DESPERTAR

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A escuridão envolvia o local. Um forte odor de sangue emanava pelo ar e gritos ecoavam. Gritos de dor e desespero implorando por socorro, podiam ser ouvidos porém a densa escuridão o impedia de enxergar a sua origem.
Os gritos estavam cada vez mais altos todavia não pediam mais por ajuda.

- por que? Traidor! Você fez isso! - Diziam os gritos amargurados que ficavam cada vez mais altos.

Gradualmente a névoa que obistruia sua visão foi se dissipando; expondo uma pilha de corpos de todos os sexos, tamanhos e idades. Os gritos originados daquela pilha eram ensurdecedores, clamando por vingança.

- não fui eu! Não foi minha culpa! - Dizia para si mesmo com suas mãos trêmulas e manchadas de sangue negando que era culpado por aquela atrocidade.

O sangue escorreu da pilha até tocar seus pés. Rapidamente começou a subir preenchendo aquele quarto escuro, ele se debatia tentando nadar mas era inútil, o sangue o engoliu. Gritou em desespero fazendo com que o sangue enchesse seus pulmões, e novamente tudo ficou escuro.

Um alto alarme tocou, o fazendo abrir os olhos e levantar lentamente.

- aquilo foi um sonho? - indagava ainda confuso olhando ao redor tentando deduzir o que aconteceu, no entanto por mais que tentasse não conseguia se lembrar de como chegou ali ou de quem é.
- deve ter algum documento ou pista de quem eu sou na minha roupa. - disse ele.

Porém fica surpreso ao perceber que está nu.

- por que eu tô pelado? Que diabos de lugar é esse? - perguntou desesperado.

Seu espanto só aumentou ao perceber um código de barras e um número tatuados em seu braço esquerdo.

- que merda é essa? O que eu sou? Algum tipo de produto? Por que eu sou o dezessete? - indagava a si mesmo tentando encontar uma solução.
- aí minha cabeça! - gritava enfatizando sua dor, colocando a mão na cabeça.

No momento em que a tocou sentiu que estava molhada e ao olhar para sua mão percebeu que era sangue.

- esse sangue não é meu! - disse após não encontrar ferimentos em sua cabeça.

Após checar todo seu corpo voltou a investigar o local onde se encontrava. Era muito estranho. Um quarto branco vazio, sem janelas e com duas portas, uma em cada lado do quarto. Verificou a porta a direita que se encontrava trancada, no seu caminho de volta para verificar a outra porta uma gota de sangue caiu em seu ombro. Ao olhar para cima viu um buraco grande o suficiente para passar um adulto porém muito alto para alcançar. Ficou surpreso em como não tinha visto o buraco antes já que se encontrava deitado bem em baixo dele ao acordar. O buraco foi obra de um conflito no andar superior.
Mas o que poderia ter feito aquele buraco?
Se dirigiu a porta a esquerda que estava aberta e dava acesso a um extenso corredor branco, ao final dele havia um elevador. Ao entrar nele ficou confuso pois haviam apenas dois botões, um para subir e outro para descer. Ao apertar o botão para descer foi surpreendido por uma mensagem: acesso negado! Necessário cartão de segurança para acessar os níveis inferiores!
A mensagem se repetiu por 3 vezes.

- não queira ter que subir. Quem fez todo aquele estrago pode ainda estar lá. - disse ele preocupado.

Ao apertar o botão para subir o elevador se moveu porém por apenas um andar.

- vamos, funciona máquina idiota. Não para não! - gritava enquanto batia com raiva no botão do elevador, mas sem sucesso em fazê-lo se mover.

Lentamente as portas se abriram revelando o caos no corredor.
Haviam corpos mutilados do que pareciam ser soldados, sete deles ao todo. As paredes estavam cobertas de sangue e furos de projéteis disparados pelos soldados.

Cygnus - AOnde histórias criam vida. Descubra agora