Cygnus - A

ESCALADA

  Após um longo banquete Seth e Freya retornaram em direção a Emilly que os esperava próximo ao elevador. Ao longe era possível ver Freya trazendo uma criatura consigo. Um ser quadrúpede semelhante a um bovino, com a pelagem em uma tonalidade de roxo. Seus chifres eram longos e sua face possuía pelos mais claros. Freya o carregava em seu ombro. Ao seu lado caminhava Seth emburrado com seus braços cruzados.
Emilly ficou um pouco confusa com a cena.

— por que está carregando isso? — perguntou ela.
— isso? É um lanchinho pra mais tarde. — disse Freya com um sorriso em seu rosto.
— eu já disse pra ela que não vai dar pra levar essa merda. O elevador tá detonado e a gente vai ter que subir escalando. Eu acredito que você não consegue carregar cento e vinte quilos com a boca. — resmungou Seth.
— deixa de ser chato! — respondeu Freya enchendo suas bochechas, cruzando seus braços e pulando sentada no chão.
— se quiser ser teimosa tudo bem, o problema é seu. Só não fica agindo feito uma criança mimada. Você é um soldado de um esquadrão de elite! Então comece a agir como tal. — disse Seth irritado.
— bla, bla, bla. — retrucou Freya mexendo sua mão em deboche.
— argh! Desisto! — gritou Seth.
— relaxa cara. Eu não faço mais parte do esquadrão Beta lembra? Eu fui descartada e você também foi. — disse Freya.

Emilly observava toda a discussão silenciosamente, ela não queira se envolver na briga. A discussão se estendeu por mais alguns minutos e se intensificou ao ponto de trocarem socos. Emilly tentou intervir porém era perda de tempo, um duelo entre cabeças e duras poderia se estender pela eternidade. Felizmente este não foi o caso, após muitos socos e pontapés Seth perdeu a paciência.

— chega! Chega! Tem coisas mais importantes pra fazer do que ficar com essas briguinhas. — disse ele.
— só quer parar porque tava perdendo. Covardão. — disse Freya em um tom de deboche.
— já deu! — disse Seth irritado.
— ok... podemos perseguir? — perguntou Emilly.
— bem lembrado. Descobriu onde o Loki tá escondido? — perguntou Seth.
— sim, mas temos um pequeno problema. — disse Emilly abaixando sua cabeça.
— sempre tem um problema! Isso é incrível! Não pode ser simples, sempre tem que ter alguma coisa barrando. O que é agora? Tem que ir buscar uma chave do outro lado da instalação? Tem que pegar uma senha em um computador bem longe daqui? Ou eu preciso matar alguma besta infernal que guarda os portões de onde a gente precisa ir? Desembucha mulher! Disse Seth em um ataque de nervos. As veias de sua testa haviam saltado.
— cara você realmente precisa relaxar. — disse Freya.
— começa não! — disse Seth.
— me desculpe... nos não precisamos de chaves, senhas ou nada do tipo. O problema é a localização de Loki. Ele está muito acima de nos, acima do andar mais alto dos elevadores da ala Oeste. Um local que não possuo nenhuma informação e nunca fui. Esse é o empecilho. — explicou Emilly.
— tá, mas como a gente resolve isso aí? — perguntou Seth.
— como eu disse ele está no andar mais alto da ala Oeste onde o elevador não tem acesso, mas acredito que os elevadores da ala Leste possam chegar até lá. — disse Emilly.
— eu preciso de soluções não de teorias... perai, você disse que ele tá em cima dos elevadores da ala Oeste? — Sim.
— esse é o elevador Oeste?
— isso mesmo.
— então ele tá bem em cima da gente! Não tem necessidade de ir pra o outro lado da instalação só pra pegar um elevador. É só arrombar o teto como eu fiz com as portas de contenção na descida. — disse Seth.
— sim, mas dessa vez é subindo. Como você vai fazer isso? — perguntou Freya.
— é só uma parede, pra que todo esse alvoroço? É só chegar lá e explodir ela. — disse Seth.
— acho que essa discussão vai ser adiada. Há uma grande movimentação de inimigos nos andares superiores se dirigindo ao alçapão do elevador. — disse Emilly.
— merda, esses cachorros infernais de novo. Loki deve ter percebido que o parasita da Freya morreu. O plano inicial de usar ela pra me matar falhou então vai apelar pra os seus bichinhos. — disse Seth.
— vamos subir enquanto temos tempo, devemos ter dois minutos no máximo. — disse Emilly.
— certo, mas como vamos subir tão rápido? — perguntou Freya.
— eu posso carregar vocês. Meus propulsores são fortes o suficiente pra isso. — disse Emilly.
— tem certeza? Nos dois juntos deve dar uns duzentos quilos. — disse Freya.
— sim eu tenho certeza, mas o lanche fica. — disse Emilly.