Capítulo Seis
Alira Cairu
Pelo nome da minha aldeia descobriram onde ela fica, estamos indo de barco ou lancha, Hugo disse, Átila e mais dois homens nos acompanham. É uma viajem linda e agradável, o rio me trás uma paz que não da para explicar, fico observando a paisagem quando vejo Hugo se aproximar.
— Oi — ele diz dando um sorrisinho.
— Oi — respondo.
— Apreciando a beleza?
— Sim, é incrível — digo completamente grata por ele — Obrigava por tudo Hugo, mais uma vez de verdade, nem sei o que dizer ma.. — sou interrompida com o seus dedos no meu lábio e eu estremeço com aquela sensação desconhecida me invadindo.
— Não me agradeça mais, tudo o que fiz foi de coração. A partir do momento que eu te vi Alira, eu já sabia que faria de tudo pra tirar aquela expressão assustada do seu rosto e colocar esse sorriso lindo. — diz olhando nos meus olhos e segurando meu queixo, meu rosto fica quente e eu sorrio sem jeito ao me lembrar dos outros aqui, mas sabendo que o queria mais perto de mim.
Eu não me seguro e dou um abraço nele, e sinto o calor dele invadir meu corpo e eu arco meu baixinho quando sua mão aperta minha cintura, me afasto bem devagar e vejo que Hugo está corando e suando bastante.
— O sol ta bem forte — diz ele desviando o olhar de mim para o horizonte.
— Sim, aqui o sol é forte.
— Vi que hoje vai ter lua cheia, deve ser lindo viajar pelo rio com a lua brilhando — ele diz.
— Eu amo as noites de lua cheia, você sabe a lenda do sol e a Lua? — Pergunto.
- Não conheço. Pode me contar? — sinto sua curiosidade.
- Claro que sim. Diz uma lenda que o sol e a lua sempre foram apaixonados um pelo outro, mais nunca podiam ficar juntos, pois a lua só nascia ao por do sol. Sendo assim , Deus na sua bondade infinita criou o eclipse como prova que não existe no mundo um amor impossível — conto para ele.
- Nossa, eles deveriam ter ficado tristes por se ver tanto pouco — ele fala.
- É, a lua ficou mais triste na solidão da noite, o sol pediu a Deus para que ele ajudasse ela, então criou as estrelas para fazer companhia a lua, e permitiu a eles que se encontrarem nos eclipses que é quando eles começam a se amar custa acontecer mas quando acontece o brilho e tão forte que é aconselhável não olhar por muito tempo para não ficar cego com o intenso amor. Mas isso mostra que nenhum amor impossível — Termino a historia fascinada, amo as lendas que eram contadas na aldeia — É linda não é? — Pergunto para ele.
Então ele me olha intensamente e diz:
— Sim — diz já se afastando e indo velejar o barco e eu fico o observando um tanto curiosa por ele saber e fascina por sua beleza. Mesmo tão informal de bermuda e boné é o homem mais incrível que eu já vi na vida, tudo bem que eu não vi tanto homem mas acredito que jamais haverá um tão encantador como Hugo.Percebo que cochilei quando acordo e vejo Hugo olhando pra mim com um sorriso.
— Ei, acorda, chegamos principessa. — me estende a mão e eu pego sorrindo, ele falando no seu sotaque natal é perfeito.
Desce da lancha e olho para dentro da mata e lágrimas de emoção enchem meus olhos, Deus do céu eu pensei que jamais voltaria aqui, obrigada paizinho.
— Vamos Alira, a partir daqui é você que nós comanda, só é questão de minutos pra você tá em casa. Coloca um sorriso no rosto pra ver sua mãe — diz Hugo e eu sorrio limpando as lágrimas.
Caminhamos para minha casa e começo a sentir um aperto no peito, de nervosismo ou medo não sei identificar mas algo que tá me incomodando dês do hotel, paro com uns instante ao perceber que estamos chegando. Respiro fundo.
— Está tudo bem Alira? — Hugo me pergunta e todos me olham e eu aceno com a cabeça — Falta muito para chegar ? — faço com a cabeça que não, Hugo segura minha mão como se me desse força e eu continuo a caminhada.
Cruzo a última passagem para chegar na minha casa e a sensação vai me sufocando cada vez mais e de longe enxergo minha casa, o motivo da agonia, do aperto no peito, do sufoco minha casa está toda queimada. Minha mãe, meus irmãos veem na minha cabeça e a minha única reação é sair correndo gritando por eles, chorando desesperadamente.
Quando entro na casa tudo virou cinza, tantas momentos e histórias que vivi aqui, não tem ninguém, não vejo ninguém e eu grito, choro, me debato mas alguém está ali por mim e sinto seu abraço e seu corpo amparar o meu, só então percebo que eu estava auto me ferindo com a minha unha quando sinto as mãos de Hugo puxar as minhas para baixo.
— Hugo, a minha mãe, meus irmãos. Hugo o que eu faço, pelo amor de Deus ? — grito, choro nos braços dele.
— Calma bambina, eles devem tá em algum lugar por aqui. Não se desespere calma por favor, não suporto vê-la dessa forma. — ele me olho nos olhos e sinto sua tristeza também. Os outros entram no local que sobrou da minha casa e Hugo se afasta, Átila se abaixa na minha frente e me da um copo d'água.
— Vai ficar tudo bem Alira, eu tenho certeza. — ele me diz e eu só aceno com a cabeça.— Alira, Alira — arregalo os olhos quando reconheço a voz gritando de fora da casa e saio correndo quando encontro Kayke no lado de fora magro, abatido e sujo.
— Meu irmão — vou ao encontro dele me ajoelho e chorando nos seus pés — Que bom que está bem, não imagina a dor que eu faça sentindo — eu digo sorrindo e o beijando mas ele não esboça nenhuma reação — Me diga, cadê a mãe, a Ajila? — ele me olha e começa chorar e meu mundo foi caindo naquele exato momento. Saio desnorteada gritando que não, que eu não aceito perder todos da minha família tão rápido assim, sinto a mão de Hugo na minha e o olhar dele me trazia calma.
— Alira, olhe para mim. Você precisa ter força agora, seu irmão precisa de você e precisamos saber o que aconteceu aqui. Eu sei o que deve está sentindo mas nem toda sua família se foi, seu irmão tá ali e ele também só tem você. — Hugo me diz com calma e eu concordo.
Vou andando até meu irmão e ele está com um olhar longe, sento-me nos pés dele e pergunto:
— O que aconteceu Kayke, você quer me contar? — falo com a voz trêmula.— Foi aquele homem Alira, aquele que levou você. Ele botou fogo em tudo e prendeu mamãe e nossa irmã lá dentro, eu estava tentando pescar e não tava lá dentro. — fala cabisbaixo e me forço para não chorar.
— Cadê os ... corpos ?
— Perto da onde ta o do papai. Quando o fogo aumentou as pessoas da aldeia até tentaram chegar até aqui mas era tarde demais. Quiseram me levar para lá mas eu não quis, eu to esperando aquele homem voltar porque eu vou matar ele. — ele termina de falar e antes que eu diga algo, Hugo interrompe.
— Não se preocupe com isso Kayke, porque quem vai matá-lo sou eu.
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Flor de Jambu
Romance** FLOR DE JAMBU ** Prazer, dono da COSMETIC BIACHI, meu nome? Hugo Biachi. Minha empresa de cosméticos que herdei de meus pais é uma das maiores do mundo, a maior da Itália. Comando meu império de perto e acompanho tudo nos mínimos detalhes. Meus...