A Princesa de Inferis

𝕭𝖆𝖓𝖖𝖚𝖊𝖙𝖊 𝖕𝖆𝖗𝖙. 1

                         
                           𝕮𝖑𝖆𝖗𝖎𝖘𝖘𝖊

Uma mulher caminha sozinha por uma floresta em meio a neve, suas roupas não a protegiam o suficiente do frio.

Uma cabana surge em meio a neve densa e aquela visão faz com que ela se alegrasse apertando o passo.

Suas batidas na porta da cabana eram desesperadas. Ela se encolheu ainda mais tentando se proteger do vento congelante.

Eu podia sentir a ansiedade dela é como se desejasse por aquilo a muito tempo, como se estivesse em frente a porta que a libertaria de uma vida de sofrimentos e ela se abriu, a única coisa que pude ver era a silhueta de um homem e sentir a felicidade dominar o coração daquela mulher.

─ Et lux in tenebris. ─ Ela disse com a voz trêmula por conta do frio.

Acordei sentindo minha cabeça latejar e a dor mal me deixava abrir os olhos.

Quem era aquela mulher?

Por que eu conseguia sentir tudo aquilo?

Sentia que a conhecia, mas não sabia quem era.

Me sentei na cama olhando o relógio, eram cinco horas da manhã e resolvi me levantar. Andei até a cozinha me escorando nas paredes por conta da dor e lentamente fiz um café, depois de pronto, o coloquei em uma xícara e me sentei encolhida no sofá que havia na varanda observando a enorme avenida começar a encher lentamente com o passar do tempo.

O café forte me ajudou com a dor e a me esquentar um pouco do frio que fazia aquela manhã que me fez lembrar que meu casaco estava no quarto do príncipe. A lembrança de tudo que ocorreu ontem a noite me fez um sorriso surgir que durou pouco já que a preocupação com relação a como seria tudo de agora em diante o fez sumir.

Eu tinha tantos problemas para lidar e além de tudo isso agora eu estava apaixonada... Caim me ensinou que sentimentos sempre atrapalham nossos objetivos e ele não estava errado, um bom exemplo disso foi o que aconteceu no castelo de Mamon. Minha preocupação com meu tio quase me matou...

─ Insônia novamente? ─ A voz cheia de sono do príncipe me chamou a atenção. Ele se sentou ao meu lado e me entregou meu casaco. ─ Acho que isso é seu.

Peguei o casaco de sua mão o vestindo logo em seguida sem olhar para ele.

─ Hoje é o grande dia. ─ Eu balançava a cabeça afirmando. ─ Esse é o motivo de você estar assim?

─ É um dos motivos... ─ Passava o dedo pela borda da minha xícara vazia.

─ Bom eu posso te afirmar que minha mãe com certeza vai querer a sua ajuda e lhe ajudar. ─ Ficamos alguns segundos em silencio. ─ O outro motivo tem a ver com o que aconteceu ontem?

─ Sim. ─ Minha voz saiu baixa.

─ Você se arrependeu? ─ Senti a tristeza em sua voz.

─ Que? Claro que não. ─ Me sentava de frente para ele. ─ Eu só não quero prejudicar o andamento de tudo e nem a você.... Não quero por você em risco e nem que saia prejudicado.

─ Pode não parecer, mas eu sei me cuidar muito bem e você não vai me prejudicar em nada. ─ Ele segurava as minhas mãos. ─ Eu vou encher sua paciência junto de Michael de agora em diante. ─ Ele sorria e me puxava para um abraço apertado enquanto acariciava meus cabelos. Tudo aquilo me dava uma estranha sensação de proteção.

─ Nossa o que vocês já estão fazendo acordados a essa hora e ainda mais abraçados? ─ Michael entrava na varanda de espreguiçando. O rapaz me soltava com delicadeza e se voltava para Michael.