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— Será que ela morreu? — O loiro suspirou pensativo. — Se ela morreu onde a gente vai jogar o corpo?

— Para de ser idiota, Jack.

A garota deitada na cama espaçosa levou a mão até o rosto coçando os olhos, ainda dormindo. Os dois rapazes a encaravam atenciosos e intrigados.

— Ela não vai acordar não? Está dormindo a mais de dez horas. — Johnson levou a mão a testa batendo na mesma com as palavras de Gilinsky.

— Primeiro que ela estava completamente bêbada e sofreu um mini acidente, deixe ela descansar. Segundo que, você dorme mais que ela e ninguém reclama.

— Você diz isso porque ela não tá deitada na sua cama. — O moreno apontou para a garota desconhecida que ainda dormia.

Ou pelo menos era isso que eles achavam.

Assim que a ruiva abriu os olhos e avistou dois garotos em cima de si gritou como nunca. Não sabia o que estava acontecendo e ver dois desconhecidos a observando não é uma recepção calorosa.

— QUEM SÃO VOCÊS? — Dalila se sentou na cama e levou a mão até o braço que doeu com o esforço. Estava enfaixado e com um adesivo de coraçãozinho. Logo tratou de tirá-lo, o que deixou Johnson desapontado.

— Não trate de tirar o curativo também por favor, demorei horas vendo vídeos no youtube de como fazer.

Gilinsky chutou de leve o pé de seu melhor amigo, sorrindo forçado.

— Uh... então, desculpe por essa recepção nada agradável.

— Tudo bem, eu acho. — Ela olhou em volta percebendo o ambiente ser desconhecido ao seus olhos. Não lembrava de quase nada da noite passada e muito menos de como foi parar ali. — Onde estou?

Os garotos se entreolharam e Gilinsky tomou a palavra, respondendo por fim:

— Na minha cama.

— Na nossa casa...

— Não, ela está na minha cama, não está vendo?

— Jack, para de birra! — Johnson sussurrou voltando seu olhar para a ruiva. — Voce está na nossa casa, encontramos você ontem a noite, aparentemente sofreu um pequeno acidente de bicicleta e estava rindo muito, então resolvemos trazer você para cá.

— E por que não me levaram para um hospital? — Dalila estava incrívelmente calma, talvez fosse a ressaca.

— Não achamos que seria caso de hospital, até porque foi só um pequeno arranhão no braço direito e um corte no joelho. — O loiro respondeu todo orgulhoso de si, além dos vídeos no youtube, nove temporadas de Grey's Anatomy foram vistas alguns meses atrás.

— Ok, uh, quem são vocês?

— Ela nunca ouviu falar da gente?

O moreno recebeu mais um cotovelada da parte do loiro, retrucando algo inaudível para o mesmo.

— Eu sou Jack.

— E eu também.

— Eu sou Jack Johnson e ele Jack Gilinsky.

— Dalila.

A garota se esforçou para sair da cama, causando olhares trocados entre os garotos no quarto. Talvez ainda devesse descansar mais um pouco, era provável que estivesse de ressaca.

— Jack, vá pegar remédio no seu quarto. Ela deve estar de ressaca. — O moreno ordenou, observando a expressão da ruiva a sua frente.

— Por que eu?

— Porque sim, vai logo.

Assim que Johnson saiu do quarto, Jack se voltou para Dalila afim de a ajudar no que estava fazendo. A garota estranhou, ela não os conhecia e, pelo o que ouviu sua vida toda, não deveria confiar em estranhos.

— Não vou te machucar. — Tranquilizou Gilinsky ao perceber que a garota havia se afastado quando estendeu a mão em sua direção.

— Não tenho medo de você.

— Oh, não, não foi isso que eu quis dizer... Você é bem corajosa, tão corajosa quanto a Stelar. — Jack disse com um sorriso estampado em seu rosto.

— Está zombando de mim? Quem é Estelar?

— O que? Eu? Não, eu.. deixa pra lá. — O garoto quis se estapear naquele momento. — Quer ajuda pra tomar um banho?

— Você é um tarado, sabia? — Ela exclamou devida a tamanha atrocidade do rapaz.

— Não! Não desse jeito, mil desculpas. — Disse juntando as mãos em frente à seu corpo. Definitivamente, Jack deveria ficar calado.

Johnson logo voltou ao quarto, chamando a atenção da garota pro comprimido em sua mão e livrando a barra de Gilinsky.

— Se preferir você pode ir tomar um banho. — Johnson, mais cauteloso que Gilinsky, sugeriu a Dalila. — Vou fazer café da manhã pra gente.

— Bro, você tem certeza? Não prefere pedir algo pelo Uber Eats?

— Está insinuando que eu não sei cozinhar?

— Estou. — O moreno respondeu, recebendo um olhar fuzilante do mais baixo e uma risada vinda da garota.

Ela tomou o remédio junto da água entregue pelo loiro e negou com a cabeça em direção a pequena discussão dos dois.

— Vocês são hilários.

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