Para Me Amar De Verdade...

Capítulo 14 - Perdição, parte 2

Aviso:
Nesse capítulo contém cenas que podem ser traumatizantes para pessoas com síndrome de pânico, ansiedade e similares. Contem alusão a violência sexual e trechos de agressão psicológica e física.
Se você achar esse conteúdo pesado, favor, não ler este capítulo.

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Havia escuridão, somente escuridão. Acordei em um lugar totalmente diferente, em que não haviam sinais de luminosidade.
Era somente escuridão.
Olhei para minhas vestes. Era um vestido azul-marinho, na altura dos joelhos, com um pequeno decote na região dos seios e alças estilo princesa. Era o meu vestido de 15 anos.
"Estou sonhando com a minha festa de debutante. Meu último dia no orfanato."
Meus cabelos estavam soltos, usava sapatilhas pretas e alguns acessórios no punho. No entanto, havia algo estranho acontecendo comigo. O meu corpo emanava uma luz branca, ela apagava e piscava. Era a única luz que havia ali.
Olhei para todos os lados e comecei a andar. Parecia que eu estava pisando em águas, porém, não senti nada molhar-me os pés. Apesar de não haver ninguém lá, eu pudia sentir a presença das pessoas que estavam na minha festa naquele dia, pudia ouvir as vozes delas, mas não pudia tocá-las. Era algo muito estranho de se sentir. Abri minha boca e passei a pedir ajuda para tentar sair dali.

- Luka! Luka! - esse era o único nome que vinha em minha mente. Continuei chamando-o por um bom tempo. - Luka, Luka, socorro!

Ao me virar para trás, pude ver uma silhueta familiar vindo em minha direção. Mas não era uma pessoa boa. Nunca havia sido. Seu corpo estava cercado de trevas. A única coisa que eu podia ver eram os seus olhos castanho escuros. "Não pode ser... é ele! Era o homem que havia tentado me estuprar no último dia em que passei naquele inferno!"
Meu corpo teve uma descarga elétrica naquele momento. Meu coração acelerou desesperadamente. Comecei a suar muito. Meus olhos estavam marejando. Eu estava em pânico.

- Sai! Se afasta de mim! Vai embora! - corri o mais rápido que pude daquele homem, porém, minhas pernas estavam fracas. Eu sentia que iria desabar no chão. Um temor maligno tomou conta do meu ser. Minhas mãos estavam tremendo-se violentamente, a ponto de sentir os ossos delas doerem muito.

- Venha cá, princesa! Vamos viajar! - disse o homem, se aproximando de mim, com os braços abertos.

- Vai pro inferno!!! Luka! Luka, me ajuda! - gritei, correndo ainda mais rápido.

De repente, tropecei em meu próprio pé e cai no chão. Não tive forças para levantar. Eu estava morrendo de medo. Minha boca estava seca, lágrimas corriam desesperadas pelo meu rosto, milhares de pensamentos medonhos passaram pela minha cabeça. Eu iria morrer. Olhei para o homem que andava em minha direção, sem pressa, com os olhos famintos. Virei minha cabeça para outra direção e vi então o meu salvador, Luka.

- Amigo, amigo, ainda bem que você chegou! Me ajuda! - estendi as minhas mãos para ele. No entanto, Luka pegou algo dentro do bolso da sua calça e apontou para mim. Era uma arma. - Luka? O que você está fazendo?

- Me desculpa, Marinette. Ele disse que ou era você... ou era eu. - o garoto de cabelos azuis e um olhar melancólico colocou o dedo no gatilho.