Capítulo XII.

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   A Hora da sua Morte

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   A Hora da sua Morte.

   A noite passa ligeira, silenciosa e tramóia. Por consideração, Letícia é enterrada em um canteiro próximo a estalagem do resto do grupo. Apenas, Matheus e Sabrina fizeram suas preces pela alma da menina. O motivo de desavença instalasse entre eles, separando o grupo, criando desconfianças e entrebuchas.

   Michelle, agora, temia por sua vida, assegurando-se de não descuidar-se de ninguém. Sua cabeça podia estar em jogo, por pouco não partiu dessa para uma melhor. Por mais que não goste desse mundo, o lar dos homens, ela não deseja morrer tão cedo. Observando ao longe, a sombra de seu irmão sentado sobre a terra próximo do amontoado de pedras que cobre Letícia, a garota reflete sobre o valor de sua família. Será que pode mesmo confiar naquele garoto? Será que ele é mesmo Matheus? Caralho, faz dez anos que não o via. Egoísmo, quem sabe? Ele deveria estar ali com ela e não lá.

   – Vem conosco – chama Sabrina – Vamos até à mata buscar algo de seu grande interesse.

   – O que seria? – questiona Michelle.

   – A memória de sua câmera – responde – Antes que me pergunte, sua prima fez um acordo comigo. Vamos, aposto que é melhor do que ficar aqui remoendo tudo o que aconteceu.

   Michelle suspira, melancólica. O que teria a perder? Talvez, Sabrina seja a única que pode realmente ajudá-la.

   – Vamos, Matheus precisa de um tempo para ingerir tudo isso – convence Sabrina.

   Michelle se levanta, pronta para partir.

   O sol quase se põe no horizonte, alaranjado, ele deixa todo o céu rosado e com nuvens douradas. Uma linda cena romântica, um último suspiro da luz antes de padecer perante as trevas. 

   – Aqui estamos! – grita Sabrina – Cadê você?

   – Aposto que ela não vem – diz Beth – Essas cachorras são espertas.

   O vento frio do nascer da noite começa a dançar sorumbático ao entorno delas, elevando as folhas caídas do chão. Tudo isso é surreal, pensa Michelle. Não é assim que as coisas deviam ser conduzidas. Qual a questão? Há um propósito? Talvez, esteja próximo do fim. Ela quer que isso tudo esteja próximo do fim.

   – Fique quieta! – exclama Sabrina – Ela pode estar vindo.

   – Vamos voltar – diz Michelle – Isso... Isso é uma tolice, talvez o mundo mereça acabar.

   – O quê? Eu não acredito no que meus ouvidos ouvem! – grita Beth – Eu não saí do quintos do inferno para ver o mundo acabar. 

   – Ele não vai acabar. – Todos se viram para ver a dona da voz que fala. – Aqui está sua chave para a vitória, minha prima.

   Michelle pega a memória em suas mãos.

   – Você tem que fazer isso – continua Moah – Eu, nós, merecemos a vida.

O Aviso do Demônio _ Parte Dois.Onde histórias criam vida. Descubra agora