CAPÍTULO 6

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Acordei, vendo que lá fora o dia estava ensolarado. Levantei-me, rumo ao banheiro.
Hoje seria a festa, e eu faria de tudo para descobrir no mínimo uma pista que, nos ajudasse a chegar no pai dele.

Eu precisava de um nome, ou um país, qualquer coisa que estivesse ligado a eles, e eu tinha que estar um passo, à frente dos Croops e das outras organizações. A maioria queria o dinheiro deles, mas, a nossa família, em particular, tinha um motivo mais forte que nos levava a querer encontrá-los.

Saí do banho totalmente relaxado, e por um momento me lembrei daquela mulher, que quase me fez ter um acidente. Seria um prazer, arrancar toda aquela marra dela.

Desci as escadas e encontrei meu pai, junto com a minha mãe, sentados na mesa tomando o pequeno almoço. Me juntei a eles, pegando um pouco de café.

-Bom dia, filho – minha mãe me cumprimenta, sorridente, como sempre.

-Bom dia – dei um sorriso de canto para eles, enquanto, bebia um pouco de café.

-Alguma novidade, filho? – meu pai me pergunta, curioso.

-Vou a uma festa hoje, provavelmente, toda a escola estará lá – ponderei, bebendo mais um gole do líquido, quente – Vou tentar descobrir algo, por lá– informei e ele assentiu.

-Qualquer coisa, me avise – falou se levantando, dando um beijo na minha mãe e, bagunçando meu cabelo – vou para o galpão, nos vemos mais tarde–avisou e nós concordamos.

-Pai – o chamei antes que ele saísse, e ele me olhou – sabe se tem alguém, de outra organização, infiltrada na universidade?--questionei interessado em saber.

-Onde você está, não, ou se tem, está muito bem infiltrado – respondeu voltando à mesa e pegando uma maçã – porém, algumas organizações estão infiltradas, na NYU – mordeu um pedaço da sua fruta e deu um sorriso de canto – digamos que alguém plantou, uma pista falsa algures, por aí – falou e saiu da cozinha.

Alguém, ele quis dizer ele mesmo. Nada melhor que despistar os inimigos para conseguir alcançar seus objetivos. Se queríamos mesmo, encontrar o pai do elemento X, tínhamos que lutar, com todas as armas que possíveis, e tirar quem quer que fosse do nosso caminho. Implantar pistas e informações falsas, era uma boa estratégia, pois, enquanto eles estivessem focadas no falso, nós estaríamos dando passos à frente, com pistas reais .

Apesar que, até o momento, não tínhamos encontrado nada. Eu esperava, que na festa, ele deixasse algum rastro, qualquer coisa que nos ajudasse a avançar, porque, não iria demorar muito, até as outras organizações, descobrissem que as pistas eram falsas.
...

Peguei meu punhal e coloquei-o atrás das costas, perto da onde estava minha arma e, vesti minha jaqueta, de couro. Me olhei no espelho, arrumando meus cabelos desgrenhados e, borrifando um pouco de, perfume. Desci as escadas, encontrando minha mãe na sala, olhando fixamente a televisão, numa reportagem que passava.

- ... Oliver Graham foi morto na ICI Interpreses, nessa noite. Policias informam que, cinco homens altamente armados, segundo às câmaras da empresa, foram vistos matando Graham, mas nem um dos homens foram capturados. Ao que parece o objetivo, era somente esse, pois, nenhum material da empresa foi roubado ...—a mulher continuou falando e eu me virei, para minha mãe.

-Menos um filha da puta, nesse mundo. Será que o pai, conseguiu o chip? – perguntei, me encostando na parede.

-Provavelmente sim... seu pai tinha tudo planeado – ela respondeu, um pouco abatida. 

Minha mãe amava meu pai, e mesmo ele tendo matado um homem que, prejudicou muito ele, ela continuava o amando, só que, ela não gostava muito dessa vida de mortes, mas, aprendeu a conviver com isso e, apoiar meu pai em tudo.

Não éramos uma família tradicional e normal, porém, nos amávamos e apoiávamos uns aos outros, mesmo com todo esse sangue, em nossas mãos. Não que, matávamos inocentes, muito pelo contrário, as pessoas que matávamos eram iguais ou, piores que nós. Mesmo assim, era uma vida.

Eu tinha a plena consciência que, iria queimar no fogo do inferno.
...

Estacionei a moto em frente a grande mansão, onde estava a decorrer a festa. Várias pessoas entrando nela, diversos carros estacionados, e ainda eram apenas 10pm.

Fui caminhando devagar, até a entrada, atraindo a atenção de várias pessoas, provavelmente, pelo fato de nunca me socializar com ninguém da universidade e, de repente aparecer numa festa. Sabia que se me socializasse, seria mais fácil ter acesso a informações, só que, não fazia parte de mim, ser uma pessoa sociável.

Entrei na casa e vi tudo o que uma festa de universitários poderia ter.

Pessoas fumando

Bebendo

Transando

Dançando

Não gostava de lugares movimentados e barulhentos, mas, tinha que fazer esse grande sacrifício.

Fui passando por entre as pessoas, observando a movimentação e quem estava por ali. Tinha várias pessoas ali que, nem da universidade eram, mas, o que me chamou mais a atenção, foi aquela garota de preto, sentada no bar bebendo, o que parecia ser gim tónico.

Savannah Vanscoor

Andei calmamente, em direção ao bar e me sentei, ao lado dela, pedindo um whisky, em seguida. Senti minha pele queimar e, eu sabia que ela estava, me observando. 

Bebi o conteúdo do copo, num só gole e me levantei, me aproximo do ouvido dela.

-Eu queria muito saber, o que pensa quando, me olha – sussurrei bem baixo, vendo sua pele arrepiar, o que me fez sorrir.

-Não costumo, falar muito – ela declarou, se voltando para mim, ficando com o rosto bem próximo, do meu.

-Nem precisa ...—sussurrei, olhando para a boca dela e, mordendo meu lábio inferior.

Quando ia beijá-la, alguém esbarrou em mim e, eu me virei automaticamente, vendo um dos rapazes do time, cambalear para o lado, um pouco alterado, provavelmente, pela bebida e drogas.

-Desculpa cara, não te vi – ele falou embolado e, rindo um pouco.

Não falei nada, somente acenei com a cabeça e, ele foi embora. Arrumei meus cabelos desgrenhados, abaixando um pouco a cabeça, e com esse movimento, reparei em algo no chão.

Abaixei-me e peguei-o, reparando que era um cordão. Parecia que, tinha uma outra parte que, se encaixava nela. Mas, o que mais me chamou a atenção, foi a pequena pedra cravejada nela. 

Não tinha muita experiência com aquilo, porém, eu podia afirmar, que a pedra brilhante cravejada nela, não era falsa, muito pelo contrário.

Guardei o cordão no bolso e, me virei encontrando a Savannah, me encarando de forma estranha, talvez desconfiada, contudo, logo se recompôs.

-É feio, pegar algo que não é seu, sabia? – ela perguntou irónica, se levantando da cadeira, do bar improvisado.

-Cuide da sua vida – pedi, abrindo um sorriso, debochado. 

Me aproximei dela, dei um beijo no canto da sua boca, e me afastei, novamente. Pisquei para ela, ainda com o sorriso de canto e, saí dali.

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