Capitulo Sete

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Hugo Biachi

Mesmo depois de tudo o que passei na minha vida nunca senti tanto ódio igual a este momento, ao mesmo tempo que quero sair socando e quebrando tudo até chegar em Kostas, quero abraçar e confortar a mulher que está sentada na beira da água olhado para o nada.

Observo-a ela e o seu irmão de longe,respeitando o momento deles conversarem e esperando a hora de me aproximar, mil ideias e possibilidades passam pela minha mente e apesar de algumas serem visivelmente absurdas eu sei que são as mais certas.

— Hugo — Átila se aproxima e falando baixo, levanto os olhos para ele — O que está pensando em fazer, eu conheço você e sei que já está martelando uma ideia aí.

— Vou convida-lá para ir embora comigo, para Itália.
— Átila arregala os olhos.

— O que? Você enlouqueceu ? E o moleque ? — Átila diz um pouco alto e eu repreendo com o olhar.

— Fale baixo. Vou convidar os dois, eu não acho certo deixá-los assim, sozinhos e sem ninguém. — falo cabisbaixo.

— Eu entendo você Hugo, o intuído de ajudá-la depois da boate, de trazê-la aqui mas a garota já é bem grandinha pra se cuidar só, e além do mais tem o irmão de brinde. E mesmo se fossem, como iria se virar em uma cidade que nem conhecem morando sozinhos ? — Diz incrédulo.

— Eles não iriam morar sozinhos, iam ficar comigo, na minha casa. — Átila abre a boca e fecha repetidamente.

— Cara, depois de todos esses anos zelando pela sua privacidade, não deixando ninguém se aproximar de você e agora do nada vai colocar dois estranhos dentro da sua casa? O que foi Hugo, tá afim de garota? O que quer dela? — ele diz e eu olho para ela, tão sozinha e perdida, o sentimento de proteção me domina.

— Não nego Átila, ela é esplêndida, uma beleza única mas não, não estou afim dela e a única coisa que quero em troca e ve-lá bem e feliz. A garota já sofreu muito e ela não tem ninguém, o irmão tá traumatizado depois de tudo o que viu. Eu não posso e não vou deixá-los aqui. — falo e já vou andando em direção a ela, me aproximo e falo:

— Com licença Alira, nos podemos conversar em particular ? — ela acena com a cabeça e em seguida pede para o irmão ir chamar alguém da aldeia, sento-me ao seu lado e começo — Eu sei que são tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo e você tá perdida, eu juro que se eu pudesse fazer algo para mudar e fazer passar o que você tá sentindo, eu faria. Alira, eu não sei o porque e nem entendo o motivo de eu me preocupar tanto com você, mas eu sinto necessidade de protegê-la e ajudar você e seu irmão. Sei que parece estranho e precipitado o que vou falar mas eu preciso que você escute e análise com calma, tá bom ? — ela me olha com os olhos cheios de lágrima e acena a cabeça — Eu estou indo embora depois de amanhã pra Itália e eu queria convidar você e seu irmão para vim comigo — ela levanta a cabeça, arregalando os olhos e abrindo a boca para falar mas a interrompo — Você é uma moça muito jovem Alira, você e seu irmão tem um futuro imenso pela frente, desculpa a sinceridade mas eu não vejo futuro algum para vocês dois aqui. Eu vou ajudá-los, estudo bom, faculdade para você e quem sabe trabalhar comigo e me ajudar. Quero somente isso, vou ajudar você e ver você crescer, vocês dois, aliás. — pego sua mão e ela recolhe.

— E.. eu não sei Hugo, eu agradeço a você por tudo mas ... — interrompo.

— Alira, eu nunca faria algo de mal contra vocês dois. Quem sabe você pode voltar para cá, primeiro você se estabiliza, estuda, trabalha e depois você volta com o seu irmão para cá, vocês dois merecem um futuro melhor minha flor de jambu — levanto os olhos me olhando com o apelido que eu dei a ela — e eu posso ajudar vocês com isso, nossos caminhos não se cruzaram atoa. — falo estendendo a mão para ela, ela pega e um arrepio percorre meu corpo inteiro — Venha, vamos para o hotel , é perigoso continuar aqui por enquanto. Lá você pensa e me da uma reposta, tá bom?

— Tá bom — ela me da um meio sorriso, me levanto para ir a encontro dos outros quando ouço ela me chamar, eu me viro e ela vem correndo em da um abraço apertado — Hugo — fala baixinho perto do meu ouvido.

— Oi Alira — e eu falo baixo perto do dela, encosta sua testa na minha e nossos narizes se tocam e apesar de está começando a ficar frio, meu corpo começa a suar quente.

— Porque me chamou de flor de jambu? — perguntando olhando nos meus olhos ainda próxima a mim, aperto sua cintura e olho nos seus olhos e digo.

— Porque você é alguem que não se encontra em qualquer lugar, tua presença me deixa dormente e um pouco trêmulo. — digo e solto ela, sabendo que todos estão olhando, ela sorri envergonhada e observo que sua pele cora.

— Ah, certo — da uma risadinha — Vamos.

Flor de Jambu Onde histórias criam vida. Descubra agora