✦| eight

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Seus braços rodearam o corpo de Aalyah. Ela era pequena, em comparação a Dalila, o que fez o corpo da ruiva praticamente esmagar o pequeno corpo dela.

— Obrigada pela companhia, Lyah. — As duas trocaram sorrisos e Dalila se direcionou a Shawn, que depositou um beijo em sua bochecha.

Isso fora o suficiente para deixá-la vermelha da cabeça aos pés.

Por último e não menos importante, Dalila se direcionou ao loiro, que a encarava com uma expressão triste. Jack odiava despedidas, principalmente quando elas vinham de alguém cujo loiro possuía afeições.

— Ei, vem cá. — Chamou a ruiva estendendo os braços. — Muito obrigada por tudo, prometo que o visitarei quando puder.

— E que vai me ligar assim que chegar em casa, e que vai me mostrar seu quarto e sua coleção de funko's. — Ele completou, depositando um beijo na testa de Dalila. Era engraçado como em tão pouco tempo, se tornaram grandes amigos.

— Prometo.

— Vamos logo. — Apressou Gilinsky.

Dalila saiu da casa e adentrou o Jeep Preto parado em frente ao jardim, Jack logo apareceu ao seu lado e começaram seu caminho para Lincoln. A primeira meia hora de viagem foi de um Jack comendo um sanduíche que comprara em uma loja de conveniência e uma Dalila irritada com um mapa.

— Quanto tempo exatamente leva pra chegar a Lincoln? — Questionou a ruiva enquanto olhava o mapa em suas mãos.

— Duas horas e meia. — Respondeu Gilinsky com a boca cheia.

— Se nós estamos aqui... devemos chegar neste posto em cerca de-

— Quarenta minutos. — Ele interrompeu sua fala.— Precisamos parar para abastecer.

— Você não abasteceu na nossa última parada? — Perguntou Dalila vendo Jack abocanhar novamente seu sanduíche. — Não me diga que você ficou azarando aquela recepcionista e não fez seu trabalho...

Ele riu presunçoso ao seu lado, o que esgotou a paciência da ruiva. Dalila pegou o sanduíche da mão livre de Jack e o jogou pela janela, ouvindo o moreno reclamar.

— Eu estava comendo isso! E não tenho culpa se ela me deu mole, ok? Não banque a santa, Foguinho, você deu em cima de dois dos meus amigos.

— Eu não dei em cima deles! Os dois foram gentis comigo e eu fiz o mesmo. Qual é o seu problema com isso? É ciúmes? — Indagou a ruiva, vendo o rapaz pigarrear antes que apertar o volante com as duas mãos.

— Por que eu teria ciúmes de você? Uma ruiva mimada que se acha no dever de encher a cara e não ligar para as consequências. — Gilinsky indagou, encarando a expressão incrédula no rosto de Dalila. — Não deveria tê-la ajudado naquele dia, olhe onde estou agora!

— Eu não pedi pela sua ajuda ou pela ajuda do loiro, poderia muito bem me virar, e quem é você para falar como se fosse meu pai?

— Eu sou- — Naquele momento um grande barulho vindo do carro calou Jack Gilinsky.

Parando com tudo na rodovia nada movimentada, o carro desligou, deixando o garoto e a garota de olhos arregalados.

— O que foi isso?

— Acho que a gasolina acabou.

— Isso é tudo culpa sua! — A ruiva gritou, pegando sua mochila e saindo para fora do carro. Confuso e irritado, Jack fez o mesmo.

— Foi você quem pedalou de bicicleta por aí alcoolizada, você deveria me agradecer por estar te ajudando.

A ruiva parou de andar, virando na direção de Jack. Seus olhos se encontravam marejados, estava prestes a chorar de frustração. Não conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

— Será que da para você usar outro argumento além desse?

— Você está chorando? — Perguntou o mais alto, chocado por tal reação vinda de Dalila.

— Não, não estou chorando.

— Seus olhos estão vermelhos e lacrimejantes...

— Eu não estou chorando, já falei.

— ... E seu rosto está um pouco inchado, sem contar nas suas mãos que não param quiet-

— EU SOU SENSÍVEL, OK? É isso que você queria ouvir? — Dalila gritou, limpando as lágrimas em seu rosto.

— Ei, ei, ei, que tal mantermos a calma? Vamos tentar encontrar algum lugar onde possamos pedir ajuda. Vai ficar tudo bem, ok? — Jack sugeriu, tentando de alguma forma interromper o mar de lágrimas que saía livremente pelos olhos da ruiva.

— Você sabe que não vai ficar tudo bem, mas não custa nada tentar. Se eu for sequestrada, estuprada ou até mesmo morta, eu juro por tudo que é mais sagrado que eu infernizarei a sua vida.

— Qual parte do manter a calma você não entendeu? Vai ficar tudo bem, relaxa. — Jack não sabia dizer o porquê estava tentando acalma-la, ele só não queria vê-la chorando novamente.

— Como pode ser tão ogro? — Dalila disse, começando a andar novamente.

— Sou um protótipo de Shrek, esqueceu?

Andaram por vinte minutos, até o clima começar a fechar e, por sorte, se depararem com uma construção antiga e adorável. Não perderam tempo ponderando se deveriam ou não incomodar os moradores daquela casa, foram logo batendo na porta, estavam exaustos e precisavam de ajuda.

Uma velhinha os atendeu e os convidou a entrar com um dos sorrisos mais simpáticos que Dalila e Jack já viram. Dentro da residência conheceram seu marido, Jonas, e logo suspiraram aliviados ao descobrirem que poderiam passar a noite ali e poderiam contar com a ajuda do senhor de idade.

Entretanto, como a vida não é um mar de rosas e o destino com certeza não simpatiza com Dalila, uma condição intrigante passou pelos lábios da mais velha, cujo nome era Sônia:

— Como ja comentamos, tem mais um casal hospedado aqui, e como deu para perceber, eu e meu marido nos amamos muito. Por isso apenas hospedamos casais com uma química tão parecida com a nossa e que nos lembram nossa juventude. Pelo o que vejo, vocês dois tem uma química e tanto, hein? Namoram a quanto tempo?

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