𝕯𝖊𝖈𝖎𝖘𝖔̃𝖊𝖘 𝕽𝖚𝖎𝖓𝖘

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                           𝕮𝖑𝖆𝖗𝖎𝖘𝖘𝖊

Já era madrugada e eu ainda estava sentada na minha cama brincando com a adaga que meu pai me deu de presente no meu aniversário de 150 anos. Foi com essa idade que eu comecei a treinar com Caim e Lilith.

Ele me ensinou a lutar e a me defender. Ela me ensinou a usar meus poderes e a controlar os metais com eles. Os dois sempre pegaram pesados nos treinos, eram ríspidos e assim me fizeram ser quem sou. Nunca perdi uma luta e sempre tive sucesso em minhas missões.

A poção que meu pai preparava para mim toda noite brilhava em seu tom avermelhado em cima da minha penteadeira. Desde muito nova eu tenho dificuldade para dormir e quando conseguia era assombrada por sonhos horríveis de mulheres sendo queimadas vivas e pessoas comemorando a morte lenta e dolorosa delas.Essa poção era justamente para me fazer dormir e inibir esses sonhos. Nunca entendi o porquê desses sonhos e o motivo de me deixarem tão mal. Eles pareciam tão reais quanto lembranças.

Eu pensava em como aquela manhã seria importante, poderia ser o fim de todo aquele sofrimento que pairava por nossos reinos a tanto tempo. A revolta de Mamon contra meu pai durava alguns longos séculos e de alguns meses para cá ele passou a agir e não mais ameaçar. Pessoas começaram a morrer por conta dele e por mais que eu quisesse pensar positivo, sentia que mais pessoas morreriam. Nós somos Sete reinos em Inferis, cada um responsável por um pecado e por uma etapa da purificação das almas para que elas retornem a roda da vida e, por mais que houvessem outros reis, meu pai era o soberano e quem sempre dava a palavra final em todos os assuntos. Mamon queria seu lugar, seu poder, liderar tudo sem responder a ninguém. Aquele velho era mesquinho com se era de esperar do senhor da Avareza. Ele parou de obedecer as ordens de meu pai e reinava de sua forma colocando o todo equilíbrio do universo em perigo. Ele está tentando convencer os outros reis a fazerem o mesmo e a se unirem a ele para destronar meu pai , porém, os outros reis eram covardes de mais para desafiarem meu pai sem um bom motivo. Se meu pai fosse derrotado por Mamon, seria o fim de toda criação.
Me levantei e peguei a poção e a virei de uma vez e voltei a me deitar, eu precisava descansar, amanhã seria um dia importante. Senti meu corpo amolecer e o sono me envolveu.

O barulho do meu despertador ecoava pela minha cabeça, eu simplesmente odiava essa coisa. Me levantei vendo que já tinham trago meu café da manhã e o uniforme que eu teria de usar, ele era prateado com detalhes dourados, nem um pouco discreto, eu conseguia sentir que havia aço junto ao tecido uma forma inteligente de dar mais resistência e fazer dele uma espécie de armadura. A tecnologia deles era realmente bem à frente da nossa. O capacete era feito também de aço e cobria todo rosto, como se era de imaginar. Tomei café e me arrumei, aquele uniforme era justo, me pinicava e apertava lugares que realmente incomodavam, já o capcete até que era confortável. Resolvi deixar minha arma no quarto e só levei minha adaga dentro da bota. Minha primeira decisão ruim do dia.
Quando cheguei ao salão principal Lúcifer e Michael estavam conversando ao lado dos carros que nos levariam até o velho nojento. Dois rapazes estavam encostados na parede conversando, eram guardas reais de Coelum.

─ Bom dia, senhores. ─ me aproximava de meu pai e Michael.

─ Bom dia, só estávamos esperando por você. ─ Michael sorria para mim.

─ Desculpe o atraso, senhor. ─ Eu falava e agia como um soldado que eu era.

─ Você não se atrasou, chegou na hora marcada. Nós que chegamos para conversarmos sobre algumas coisas importantes antes de irmos. Agora vamos.

Fiz sinal com a cabeça para meu pai e entrei no carro com Michael e os outros dois rapazes. Não me despedi de meu pai tendo a certeza de que voltaria para casa com mais uma missão bem sucedida.

A Princesa de InferisOnde histórias criam vida. Descubra agora