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CAPÍTULO 3

Acordei despertado pela minha própria mente, levantei-me já me consciencializando que iria aturar, um aglomerado de pessoas andando apressadamente, de um lado para o outro.

Movimentação. Eu odiava aquilo.

Desci as escadas, encontrando meus pais já sentados na mesa, me esperando para o pequeno almoço. Eles sempre tiveram o hábito de acordar bem cedo, e eu não ficava muito atrás, nesse quesito.

-Bom dia – os cumprimentei, pegando minha garrafa de água.

-Bom dia, filho –os dois responderam, sorrindo – preparado, para o primeiro dia, da faculdade? – minha mãe perguntou sorrindo, de forma calorosa e mesmo sem gostar, eu acabei dando um pequeno sorriso, também.

-Meu foco não é a faculdade, tudo o que eles vão falar naquele lugar, eu já sei, só vou procurar o elemento X – respondi, sem dar muito ênfase.

-Lucca, você não pode faltar as aulas e muito menos tirar notas baixas, pois, se você for expulso, ficará mais difícil o achar – meu pai aconselhou, de forma séria.

-Não se preocupe pai, eu sei o que eu faço –proferi me levantando, após beber meu café preto. 

Peguei minha garrafa de água, e saí andando em direção à sala, porém, parei voltando a encarar meu pai.

-O senhor anda muito stressado, sexo é uma boa terapia – falei dando-lhe um sorriso malicioso e, encarei minha mãe, logo após.

-Eu posso fazer isso – minha mãe falou sorrindo de lado– agora, vai pra aula– ordenou e eu assenti.

-Aproveitem...estou saindo– exprimi saindo de casa e, colocando minha jaqueta de couro preta.

Preto refletia meus sentimentos.

Subi na minha moto e logo dei partida. Fui em alta velocidade, sentindo o vento adentrar minhas veias e, logo em seguida, a sensação de liberdade.

Cheguei na escola e confirmei o que tinha pensado, mais cedo. Pessoas com os olhares fixos nos papeis em suas mãos, andando, apressadamente, em busca da sua respetiva sala. 

Desci da moto e fui andando em passos lentos em direção à entrada. Assim que entrei, pude reparar nos milhares de pares de olhos, me encarando e observando cada movimento meu. Não gostava muito de ser observado, e esse era um dos motivos da preferência por cores neutras, mas, pelo que pareceu, as pessoas daquele lugar não se habituaram a ver, um rostinho bonito andando pelas redondezas.

Se conhecessem o interior, nem pensariam duas vezes, em desviar o olhar.

Bati na porta da minha sala, e sem esperar uma resposta entrei, indo me sentar bem no fundo, ao lado da janela. O professor não falou absolutamente nada, talvez por ser o primeiro dia. 

A mim, pouco me importava. 

Passei anos estudando as matérias da faculdade para, apenas me concentrar no que me interessava nesse lugar.

Encontrar o elemento X 

O tempo passou, lentamente, mas logo o sinal tocou anunciando trinta minutos de descanso. Trinta minutos era o suficiente para começar uma analise dos alunos, dessa escola. 

Fui caminhando até o refeitório, sentei-me no fundo, onde eu conseguia ter uma boa visão de quem estava ali, do que faziam, e de cada movimento deles. Fiquei um bom tempo analisando quem entrava e saía, em busca de alguém com ar suspeito. 

Meus olhos pairaram numa garota que adentrou o local, ela usava roupas pretas e uma jaqueta também preta, seu cabelo estava preso e reparei que eles eram castanhos. Ela tinha uma postura firme e caminhava com passos firmes e decididos.