𝕮𝖆𝖘𝖙𝖆𝖓𝖍𝖔𝖘

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─ Eu já disse mais de uma vez que eu não vou. ─ Catherine bateu as mãos para retirar o excesso de terra que e as colocava sobre os joelhos para ajudar a se levantar.

A ruiva involuntariamente jogou sua enorme trança para trás enquanto pegava do chão a cesta cheia ramos de ervas do chão com uma mão enquanto a outra arrumava o vestido vinho com uma pequena corrente dourada que marcava sua cintura. Sua voz era firme assim como sua expressão e já se podia ver sua barriga um pouco crescida.

─ Tem muitas pessoas aqui que dependem de nós. Que nos veem como um guia para elas, como exemplos! Não podemos simplesmente fugir e deixar a todos aqui por medo de algo que você nem sabe se vai acontecer! ─ Ela seguia andado e pelo jardim até chegar a uma enorme porta que dava para dentro do castelo, para ser mais exata, na cozinha do mesmo. Assim que entrou, deixou a cesta em cima de uma das bancadas.

─ É somente por precaução. Ficamos lá até você dar à luz e voltamos para cá e vamos visita-la sempre que der. Ela ficará sobre os cuidados dos meu mais dois leais servos... É para a segurança dela. ─ O homem sugeria. Sua voz era calma e serena, completamente contrária da de Catherine.

─ Você basicamente está sugerindo para que nós abandonemos nossa filha com dois desconhecidos? ─ As bochechas da ruiva começavam a ficar vermelhas de raiva.

─ Desconhecidos não. Meus melhores...

─ E leais sevos... A resposta é não! Ela é nossa responsabilidade assim como esse lugar e essas pessoas que aqui vivem. ─ Sua voz era firme e mostrava a quão incomodada ela estava em ouvir aquilo.

─ Que se fodam essas pessoas! Você e ela são as minhas responsabilidades maiores! ─ O homem gritava enquanto se aproximava dela que ficou paralisada com a reação do marido que respirou fundo voltando a se acalmar. ─ Vamos para meu reino, está decidido.

─ Eu disse não. ─ Catherine se colocava frente a frente com ele o enfrentando. ─ Quando eu fui até você foi justamente para me libertar de homens que achavam que podiam mandar em mim. Eu fugi uma vez daqueles que tentou me domar e caso você pense em fazer isso, pode ter certeza, ameca mia, que você não irá me achar... ─ Ela passava a mão pelo rosto dele enquanto sorria delicadamente. ─ Meu lugar, o nosso lugar é aqui, no meu mundo, ao lado dessa gente que anseia mudança e conhecimento. Somos a luz nas trevas, se lembra? Ou você deseja ser somente trevas novamente? ─ Em resposta, ele apenas acenou com a cabeça enquanto colocava a mão sobre a dela suspirando se dando por vencido.

─ Perdoe-me, não deveria ter falado daquela forma com você. ─ A voz do homem estava carregada de arrependimento.

─ Entendo sua preocupação, mas que isso não se repita. Você é meu marido, não meu dono. ─ Ela levantava o o rosto dele lentamente─ Eu te amo mas não tente me dominar novamente.

─ Eu te amo eternamente, ameca mia. ─ O homem a envolveu por pelo pescoço a beijando apaixonadamente.

Abria meus olhos lentamente enquanto a declaração de amor dos dois evocava em minha mente.

Minha cabeça não latejava como da última vez. Uma sensação enorme de calma dominava meu corpo que estava descansado de uma forma que acho que nunca havia ficado. Respirei fundo sentindo um ar puro e ligeiramente gelado preencher meus pulmões. Quando abri os olhos, vi as cortinas balançarem levemente por conta da brisa que entrava pela pequena fresta aberta da janela e, junto dela, os raios de sol entrava. Aquela imagem me fez sorrir de leve involuntariamente.

Seria essa a sensação de paz?

Aquela sensação era tão boa que eu não imaginava que ela poderia melhorar até sentir um braço envolver minha cintura me puxando para mais perto me fazendo sentir o calor daquele corpo. Me virei na cama vendo que Noah dormia ao me lado com sua expressão tão serena e angelical e, inevitavelmente, meu sorriso aumentou pensando em como as aparências enganam...

A Princesa de InferisOnde histórias criam vida. Descubra agora