Uma bala atravessou sua cabeça, espalhando seus miolos, seu corpo se debatia e contorcia enquanto seus nervos travavam, derrubando-o ao chão, fazendo um som opaco.- Era a minha última bala! E agora? -Pensou.
O som de um armário caindo e mais grunhidos vieram do fundo da farmácia, sendo possível ouvir também o som que vinha lá de fora: Era o som de uma barra de ferro sendo arrastada.
- Caralho! Fodeu! Se eu não sair logo, vou ficar cercada... - Olhou em volta - Ótimo, achei! - Falou, pegando caixas de Dipirona, Ibuprofeno, e outros analgésicos e antiinflamatórios - E por último vocês, álcool e gaze.
Andou agachada, quase rastejando pela loja para não ser percebida, se esgueirando por trás das prateleiras, tentando esconder-se e não fazer nenhum barulho.
- Eu preciso voltar pelo mesmo caminho... mas que droga! Por que esses monstros tinham que ser inteligentes? Não poderiam simplesmente ser amebados como nos livros e jogos?
A porta da loja abre lentamente e uma criatura deformada, com rosto cadavérico e o corpo boa parte decomposto surge dela. Em suas mãos, carregava uma barra de ferro enferrujado com um pedaço de concreto na ponta. Ela ficou ali parada na porta, encarando as prateleiras à procura do que causou o barulho.
- Como eu vou sair daqui? Já sei! -Pensou.
Novamente, ouviu-se um barulho vindo dos fundos. A criatura começou a andar na direção do som, olhando por entre as divisas de prateleiras do local e arrastando o pedaço de ferro.
-É agora ou nunca! - pensou, jogando uma caixa de remédios na direção dos fundos. A criatura correu em direção ao barulho pós choque dos remédios contra a parede.
Ela abriu a porta, e a criatura virou-se para ela partindo em disparada na sua direção.
Ela fechou a porta, mas a força da criatura era surpreendente, ela bateu com a barra de ferro quebrando uma parte da porta, a mulher se protegeu e continuou segurando-a. Bateu outra vez, e tentou empurrar a porta para abrir. A mulher saiu correndo para o beco, e a criatura foi atrás, berrando e arrastando a barra de ferro.
Ela jogou uma lata de lixo no chão para atrasá-la, e subiu por uma escada de incêndio, puxando a escada pra cima. A criatura ficou embaixo, tentando agarrar a escada, berrando e batendo com o ferro na parede do prédio. Ela entrou por uma janela, era a sua rota de fuga. Fechou a janela, e colocou uma tábua na frente, em seguida fechou com a cortina.
- Ai, ai... essa foi por pouco, quase virei comida de infectado - Sorriu para si mesma - Preciso atravessar mais dois prédios, descer por uma rua, e chegar no porão, Fácil! - Fez o sinal de ok com a mão.
E lá foi ela, subiu pelas escadas chegando ao terraço do prédio, a distância de um pro outro era de 2 metros, com um salto bem feito era possível pular, mas ela havia colocado umas tábuas para atravessá-los. Foi até a beirada da parte frontal do prédio e olhou a rua. Estava deserta, nenhum infectado, era o que ela precisava. "Vou rápido, antes que o jogo mude." Atravessou os prédios ligeiramente, desceu pelas escadas e foi correndo para descer a rua, logo a frente havia dois infectados.
- Oh, eu tava tão perto, vou ter que dar a volta - Correu por um beco e pulou as cercas, passando por cinco casas - Agora... é só chegar no porão. Eu vou devagarinho por aqui e... -Abriu a porta da casa - E aí, dentinho? E aí, come-come? vocês estão ótimos -Apontou para os dois infectados mortos dentro da casa, e deu uma piscadinha - Olha só, temos mais um convidado, como eu vou te chamar? Espera... -Ela se assustou - Como você entrou aqui? - Ela virou de costas surpreendida percebendo que a porta estava arrombada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quarentena
FantasyEm um mundo passando por uma quarentena, onde infectados semi mortos com incríveis capacidades destroem todos que encontram, uma médica e um policial tentam sobreviver enquanto esperam isso passar. Autores: Gabriela Teixeira e Henri Sant. Capa por:...