𝕻𝖗𝖔́𝖑𝖔𝖌𝖔

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Essa história é dedicada ao meu pai que está no céu agora.

Sempre vou amar você pai.

Sempre.


                         𝕷𝖚́𝖈𝖎𝖋𝖊𝖗

O plano humano era um caos completo na Idade das Trevas.

Alguns homens que usavam o nome de meu Pai para praticar barbáries contra aquilo que poderia abalar a sua dominação sobre um bando de ignorantes.

Pessoas com bom coração que procuravam ser a luz em meio aquele período de Trevas eram mortas ao montes por aqueles malditos homens que se passavam por santos e mal sabiam eles a raiva que meu pai estava deles, e por isso, ele resolveu me enviar a terra em missão.

É isso mesmo que você leu, eu, Lúcifer Cars Stella, ironicamente era o enviado por Ele para passar todo o conhecimento científico que eu tivesse para aqueles que o quisessem e prometessem usá-lo para ajudar a humanidade nesses tempos difíceis por meio da mecânica, engenharia, arte ou até mesmo a medicina.

Haviam mais outros dois anjos no plano terreno, Michael e Gabriel, meus irmãos. Nunca fui muito próximo a Gabriel mas Michael era mais que um irmão, ele era meu melhor amigo mas me abandonou naquele dia ficando ao lado de nosso pai e desses humanos idiotas que depende de nós para tudo.

Por mais que eu sentisse falta de Michael, eu ignorava suas tentativas de falar comigo, até o expulsei de Inferis uma vez. Ele teve coragem de ir lá e eu simplesmente o expulsei, como me arrependo amargamente disso até hoje mas, não deixaria meu orgulho de lado, afinal, esse era o meu pecado.

Um pensamento não parava de rodar em minha mente, não entendia qual era o objetivo de meu Pai depois de todos anos em que havia me expulsado de Coelum, me afastado de toda nossa família, me colocando como rei submundo e com isso me impedindo de voltar para pelo menos vê-los, Ele havia me passado essa missão angelical de auxiliar e cuidar dos humanos tão frágeis, indefessos e tolos, que não sabem cuidar da própria espécie sozinhos...

Irônico, não acha?

Por mais que eu não entendesse, tudo que ele fazia sempre tinha algo por trás... Velho ardiloso.

Eu me escondia em uma cabana no centro de uma floresta na Escandinávia e todos aqueles que buscassem algum tipo de conhecimento poderiam me encontrar com facilidade por conta dos artefatos e marcas que eu deixava aos arredores do meu esconderijo (o que também ajudava a afastar os medrosos de perto de lá).

Certa noite nevava como nunca. Eu imaginava quantos podres coitados estariam sofrendo com aquele frio por conta de outros egoístas que só pensavam em seus próprios umbigos.

Esses idiotas não aprenderam nada que meu Pai tentou ensinar com aquele idiota do meu irmão.

Eu o avisei que Jesus era pacifista demais com aquelas reuniões e palestras de auto ajuda. Eles precisavam de uma mão mais firme, como a minha por exemplo ou então quem sabe se ele lançasse uma praga, um vírus... Com isso os humanos talvez aprendessem a ter amor ao próximo, compaixão e respeito, só que, isso era difícil para nós também, seres celestes, guardiões do equilíbrio do universo, imagina para eles, meros mortais. E sinceramente, nossas diferenças eram poucas, tirando as assas, chifres, poderes e imortalidade, nós éramos iguais.

Eles são nossos espelhos não só em aparência mas em sociedade também, os mesmos problemas, os mesmos erros.

Batidas fortes em minha porta me tiraram de meus pensamentos.

Apoiei a taça com vinho que segurava em cima de minha lareira , coloquei a minha coberta de pele no braço da poltrona e me levantei .

Assim que abri a porta meu coração deu um salto dentro do meu peito, ali na minha frente estava um mulher coberta por uma capa esfarrapada que deixava um pouco de seus cachos cor de cobre a mostra, sua pele era tão clara quanto a neve que caia aquela noite, seus olhos castanhos me fizeram perder o ar.

A Princesa de InferisOnde histórias criam vida. Descubra agora