REVIRAVOLTA

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A criatura pulou em direção a Yeol, porém antes que a criatura pudesse mata-lo ele a segurou pelo pescoço.
Yeol se levantou segurando a criatura. Seu cabelo estava em pé e eletricidade emanava de seu corpo. O braço que havia sido arrancado começou a se regenerar rapidamente. Os ossos se reconstruiram. Seguidos pelos tendões, músculos e pele. Em poucos segundos seu braço estava totalmente recuperado. A criatura se debatia tentando se soltar. Mordia o braço que a segurava, porém seus esforços eram em vão. Yeol não demonstrava nenhum sinal de dor, os ferimentos eram curados instantaneamente. As mordidas não lhe significavam nenhum perigo.
Yeol olhou nos olhos da criatura com extrema frieza a deixando apavorada. A criatura se debatia em desespero e emitia um som similar a um cachorro chorando. Yeol calmamente colocou suas mãos na boca da criatura e sem muita dificuldade a partiu ao meio. O sangue se espalhou pelo corredor e as entranhas da criatura caíram no chão. Yeol olhou fixamente para o coração da criatura que ainda pulsava com grande dificuldade e o esmagou com seus pés.
Yeol ficou imóvel, sem expressão. Lentamente a eletricidade que envolvia seu corpo começou a esvair, seu cabelo caiu sobre seus olhos e outra mecha se tornou branca. A pressão exercida em seu corpo foi mais do que pode suportar. Ele caiu desmaiado próximo ao restos da criatura. Desacordado teve visões novamente. A moça de cabelos vermelhos ressurgiu. Ela o puxava pela mão enquanto sorria, porém parte de seu rosto ainda estava embaçado impossibilitando que ele a reconhecesse. Aquela visão alegre não durou muito tempo, num piscar de olhos Yeol retornou ao quarto escuro de seu primeiro pesadelo. Suas mãos estava manchadas de sangue e a moça de cabelos vermelhos estava deitada aos seus pés. Ele tentava desesperadamente limpar o sangue de suas mãos, porém só estava se sujando ainda mais. Então tudo escureceu novamente.

— Yeol! Yeol acorda! — gritou Emilly

Os gritos foram o suficiente para acorda-lo, mas ele ainda estava debilitado devido a batalha.

— como você está se sentindo? — perguntou Emilly preocupada.
— um pouco tonto e cansado. Ainda estou confuso com tudo o que aconteceu, ao menos eu descobri algumas coisas. — disse Yeol.
— que coisas seriam essas? —
— quando desmaiei tive outro pesadelo mas o importante veio depois disso. As memórias simplesmente voltaram. Pude ver tudo o que aconteceu naquele corredor lá em cima. Eu estava acorrentado, durante todo o tiroteio a criatura cortou minha cabeça com uma daquelas patas de aranha e eu cai naquele buraco. Eu era a cobaia que você estava levando pra o  laboratório. — explicou Yeol.
— não consegue se lembrar de mais nada? Como você chegou aqui? Que tipo de experimento é você? — perguntou Emilly curiosa.
— infelizmente não consigo me lembrar de mais nada. Mas o que me deixou confuso foi a perda de memória. A queda não foi tão grande pra causar algum dano ao cérebro, então por que eu esqueci o que aconteceu no corredor? —
— deixando isso de lado, eu preciso que você faça uma coisa para mim. —
— o que seria? — perguntou Yeol franzindo as sobrancelhas.
— preciso que você passe um pouco do sangue da criatura em mim para que eu possa adiciona-la ao meu banco de dados e rastrear outras. — explicou Emilly.
— ok... — respondeu Yeol desconfiado.

Yeol retirou o cubo que continha a consciência de Emilly da mochila e esfregou o sangue da criatura.

— isso pode levar alguns minutos, é um processo demorado. Você pode ir  andando enquanto isso. — disse Emilly.

Yeol se levantou com dificuldade, juntou as coisas que foram espalhadas durante a batalha contra a criatura e se dirigiu ao elevador. A energia havia sido restaurada durante o tempo q passou desacordado.
Ao entrar no elevador se apoiou na parede para apertar o botão e logo em seguida se sentou no chão.

— como está indo a análise? —
Emilly permaneceu em silêncio
— não tá muito afim de conversa né? Entendo... — disse Yeol com ironia.

O elevador estava mais lento que antes mas Yeol estava muito cansado para reclamar dessa vez. Ele fechou os olhos por um momento, mas antes que pudesse descansar o elevador parou.

— quando eu quero quero que vá devagar você chega rapidinho ein. — disse Yeol abrindo seus olhos.

Ele rapidamente percebeu que algo estava errado. A energia havia caído novamente, mas ele não tinha forças para subir as escadas. Ele tentou falar com Emilly mas não obteve resposta. Yeol permaneceu sentado esperando que Emilly o respondesse ou que o elevador voltasse a se mover, o que viesse primeiro. Com alguns minutos o elevador voltou a funcionar e ele ficou se perguntando o que poderia ter acontecido.

— foi outro ataque das criaturas ou apenas mau funcionamento das máquinas? — Yeol perguntou a si mesmo.

Após pensar bastante ele fechou os olhos e dormiu sem muitos problemas. 30 minutos depois o elevador finalmente chegou ao destino.

— chegamos Emilly! — disse Yeol
Novamente sem resposta.

Ao abrir das portas Yeol se deparou com outro em péssimas condições. A criatura passou por aqui. Pensou ele.
Yeol se aproximou dos corpos e começou a vasculha-lhos em busca de munição. Em um dos corpos do que pareciam ser um oficial ele encontrou um cartão de acesso vermelho. Yeol não sabia como e onde o usaria mas tinha certeza que seria útil em algum momento. Após retitar tudo o que podia carregar dos corpos tentou novamente se comunicar com Emilly que finalmente demonstrou algum sinal de vida.

— deu tudo certo na sua análise? — perguntou Yeol.
— sim! Demorou mais do que eu esperava mas foi bem sucedido. — disse Emilly.
— e o que você descobriu? —
— não foi nenhuma surpresa saber que a criatura não era algo natural e sim resultado de experimentos. Mas não apenas com cachorros e aranhas como eu havia imaginado. Tambem encontrei DNA de leopardo o que explica sua velocidade e continha DNA de vários insetos venenosos.  Por isso você ficou tão debilitado. — explicou Emilly
— realmente faz sentido. — respondeu Yeol pensativo com a explicação.

  Eu achei que estava debilitado por
  causa da transformação no meu
  corpo durante a luta com a criatura,
  mas a explicação do veneno é bem
  plausivel.

mas temos um problema... — disse Emilly hesitante.
— qual o problema? — perguntou Yeol preocupado.
— tem mais criaturas vivas. Eu consegui rastrear mais 3, mas pode haver mais deles espalhados pela instalação. —
— isso é muito ruim. Eu tô com pouca munição e não sei se consigo usar aquilo de novo. —
— o que seria "aquilo"? — perguntou Emilly confusa.
— ficar de cabelo em pé, super força, ficar soltando faísca... tipo isso. Eu não dei um nome ainda. — explicou Yeol.
— ok... não precisa se preocupar com isso por enquanto. Elas estão bem longe daqui. Vamos ficar em recuperar meu corpo, nos estamos quase lá. —
— certo. Pode dizer o caminho. —
— espera aí! Eu localizei uma chave de segurança nível 5. Com ela nos podemos acessar qualquer, podemos até fazer alterações na reconstrução do meu corpo. —
— tá falando desse cartãozinho vermelho? —
— isso é perfeito! Se eu tivesse perna eu pularia de alegria! — disse Emilly alegre.
— ok... já entendi que você está feliz. Pra onde nós vamos agora? —
— nós estamos bem próximos.  Siga em frente e vire a direita na primeira a esquerda. —

Emilly o guiou durante o caminho ate seu quarto. Após alguns minutos andando finalmente estavam na porta de seu objetivo.

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