DALILA
Jack tossiu exasperado quando ouviu as palavras de Sônia, eu, por outro lado, não parava de encarar a senhora a nossa frente, a olhava como se tivesse visto algo de outro mundo.
Ela não deve estar falando sério, é até hilário me imaginar ao lado de alguém como Jack Gilinsky, totalmente oposto a mim, como ela pode ver química entre nós?
Nunca tive uma conversa civilizada com esse cara pois tudo o que ele sabe fazer é me responder com grosseria.
Jack vira seu olhar para mim e eu começo a ponderar quais são nossas opções:
1. Não há nenhuma outra casa por perto, estamos cercados de mato.
2. Está chovendo muito, sem chance de voltarmos para onde está o carro.
3. Mesmo se der não quero passar a noite em um Jeep, é desconfortável.
4. Não temos outra opção se não fingirmos sermos um casal. Oh droga.
Respiro fundo antes de levar minha mão até a de Jack e entrelaçar seus dedos nos meus. No início ele não se move, mas por fim acaba rendendo e apertando minha mão. Sua mão estava quente e pude ver em seus olhos que ele estava rezando para que tivéssemos tomado a decisão certa.
— Então, estão juntos a quanto tempo? — Sônia sorriu assim que viu nossas mãos juntas e fez o mesmo gesto com o marido.
— Um ano... — Respondi.
— Quatro anos... — Jack respondeu junto a mim, sorrindo de lado ao ver minhas sobrancelhas arqueadas. — Acabamos terminando entre esses quatros anos e um ano faz que voltamos definitivamente.
— Sabe como é, Jack pode ser um pouco difícil de lidar às vezes. Acabamos discutindo por coisas que agora vemos como bobas, não é, lovezinho? — Sorri forçado em sua direção, me inclinando sobre seu braço, Jack engole em seco antes de concordar.
— Que casal adorável! Já que demonstraram se amarem tanto, vamos lhe mostrar o quarto em que passarão a noite. — Disse Jonas.
— Claro, venham comigo. — Sônia se levantou, sorridente.
O quarto não era pequeno, possuía até uma varanda com vista para a frente da casa e um banheiro minúsculo, mas que servia. Engoli em seco quando vi que possuía apenas uma enorme cama de casal no cômodo.
— Vi que não possuem malas, por isso reservei algumas peças de roupas para vocês, caso queiram.
— Muito obrigada. — Ela nos deixou a sós e o silêncio pairou em meio a mim e Jack.
Observo melhor o quarto e paro novamente meu olhar na cama de casal, Jack acompanha meu olhar e estreita os olhos.
— A cama é minha! — Grito primeiro o vendo arquear as sobrancelhas. — Falei primeiro.
— Isso não é justo, você sabe disso. — O moreno leva suas mãos até sua cintura e me olha incrédulo. — Que tal Joquempô?
— Pode ser. Jo... quem.... pô. — Estendemos nossas mãos e Jack pragueja alto. Eu havia ganhado, Jack jogou pedra e eu papel. — Como eu disse antes, a cama é minha.
Não me jogo na mesma pois estou encharcada, mas tenho muita vontade de me deitar e não sair mais dela. Sorrio de canto para o moreno e pego as peças de roupas entregues por Sônia, caminhando em direção ao pequeno banheiro.
— Irei tomar um bom banho, vê se some da minha frente. — Jack leva suas mãos a cintura e sorri.
— Será um prazer! — Exclama ele.
Não demoro muito no banho, quando percebo já estou analisando como o vestido vermelho florido caía bem em meu corpo, mas ainda estava um pouco insegura. Era um vestido agradável e muito bonito, porém eu me sentia de volta à época em que vestidos como esses eram comuns em meu closet graças a minha mãe, que adorava me vestir como uma boneca.
Lembrar dela não só me entristece como também me deixa furiosa e com certa inveja, queria ter a despreocupação que ela teve em ir embora sem mais e nem menos.
Empurro meus pensamentos para lá, não era hora de pensar nela.
Quando desço as escadas para o primeiro andar, sinto um cheiro delicioso vindo da cozinha e, delicadamente, me encaminho até a mesma. A visão que tive me deu vontade de rir, Jack Gilinsky estava cozinhando.
— Está pensando em por fogo na cozinha? — Sussurro me apoiando no batente da porta de entrada.
— Sônia e Jonas foram para o quarto e eu decidi que seria uma boa não morrer de fome... — Ele para de falar quando seus olhos se direcionam para mim.
Sinto seu olhar analisar todos os mínimos detalhes de meu corpo até finalmente ir de encontro ao meu, que esperava ansiosamente pelo dele. Jack vestia uma camisa de botões, seus cabelos ainda se encontravam molhados e tinha um avental por cima da roupa com os dizeres "Melhor mãe do mundo".
Ficamos nos encarando por alguns segundos, até eu finalmente desviar o olhar e limpar a garganta.
— Não me diga que você sabe cozinhar. — Solto uma risada nervosa e o moreno faz o mesmo, engolindo em seco.
— Diferente de J, eu sei algumas coisas. Está com inveja, Foguinho?
— Longe de mim ter inveja de você, Shrek. — Ele revira os olhos e eu volto a falar: — No que posso ajudar?
— Pode ajudar ficando longe.
— Estava demorando mesmo, vai continuar me dando motivos para chamá-lo de ogro, não é? — Arqueio minhas sobrancelhas e o rapaz da de ombros. — Tudo bem, não irei estragar o seu momento.
— Obrigada, amor. — Ele me provoca e eu não deixo de lhe mostrar o dedo do meio.
— Odeio você.
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lembram do vestido que está na introdução da Dalila? pois é, rs.
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accident.
Fanfictionjack gilinsky | ❝ Eu conheci você por acidente, e quero ter mais como esse. ❞ Onde depois de um pequeno acidente, Dalila acorda no quarto de Jack. started on september 10th #1 in magcon; november 22nd cover by lunchboxf copyright, 2019 © sfgilinsky