Capítulo 19

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Assim que avistou a sua casa, Deca parou o carro, encostou a cabeça no volante e pode finalmente respirar aliviada.
Entrou em casa no momento em que seus pais estavam saindo. E sua mãe percebeu que havia acontecido alguma coisa que a havia perturbado.

- Você chegou cedo... – disse D. Julia.


- É resolvi sair logo pela manhã pra não pegar a estrada ruim. Além do mais tenho que resolver algumas coisas ainda hoje.


- Está tudo bem mesmo?


- Sim. – e resolveu trocar de assunto – Onde vocês vão?


- Já ia me esquecendo. Estamos indo visitar a Alícia, ela entrou em trabalho de parto e o Marcelo esta muito assustado. Você sabe que desde que se casou a família dele não o visita mais, então a nossa família tem que dar o apoio.


- Espero que fique tudo bem. Depois você me liga pra dizer como vão as coisas.


- Pode deixar.


- A Valéria está em casa?

- Sim. Ela esteve aqui ontem e pediu pra você ligar pro celular dela assim que chegasse. Mas a esta hora deve estar em casa. Porque não vai até lá?


- Boa idéia.


Seu pai lhe deu um beijo e saiu abraçado com sua mãe. Ela sempre achou linda a relação dos seus pais, e conforme crescia e admirava cada vez mais a forma carinhosa e respeitosa com que se tratavam.

No fundo sempre buscou algo parecido para si mesma, mas depois de tantas desilusões achava melhor esquecer o assunto.
Assim que o carro de seu pai sumiu no final da rua, ligou para a prima.

- Onde você está?


- Na minha casa. Chegaram os móveis do quarto de hóspedes e estou arrumando tudo. O Jorge ficou de vir aqui mais tarde. Ele está com o papai, estão resolvendo sei lá o que.


- Posso ir até ai? Preciso falar com você


- Claro que pode. Está tudo bem?


- Não. Não está nada bem. Quando chegar ai te conto tudo.


Valéria abriu a porta e foi levando a prima para a cozinha.

- Vamos tomar alguma coisa. O que você quer?


- Valéria, isto está lindo! Quando foi que você terminou de decorar?

- Ontem. Fui lá te chamar, mas você ainda não tinha chegado e o tio me falou que ia passar a noite fora com o pessoal de clinica.


- É sobre isso mesmo que quero falar. Mas antes me de algo bem forte pra tomar que preciso de forças...


- Pelo jeito é bem complicado mesmo. Você não é de beber.


- Mas agora preciso, e muito!


Valéria serviu uma boa dose de wisky para as duas, pegou uns pacotes de salgadinhos e chamou a prima para o quarto.

- Quero que seja a primeira pessoa a ver o resultado final da minha tentativa de decorar o meu quarto. E lá também ficamos mais a vontade, ainda não chegaram os móveis da sala.


- Tenho certeza que está lindo. Você sempre teve bom gosto. – assim que a prima abriu a porta do quarto, Deca se sentiu transportada para um lindo conto de fadas. As paredes haviam sido pintadas num tom de areia quase branco, os móveis eram de madeira maciça em tom natural e bem no centro havia uma cama king size também em madeira, seguindo o mesmo padrão dos outros móveis, com dossel e cortinas em tule branco. A cama em questão era bem alta, tinha uma cabeceira quadrada, e sobre o colchão havia um lindo lençol de brocado branco com pequeninas flores em bege, e muitas, mas muitas almofadas. As cortinas seguiam o padrão da colcha. O quarto era claro e arejado, mas não deixava de ter um ar extremamente sensual. – Está a sua cara! Eu amei! O Jorge já viu?

Por InstintoOnde histórias criam vida. Descubra agora