O assunto pendente tinha nome e sobrenome: Wesley Dimarco.
Já havia explicado e conversado com suas amigas, as quais sentia muita falta, e já conversara com seu pai — bom, em partes.
Foi por isso que respirou fundo naquela noite e decidiu que, na manhã seguinte, falaria com o rapaz para o qual se declarou enquanto estava completamente bêbada, mandando uma mensagem relutante para Wesley pedindo para que a visitasse no dia seguinte.
Se Rachel estivesse aqui, a faria resolver isso imediatamente, a loira odeia quando Dalila deixa de resolver assuntos pendentes e importantes.
Suspirou em sua cama, estava cansada demais para pensar em Wesley, suas amigas ou seu pai. Estava cansada daquela encrenca em que se metera, queria desaparecer para então não precisar encarar suas consequências. Sem querer, jurou ela, sua mente projetou o rosto sorridente de Jack.
Ah, Jack, o lindo e idiota rapaz que jamais veria novamente.
Antes de esconder o rosto entre seu travesseiro e finalmente mergulhar em sono profundo, Dalila se perguntou se aquele pensamento deveria ser bom ou ruim.
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Não dormira bem naquela noite, acordara diversas vezes por conta de pesadelos, graças a todas as suas preocupações. Sentia saudades do conforto de seu quarto e especialmente da maciez de sua cama, mas isso não fora o bastante para que tivesse uma noite tranquila.
Depois de um bom banho e café da manhã, Dalila se viu preparada para conversar com Wesley, mesmo passando o restante da manhã ansiosa.
A ruiva poderia jurar ter ouvido seu coração bater perto de sua orelha quando a campainha de sua residência tocou as exatas três horas da tarde. Sabia que não tinha mais volta e que não poderia mais se esconder, e isso só a deixou pior.
Respirou fundo antes de abrir a porta, se deparar com o rosto sorridente de seu melhor amigo e sentir seus braços a envolvendo em um singelo abraço.
— Senti tanto a sua falta. — Ele disse segundos depois de a soltar.
— E-eu também. — Respondeu a ruiva, ainda estava em pé perto da porta, o rosto demonstrando seu choque. — Senta.
Apontou para o sofá, apreensiva. A porta estava aberta, era sua última chance de fugir daquilo. Poderia pegar sua bicicleta e ir até a sua sorveteria favorita, relaxar e só então olhar para Wesley de novo.
Arrepios percorreram seu corpo ao se imaginar andando de bicicleta e flashes daquela noite voltaram à tona.
Dalila não tocaria em uma bicicleta tão cedo.
Voltou seu olhar para o rapaz, que continuava a sorrir abertamente para sua amiga. Era errado falar para ele que aquilo fora um erro, pois ela de fato sentira algo por ele, mas seu coração se partia só em imaginar falar que o amava.
A questão era que Dalila não nutria mais sentimentos pelo seu melhor amigo, pelo contrário, não conseguia mais vê-lo além de um bom companheiro e conselheiro nas horas vagas. Sua atenção tinha sido voltada a um único rapaz do qual ela jamais admitiria sentir algo.
Não era justo continuar alimentando Wesley com falsas esperanças de um possível romance entre eles, deveria abrir seu coração e encarar essa situação de frente, como tanto pensou em fazer ontem a noite.
Foi por isso que respirou fundo e sentou ao seu lado, fazendo o possível para se acalmar, encarou um ponto específico da decoração de sua sala de estar e começou a falar:
— Olha, eu não sei como falar isso para você, então serei direta. Você lembra quando eu disse que sentia algo por você, certo? — Mordeu o lábio inferior e o encarou, com medo da forma como ele reagiria com suas palavras seguintes.
— Claro que lembro!
— Então, acontece que naquele momento eu realmente gostava de você e queria ser mais do que sua amiga, mas aconteceram algumas coisas nesse tempo em que estive fora e... não acho que ainda goste de você dessa forma. — Suspirou. — Eu adoro a nossa amizade e fui muito idiota em me declarar para você naquele dia, ainda mais completamente bêbada daquela forma. Eu sinto muito mesmo, Wes.
O silêncio que veio em seguida quase fez com que o coração de Dalila saísse por sua boca. Wesley a encarava sem dizer uma palavra sequer, a preocupando ainda mais.
— 'Tá tudo bem.
— Eu sei, eu não deveria ter di- — Parou, chocada. — O que você disse?
— É óbvio que está tudo bem, Dalila, eu sou seu melhor amigo! Sempre estarei ao seu lado pro que você precisar. — Ele sorriu, a contagiando. — Admito que eu não sentia algo tão grande por você também, mas tive medo de dizer isso e a magoar.
— Sério? Eu estava com tanto medo de você reagir mal!
— Não acredito que depois de todo esse tempo você ainda acha isso de mim. — Dalila riu com a forma divertida de Wes e o abraçou forte.
Estava muito contente com a forma como o rapaz reagiu a suas palavras, sentindo uma enorme calmaria em seu peito.
— Tem outro na jogada, não tem? — Borboletas se agitaram em seu estômago e seu sorriso cessou quando Dalila acenou com a cabeça. — Eu sabia, e por que ele não está aqui com você?
— Porque eu rejeitei ele.
Não houve tempo para que a ruiva raciocinasse o que aconteceria, quando percebeu, Wesley havia estapeado seu braço.
— Ai! Que tipo de assédio é esse? — Exclamou, fazendo cara feia para o rapaz.
— Qual é o seu problema? Você acha o amor da sua vida e o rejeita?
— Ele não é o amor da minha vida.
— Para mexer com você em um curto período de tempo como esse, amor, ele é sim.
Ouch! Essa doeu. Jack havia sim mexido com a ruiva e ela havia sim se apaixonado por ele. Ele era uma das coisas que tomava boa parte dos seus pensamentos ultimamente.
— Você tem razão. — Admitiu, sabendo que soaria ridículo caso negasse, estava mais do que óbvio.
— E você está esperando o que para ir atrás dele? — Wesley suspirou, acariciando a mão da amiga. — Dalila, se você gosta dele, então apenas siga seu coração. Conheço você muito bem para saber pelo seu jeito que ele não é alguém qualquer.
Ele estava certo, tinha que seguir seu coração pelo menos uma vez na vida e parar de ser tão racional. Estava na hora de finalmente ter seu final feliz com alguém.
— Mas antes eu preciso esquecer a minha mãe. — Soltou, ignorando a expressão confusa no rosto de Wesley.
Saiu correndo para seu quarto, pegando uma bolsa e colocando tudo o que achou necessário para uma pequena viagem. Voltou para a sala de estar e deixou um recado para seu pai, avisando para onde iria e o mandando ir se ferrar caso decidisse não dar a mínima para o que ela sentia novamente.
— Wes, muito obrigada pela conversa, mas eu preciso ir pro Alabama!
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oi pra você que ainda lê accident. eu sei que a att demorou, sinto muito por isso e por esse ser um capítulo meio parado, mas é necessário.a fanfic tá acabando e eu to bem triste e orgulhosa, é a minha fav.
Até a próxima,
Nany 「❀」
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accident.
Fanfictionjack gilinsky | ❝ Eu conheci você por acidente, e quero ter mais como esse. ❞ Onde depois de um pequeno acidente, Dalila acorda no quarto de Jack. started on september 10th #1 in magcon; november 22nd cover by lunchboxf copyright, 2019 © sfgilinsky