DALILA
Fiquei muito feliz quando Sônia me disse que eu poderia usar seu telefone para ligar para minhas amigas.
Conversei com Louise e Rachel, que estavam juntas na residência de Louise, elas me contaram que ficaram preocupadas e com saudades, eu as acalmei dizendo que estava tudo bem comigo e que logo estaria em casa.
Louise me disse que meu pai está muito bravo e que quando chegasse teria que enfrentar a fera, não o culpo por tal comportamento, mesmo tendo dezenove anos ainda moro em sua casa.
Quando aquele nome masculino saiu pelos lábios de Rachel, senti meu coração acelerar dentro de meu peito. Não tive muito tempo para pensar sobre as coisas que disse a Wesley, mas não me arrependo do comportamento que tive, pelo menos agora ele sabe como me sinto.
Nos despedimos e eu ouvi a porta da frente da casa dos Rodriguez bater com uma força estrondosa, imaginei que fosse Jack e o chamei, mas não obtive resposta.
Eram onze horas da manhã quando me disponibilizei a ajudar Sônia com os preparativos para o almoço que viria em breve, a manhã só não passou em silêncio graças às histórias engraçadas que a senhora de idade me contava.
Não o vi a manhã inteira e nem na hora do almoço, ele e o senhor Rodriguez não vieram almoçar conosco e a feição de incômodo era nítida em meu rosto, não queria preocupar Sônia mas não conseguia parar de pensar no porquê de tal comportamento repentino vindo do moreno.
Por um momento eu quase não me contive e saí a procura dele, que apareceu no exato momento que os ponteiros do relógio da sala de estar apontaram duas horas. Eu sorri para o senhor de meia idade e olhei para Jack que não devolveu o olhar, na verdade, não olhou uma vez sequer para mim.
— Foi muito bom passar esse tempo com vocês, senhor e senhora Rodriguez, muito obrigada pela hospitalidade. — Agradeço dando um abraço apertado em cada um.
Jack faz o mesmo com o sorriso mais falso que já vi, não que eu o conheça tão bem assim, mas tenho quase certeza que algo em mim está o incomodando.
Saímos da aconchegante casa e entramos do Jeep do moreno que estava em perfeitas condições, não ousei falar nada sobre o comportamento dele pois talvez apenas queira um momento só para si.
A viagem estava sendo tranquila, sem mais problemas para enfrentarmos nem casais de idosos para fingirmos que namoramos, apenas uma viagem tranquila em completo silêncio. Droga, isso está me matando!
Finalmente estávamos nos dando bem, não trocávamos mais farpas, havia parado de chamá-lo de ogro e ele de me chamar de foguinho, até dormindo juntos e uh... abraçados.
Infelizmente eu estava consciente que no meio da noite havíamos acabado naquela posição, e não me arrependo de ter me aconchegado em seus braços mas, caso alguém pergunte, eu NUNCA desejei aquilo!
— Jack? — O chamei enquanto fixava meu olhar em minhas mãos.
— Sim? — Ele respondeu com o olhar fixo na estrada, parecia indiferente.
— Aconteceu alguma coisa? — Pude perceber seu maxilar travar e seu cenho franzir, só entendi sua reação quando olhei para frente e vi um aglomerado de pessoas no meio da estrada.
Parecia ter alguém no meio deles, percebi depois de alguns minutos que se tratava de uma mulher vestida de branco da cabeça aos pés, uma noiva!
Jack freiou o carro de forma abrupta e eu quase bati no painel do mesmo, ele olhou para mim e quando constatou que não estava machucada saiu do carro às pressas.
— Parece que minha pergunta vai ter que esperar... — Suspirei e desci do carro também.
Enquanto caminhava até o burburinho de pessoas me perguntei porquê essas coisas aconteciam comigo e porquê não poderia ter uma viagem favorável, sem nenhuma interrupção. Custava muito?
— Qual é o problema? — Jack perguntou e eu esperei ansiosa ao lado dele por uma resposta.
— O vestido de casamento dela rasgou e a banda que iria tocar não apareceu. — Um homem alto que vestia um terno azul se destacando dos demais comenta a nossa frente.
Me apertei entre as pessoas ao redor da noiva e pus meus olhos em seu vestido, percebendo que não era um rasgo tão complicado, poderia ser facilmente ajustado. Porém ela não parecia entender e encarar essa situação muito bem, já que parecia extremamente emotiva.
— Eu posso concertar o vestido e você pode cantar. — Sugeri a Jack que revirou os olhos.
— E lá vai você, querer bancar a heroína! — Respirei fundo antes de olhar bem dentro dos seus olhos castanhos, que não retribuíram, e explodir baixinho.
— Você vai querer discutir agora ou ajudar essa pobre mulher que só quer ter um casamento feliz? Não sei porquê está me evitando o dia todo mas agora definitivamente não é hora para isso.
O mais alto cruzou os braços e mordeu o lábio inferior, antes de voltar seu olhar para a noiva.
— Você sabe porquê estou assim...
— Não, não sei, por que você não me conta? Que tal? — Peguei em seu braço o obrigando a se virar para mim, odeio falar com alguém que não está dando atenção.
— Nós podemos ajudá-la! — Ele diz para quem suponho seja o noivo, fugindo assim da minha pergunta mais uma vez.
— Podem? — Perguntou a noiva. Concordamos com um aceno e ela sorriu animada. — Ah que maravilha! Estava quase chorando. Ruiva, você vem comigo!
Arregalei meus olhos e comecei a ajudá-la a ajeitar o vestido para que pudéssemos andar, em seguida caminhando ao seu lado até uma enorme mansão.
— Graças a Deus! Achei que ela fosse desistir de casar comigo. — Ouço o noivo sussurrar e dou risada.
A viagem terá que esperar mais algumas horas.

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accident.
Fanfikcejack gilinsky | ❝ Eu conheci você por acidente, e quero ter mais como esse. ❞ Onde depois de um pequeno acidente, Dalila acorda no quarto de Jack. started on september 10th #1 in magcon; november 22nd cover by lunchboxf copyright, 2019 © sfgilinsky