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m a y a

Acordei com o barulho do despertador. O barulho dessa vez foi mais alto que o normal. Minha mãe tinha passado alguma coisa ontem nesse quarto e o cheiro de perfume era perceptível, e me deixava enjoada.

Ficava cada vez mais difícil de levantar da cama, desde que o clima fica cada vez mais fechado. Mas eu não tinha muitas opções.

Fui até o banheiro e fiz o que tinha que fazer, e dessa vez eu tive que colocar uma jaqueta em cima do meu moletom. Acredite, ninguém gostaria de sentir o frio dessa cidade nesses meses.

Passei pelo corredor, mesmo sem vontade. O Shawn já estava na cozinha, e pelo visto, de saída.

-Bom dia, sumido —Eu disse pra ele

-Bom dia, Maya, desculpa por sumir —Ele riu

-Tudo bem, é só o seu trabalho

-Infelizmente é

-Você tem falado com minha mãe?

-Sim, sim. A gente conversou ontem pela noite

-Ela vem ficando mais preocupada com tantas horas de trabalho... vê se dá notícias

-Eu sei, eu pisei na bola, mas eu prometo —Ele me mostrou seu dedo mindinho— que eu não vou mais sumir

-Eu confio na sua palavra —Juntei o meu dedo ao dele— Agora vai

-Deixei café pra você aqui na mesa. Tenha um bom dia na escola

-Pra você também, no trabalho

Ele pegou seu casaco atrás da porta e saiu. Eu confesso que estava com saudades do café que ele faz. Porque eu e minha mãe somos um desastre com isso, ao não ser com café da máquina, desde que é impossível você fazer alguma coisa de errada nela.

Eu já estava um pouco atrasada. Vida de caminhar até a escola não está sendo nada fácil.

Coloquei o meu copo na pia e fui pegar minha mochila. Passei no quarto da minha mãe para me despedir, mesmo que provavelmente ele ainda estaria dormindo. Mas não estava.

Ela parecia angustiada olhando para a tela do celular.

-Bom dia, mãe —Abri um pouco a porta— Tá tudo bem?

-Bom dia! —Ela levantou rápido- Claro, eu só estava olhando algumas notícias sobre as chuvas desses dias

-Claro, eu já vou indo pra escola, só vim te avisar isso, tchau

-Tchau, se cuida

Agora eu finalmente segui meu caminho até a escola, e sim, eu ainda vou falar do frio, e por sinal não sei o motivo pelo qual não está nevando.

Minha mochila estava mais pesada que geralmente. Talvez seja porque eu ando esquecendo de colocar os livros no armário.

Depois de andar o tanto quanto sempre, atravessei a rua e andei até a escola. Eu nunca vou conseguir entender o porquê que as pessoas sempre insistem em ficar na porta da escola atrapalhando a entrada.

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