CAPÍTULO 23

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Estava á frente da casa de David. Era quarta-feira e eu estava esperando ele sair para encontrar, aquele que, provavelmente, era seu namorado. Tentar encontrar algo que, me fizesse descartar ou prosseguir com a ideia de que, ele poderia ser o elemento X.

Eram 18:58, e talvez, eu teria que esperar mais um pouco, pois, na mensagem, eles combinaram de se encontrar, ás 20hrs.

Fiquei alguns minutos esperando, encostado na minha moto, e num local, que se caso ele saísse de casa, ele não me notaria.

Ele saiu e ficou um tempo esperando, na varanda da sua casa, olhando para os lados. E tempo depois, um táxi parou a sua frente, o que o fez entrar no carro que, logo deu partida.

Na mesma hora, comecei a segui-lo. Dirigi por uns 15 minutos e, um tempo depois, o carro parou em frente a uma grande mansão branca, com um grande muro o protegendo.

Como, eu entraria lá dentro?

Smith saiu do carro e porta abriu-se, automaticamente, para ele entrar. Estacionei, desci da moto, e analisei o local. O único lugar no qual, eu poderia entrar, era somente pelo grande portão que apenas se abria, se alguém de lá de dentro, abrisse-o ou com uma impressão digital, podia afirmar isso, pois, eu tinha um igual em casa.

Fiquei um bom tempo na parte de fora pensando, e já estava bem tarde. A rua estava sem ninguém, e se meu pai sequer desconfiasse que, eu estava sem meus seguranças, ele iria me matar, literalmente.

Como que por um milagre, um entregador de pizzas aproximou-se da casa, analisando a mesma, tentando descobrir como entrar, para fazer a entrega.

Ele estava prestes a tocar a campainha da casa, quando eu o chamei.

-Boa noite, você poderia me dar uma informação, por favor? – perguntei e tive a sua atenção, enquanto, me aproximava dele.

-Posso sim...—ele respondeu, ajeitando seu boné que, fazia parte do uniforme da pizzaria.

-É que...—antes que eu terminasse de falar, segurei-o pelo braço o imobilizando, o que o fez começar a se debater.

Apertei um botão no meu relógio que, emitia um gás que fazia-o dormir, imediatamente. Depois de ele tanto debater, ele caiu desacordado nos meus braços.

Peguei o seu casaco e seu boné, vestindo-os logo de seguida. Coloquei-o no meio de umas árvores, perto de onde estávamos. Normalmente, o efeito da substância que ele inalou, costumava demorar algumas horas.

Peguei as duas caixas de pizza do chão, e toquei na campainha da casa.

-Quem é?—ouvi uma voz de homem perguntar que, não era a do Smith.

-Entrega da PizzaHut – respondi e logo, o portão foi aberto.

Do lado de dentro a casa parecia ser ainda maior, e tive que andar num caminho, um pouco extenso, de pedras para chegar até a porta principal.

O lugar não tinha nenhum segurança, tinha apenas duas câmeras de segurança no lado de fora que, eu consegui notar.

A porta foi aberta e, um rapaz que eu nunca tinha visto por aqui, apareceu com a carteira na mão.

-Boa noite—ele me cumprimentou, enquanto, mexia na carteira.

-Boa noite—retribui o comprimento ainda analisando seu rosto, buscando na minha memória, se eu já tinha visto ele, porém, não consegui me lembrar.

-Aqui tens, e pode ficar com o troco—ele disse, me entregando o dinheiro e eu o entreguei, as pizzas.

-Obrigada – agradeci, me referindo ao dinheiro e ajeitei o boné, na minha cabeça.

-De nada... quanto ao portão, é só clicar num botão que tem, ao lado dele na parede que, ele vai abrir—ele explicou e eu assenti.

-Tenha uma boa noite—eu desejei e ele assentiu com a cabeça, fechando a porta, em seguida.

Olhei para os lados, e comecei a andar pela lateral da casa. Tirei o casaco e o boné colocando-os na minha mochila. Fiquei por lá, procurando alguma maneira de entrar dentro dela, sem ser flagrado pelas cameras de segurança.

Tinha uma árvore, que ficava bem próximo a uma janela. E dali, seria mais fácil a entrada, por isso, tratei logo de subir nela. Não era algo difícil para mim, eu sabia que, aqueles treinos de escalagem, iriam servir para algo, algum dia.

Subi, rapidamente, a árvore e pulei, em direção à janela, ficando suspenso, com apenas minhas mãos segurando a borda, da mesma. Fiz força nos braços, colocando meus pés na borda de madeira, e passando pela janela. Logo, adentrei num quarto simples e sofisticado. Estava tudo escuro, apenas com a luz da lua iluminando, o lugar.

Fui andando devagar, abri apenas uma fresta da porta para observar o local, notando que, não passava ninguém. Percorri meus olhos, por aquele corredor e depois de um tempo, comecei a ouvir alguns barulhos, ou melhor, gemidos.

Andei, calmamente, para não fazer nenhum tipo de barulho que, chamasse atenção. E a medida em que, eu ia me aproximando do fim do corredor, o barulho dos gemidos de prazer, aumentavam.

Parei numa porta que, ficava á minha esquerda e vi que ela estava entreaberta, permitindo-me ver o que acontecia, lá dentro. Vi David e seu namorado, fazendo sexo, o que foi muito bom para mim, pois, teria algum tempo para procurar algo, na casa.

Abri a porta a minha frente, e era um banheiro, digno de uma mansão, mas, não parecia ser o banheiro principal. Vasculhei alguns objetos e produtos por ali, e notei que eram todas, de grandes marcas.

Saí daquele cómodo e adentrei noutro, logo ao lado, vendo que era um escritório.

Comecei a procurar por alguma pista, qualquer documento, que me provasse se ele era ou não, o elemento X. Num lado da parede, tinham vários livros de gestão de empresas, contabilidade, e alguns de romance. Procurei dentro de alguns livros se não tinha nada, mas, encontrei apenas anotações de resumo dos livros.

Andei até, laptop que tinha em cima da mesa, e para a minha felicidade, não possuía senha alguma. Só que o computador não continha, quase nada, somente trabalhos que pareciam ser da escola, e algumas correspondências de pagamento de impostos, bem expressivas, por sinal.

As gavetas eram todas vazias, e eu comecei a perguntar-me, o porquê de ter um escritório, se não tem, absolutamente, nada nele.

Passei as mãos nos meus cabelos, e encostei as costas, na cadeira, sentindo-me frustrado, por não ter encontrado nada.

Endireitei-me, novamente, e fiquei olhando para o nada, pensando aonde, eu poderia ir procurar alguma coisa, na imensidão daquela mansão.

Um quadro no meu lado esquerdo, me chamou atenção, por ser apenas um quadro branco, sem pintura, sem letras, nada, simplesmente, branco.

-Pessoas ricas, são estranhas—constatei, após analisar o mesmo.

Minha curiosidade se despertou, então, tirei-a da parede para, vê-lo melhor e algo caiu no chão, um papel para ser mais exato. Coloquei o quadro no lugar, e peguei-o, constatando ser uma carta.

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