Depois de acordar de um coma, Michelle percebe que se passaram muitos anos. Seu irmão já não era mais pequinho como lembrava. Nada era como lembrava.
A vida deu um jeito de traçar novos caminhos, colocando-a num estado de confusão. Até que tudo e...
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Remanescentes: Esquecidos por Deus.
Ouve-se um forte rugido. Michelle se afasta ligeiramente da feiticeira, assustada. Seus pelos se arrepiaram como se a notificassem que algo ruim se aproximava.
– O que está acontecendo lá fora? – questiona, mas não perguntando.
O som de passos, da correria no andar de cima, se projetam pela laje do telhado. É notório o caos que se espalha pelo lar dos insanos.
– Não sei... Zanathus, talvez..? – responde-a Sabrina.
Gafanhotos invadem o quarto pela porta infestando tudo o ambiente mal iluminado. Sabrina se joga no chão, puxando Michelle para junto dela. Ela conhece muito bem, aquelas criaturas metamórficas, são criações de seu adorado tio paterno, o demônio da destruição. Abbadon.
– O que são essas coisas? – pergunta, a portadora do caos, enquanto observa os pequenos diabetes varrerem os ares do local.
– São o sinal.
Michelle se vira para ela, se questionando do que merda Sabrina falara. Por que havia de ser tão burra? A garota odeia quando dizem as coisas de forma inteligente, e ela não pega.
Sabrina não a responde, muito pelo contrário se aproxima cada vez mais da garota. O que raios essa maluca está fazendo? Michelle não consegue compreender esse gesto desconfortante. Sabrina a beija, um beijo leve. Michelle observa, e sente, tudo com olhos bem abertos. Algo desenrolasse da boca da feiticeira e caí sobre sua língua, desconfortável, Michelle engole.
– Agora, só fique quieta – sussurra a vidente ao se afastar.
Michelle não ousa dizer nada. Sabrina é esperta, sabe o que faz. Provavelmente, é algum tipo de magia. Ou não.
Os insetos diabólicos se afastam, rompendo o enxame que formavam. Fogo. Um incêndio de chamas negras derrete a parede como chocolate em banho maria. Michelle observa tudo bem atenta. Seus pensamentos pesando, seu ar faltando e sua mente a um milhão. Como aquilo era possível. Ela se lembra, já tinha visto aquele monstro antes. A besta, o dragão, a mesma de seu sonho. Zanathus está a um passo de controlar toda a extensão do universo.
– Não adianta se esconder – grita uma voz doce e feminina – A besta nasceu para reinar.
Michelle vê Sabrina negando com a cabeça, e em seguida, pedindo para que permaneça calada.
– A batalha deve começar. – Moah. Sua prima traidora, entra pelo buraco feito pelo dragão, passando entre suas cabeças. – Rezem para o seu deus morto, o trono já está dado. Ainda, hoje os anjos caíram ao inferno.
Sem saber o porquê, a garota se lembra de suas aulas de educação religiosa e de sua professora maluca. Aquelas palavras eram a mesma que a ouviu profanar quando estudou o apocalipse. O pior Deja Vu que já sentiu.
