Capítulo 7

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As semanas seguintes passaram voando, parecia que o relógio finalmente estava trabalhando a favor de Deca, afinal ela e Cristian só podiam passar mais tempo juntos nos finais de semana, já que ambos eram muito ocupados. O tempo passou tão depressa que quando percebeu já fazia quase dois meses que estavam namorando.

Mesmo assim ele a surpreendeu várias vezes naquela última semana com gestos extremamente carinhosos, enviando flores, telegramas-fonados, até mesmo um grupo de seresteiros foi enviado para cantar sua música preferida bem em baixo da janela.
A família de Deca estava muito curiosa, todos queriam conhecer o homem que havia finalmente conseguido apagar a tristeza, e a desconfiança do olhar dela.

Valéria estava muito contente, e vivia dizendo a todos como ele era bonito e como havia sido educado ao lidar com o problema entre Deca e Alícia.

Aliás, Alícia também parecia ter mudado muito. Depois que descobriu que estava grávida tinha se tornado uma pessoa muito mais amável, e havia até pedido desculpas em público a Deca em um jantar oferecido pelos pais dela para comemorar a chegada do sobrinho-neto, chegara até mesmo a chorar. Todos, com exceção de Valéria acreditaram na mudança, até mesmo Deca já não andava tanto de "pé atrás com a prima". Marcelo estava nas nuvens e era todo cuidados com a esposa. Assim que recebeu o resultado do exame comprou várias coisas para o bebê, mandou instalar dispositivos de segurança. Era bem engraçado ver o quanto estava preocupado com a segurança do filho muito antes dele nascer.

Apesar do pedido insistente dos pais, Deca preferiu não levar Cristian a festa. Ela achava que ainda era muito cedo para coloca-lo no meio da sua família. Apesar de gostar muito dele, não havia superado totalmente as suas inseguranças. Ainda confiava desconfiando, mas tinha certeza que logo isso mudaria.
Indiferente aos medos e traumas de Deca os pais de Cristian resolveram que já era mais do que tempo de conhecer a nova namorada do filho, da qual só sabiam o nome, e durante o jantar procuraram convence-lo a convidar toda a família da namorada a vir ate sua casa.

- Mas mãe, eu já falei que ela é muito tímida e reservada. Vai ser muito difícil convence-la a vir aqui, ainda mais assim, de uma hora para outra.


- Você é o grande culpado de aguçar a nossa curiosidade. Não há um só dia que não fale dessa menina. Agora queremos conhece-la. – disse D. Wanda.


- O que você sabe sobre a família dela? Eles são ricos e tradicionais? Se esse for o caso podemos marcar um jantar mais requintado e chamar outras pessoas.


- Eles não são do tipo ricos esnobes. São de classe média alta, o pai dela tem uma agência de viagens e turismo, a mãe não trabalha fora. E sim, eles são do tipo de família tradicional que vocês gostam.


- Como assim? O que você quer dizer com isso?


- Eles são do tipo que acha que casamento é pra vida toda, tem aquele tipo de pensamento: "ruim com ele, pior sem ele". Pra Deca a família vem sempre em primeiro lugar. Pra vocês terem uma idéia, todos os irmãos da mãe dela moram no mesmo condomínio, são todos vizinhos. Parece que o pai dela comprou o lote onde hoje tem um condomínio e começou a construir uma casa para cada filho, e mais tarde comprou mais e mais terras, já pensando em deixar algo para as gerações futuras. Sendo assim, quem casar com um dos descendentes dele terá que, querendo ou não, morar perto dos sogros.


- Que coisa mais linda! Agora mesmo que quero conhece-los. – disse D. Wanda. – amanhã mesmo você irá até a casa dela e lhe entregará o nosso convite.


- Mas mãe...


- Nem mais nem menos. – e voltando-se para o marido – Meu amor, acho melhor você redigir o convite, assim fica mais formal. – e de novo para o filho – Sabe qual é o prato predileto dela?

Por InstintoOnde histórias criam vida. Descubra agora