CAPÍTULO 19

1.2K 102 16
                                    

Estava sentado no terraço do prédio da universidade, esperando Savannah chegar, que por sinal, já estava bem atrasada.

Olhei no meu relógio, vendo que faltavam apenas 10 minutos, para voltarmos ás aulas e ela ainda, não tinha aparecido.

Peguei o celular e tentei ligar para ela, porém, ela não atendia.

Levantei-me, peguei minha mochila e saí dali trancando a porta, de volta. Andei pelos corredores tranquilamente, como sempre, observando tudo a volta, para ver se encontrava a Savannah, em alguma parte daquela universidade, enorme.

No meio de um aglomerado de pessoas, nem uma delas era a Vanscoor, então, cheguei à conclusão que, talvez, ela não tinha ido ás aulas.

Não consegui evitar ficar preocupado, pois, ela podia estar doente ou, podia ter acontecido alguma coisa, com ela.

Tentei ligar mais uma vez, porém, caiu na caixa postal.

O sinal tocou e eu fui para a sala de aula, tentando me concentrar nela, sem deixar meus pensamentos preocupados, voarem para a mulher de roupas pretas.
...

Eu: Porquê, não veio hoje? – deixei uma mensagem, para a Savannah.

Peguei minha moto e dirigi, rapidamente, para casa. Iria treinar com meu pai, e eu estava ansioso.

Já tinha saudades da época que, ficávamos até tarde atirando e conversando, esquecendo o mundo á nossa volta. Era um momento, só nosso.

-3 minutos atrasado, Hills – meu pai disse, quando cheguei no galpão, onde iríamos treinar.

-Trânsito—falei sorrindo de lado e, indo ver as armas que tinham lá.

-Sei—ele exprimiu, rindo—pegue a PT 58 – informou se sentando numa cadeira, e eu fui até a bancada onde, estavam dispostas vários tipos de armas.

Peguei aquele que, ele mandou, colocando as munições nela.

-Fique na linha, amarela—pediu apontando para uma linha, perto de mim e eu posicionei-me nela – Atire em mim—ele disse, casualmente.

O olhei confuso, não entendo onde, ele queria chegar. Eu não atiraria no pai, de jeito nenhum.

-Pai, claro que não – falei como se, fosse óbvio.

-Atire em mim, Lucca—pediu ainda calmo e, aquilo estava me irritando.

-Pai, o que o senhor está falando? Eu não vou atirar—constatei exaltado.

-ATIRE LUCCA, BEM NO MEU PEITO—falou mais alto, apontando pro seu peito.

Sem pensar duas vezes, destravei a arma e atirei bem próximo do seu coração fazendo seu corpo ir um pouco, para trás.

Nesse momento eu arregalei os olhos, vendo o que eu tinha feito e fiquei mais espantado ainda, por meu pai ainda estar de pé.

-Se você teve coragem de atirar no seu pai, terá coragem de atirar, em qualquer filho da puta—ele disse tirando seu casaco, e revelando o colete á prova de balas que, ele estava vestido. 

Como não pensei naquilo, antes? 

-Merda pai, você me assustou—falei suspirando aliviado, passando as mãos pelo cabelo. 

-Atirar não é só saber acertar o alvo, está tudo relacionado, com a sua mente—ele explicou apontando o dedo, na minha cabeça—aprende a controlá-la, filho—aconselhou e eu assenti.

-Chega de treino, por hoje—pronunciei, dando um pequeno riso, lembrando do meu desespero.

-Como quiser. Quando quiser treinar, é só chamar—avisou fazendo graça e, empurrando meu ombro de leve. 

-Preciso ir, tenho assuntos a tratar—disse pegando uma das armas, na bancada e colocando-a atrás das costas. 

-Se for sair a noite, pra lugares desertas, não esqueça dos seguranças—meu pai avisou me fazendo bufar.

-Tinha esquecido deles—falei colocando uma feição frustrada, não gostava de pessoas me seguindo.
...
Estava em frente á casa de David Smith. Precisava de mais informações.

Da ultima vez que, estive ali ele apareceu, então, não pude obter muitas informações, apenas aquela foto que não serviu, para muita coisa.

Entrei pela parte de trás da casa, vendo as luzes todas abertas, provavelmente, ele estava em casa.

Fui andando devagar pela casa. Passei, pela cozinha e não tinha ninguém.

Um bolo, com cobertura de chocolate bastante apetitosa, que se encontrava em cima da mesa, chamou a minha atenção, não resisti e, acabei passando o dedo na cobertura, a enfiando na boca.

Deliciosa.

Passei mais um dedo, colocando-a na boca, logo em seguida, e continuei a andar pela casa devagar, para não fazer muito barulho.

Passei meus olhos pela sala notando, que não tinha ninguém, também. Peguei alguns papeis que estavam em cima da mesa, analisando-as e vi que, eram contas para pagar. Deixei-os na mesma posição que, as encontrei e fui subindo as escadas, lentamente.

Á medida em que eu ia subindo, eu escutava um barulho como que, de água caindo, então, presumi que ele estivesse no banho, o que me daria alguns minutos para, procurar alguma informação.

Olhei pela fresta da porta do banheiro, vendo que ele estava tomando banho, logo, andei até o quarto, rapidamente, mas, sem fazer barulho.

Entrei vendo que, estava tudo igual, como da última vez que eu estive ali, a não ser por um laptop, em cima da cama.

Dirigi-me até ele, notando que estava pausado em algum filme, minimizei o filme e fui vasculhar os documentos que, tinham ali.

A maioria dos documentos eram trabalhos escolares, e ele não tinha muitas fotografias por ali, apenas quatro, com aquele mesmo rapaz do porta-retratos que, eu tinha visto, da outra vez. Eles pareciam estar bem íntimos nas fotos, provavelmente, eram namorados, ou amigos próximos.

Vasculhei mais um pouco até, sentir uma mensagem entrando em algum celular, que não era o meu.

Voltei o rosto na direção que, eu tinha escutado o barulho e apalpei, por debaixo do travesseiro sentindo um celular.

Peguei-o e olhei na barra de notificações que, tinha entrado uma mensagem do seu tal namorado, pois, conseguia ver a pequena foto dele, do instagram, na mensagem.
Tentei desbloquear o celular, porém, não consegui, então, li a mensagem na barra de notificação, mesmo.

Jeremmy_official: Te espero na quarta, ás 20 horas, então, não esquece...

Não dava para ler o resto da mensagem, visto que, mostrava só uma parte dela.

Coloquei o celular no mesmo lugar de antes, e voltei a vasculhar o computador. Não encontrei nada que pudesse afirmar que, ele era o elemento X, só que, ele foi a pessoa que mais se aproximou, de ser. Se fosse realmente ele, então provavelmente, ele usava um outro dispositivo para se comunicar, com seu pai.

Com certeza, não era de nenhum lugar público, então, só podia ser na casa do seu namorado.

Ia investigá-lo, só por mais algum tempo, e caso não fosse ele, eu iria focar-me em outra pessoa.
Eu só sabia que, eu precisava de informações sobre, ele ou ela.

-Quem é você?—ouvi uma voz, vindo da porta, me fazendo voltar, rapidamente.

Vi o David, já vestido de um pijama, me encarar. Ele ia acender a luz, mas, eu fui mais rápido em correr até ele e prender seus braços, atrás das costas.

-------------------------------------------------------------
VOTEM, COMENTEM, E ME SIGAM, POR FAVOR.

TRIPS |✔|Onde histórias criam vida. Descubra agora