui com os seus s familiares e só entre quando nós a chamarmos. Entendeu?


- Sim senhor. – disse o tio Danilo – pode deixar que tomaremos conta dela.


Após traçar um plano, o grupo de policiais entre sorrateiramente na casa. Logo se ouvem vozes exaltadas. Alícia não agüenta esperar, e contrariando as ordens policiais, se desvencilha do tio e vai em direção ao som seguida de perto pelos tios e primas.
Ao chegar no local, encontrou uma cena que a deixou chocada e ao mesmo tempo enojada, sobre a sua cama se encontravam Cristian e um outro homem, que logo reconheceu com um de seus vizinhos, completamente nus. Só então lembrou-se que havia dado uma cópia da chave do portão dos fundos para que Cristian pudesse entrar quando quisesse sem ser notado.


- Senhora, encontramos esses dois sujeitos transando aqui. Por acaso a senhora reconhece algum dos dois? – disse o guarda sem saber de quem se tratavam.


Ela bem que tentou falar mas a voz não saía. Seus tios estavam

ainda mais chocados. De repente Alícia se aproxima e sem mais nem menos desfere um tapa certeiro na casa de Cristian e sai correndo do local, sendo seguida por sua tia.


- Este é o provável pai do filho dela – disse tio Danilo – uma pessoa pela qual ela já fez loucuras. Que por muito pouco não acabou com o casamento dela.


- Compreendo... infelizmente tenho que relatar o fato. – e para os dois – Vistam-se e desçam! – e falando agora para todos – É preciso ir a delegacia assinar o boletim de ocorrência


- Pois não. – disse o tio Danilo.


Bem mais tarde, enquanto os policiais se preparam para levar os homens para a delegacia, Alícia manda que Cristian esqueça que ela existe, o seu endereço, enfim, que suma de uma vez da sua vida. Os tios ainda tentam consola-la, mas ela pede pra ficar sozinha com ele. Os policiais educadamente dão a eles alguns minutos, antes de rumarem para a delegacia. E assim que se vê sozinha com Cristian ela começa a brigar com ele, que ainda tenta argumentar.

- Cala a boca! Como você pode Cristian. Se fosse uma mulher eu ainda tentaria entender, mas um homem! Isto é nojento, e ainda por cima na minha cama! Se você gostava tanto de rapazes, porque ficou comigo?

Por InstintoOnde histórias criam vida. Descubra agora