Família

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Um monte de coisas aconteceram nos últimos três meses, mas aquele beijo não se repetiu. Eu, assim como disse que faria, fingi que ele não aconteceu e Emma também.

Neal, o pai de Henry, foi embora de Storybrooke, queria conhecer o resto de mundo. Fiquei feliz por ele, mas odiei o exemplo que deu a meu filho, pude ver seus olhinhos brilhando enquanto o pai dizia que assim que ele completasse os estudos poderia encontrá-lo. Óbvio que contestei, mas sabia que no fundo não poderia prendê-lo para sempre.

Snow descobriu que estava esperando um menino e sua rotina entre a escola, a prefeitura que deixei sob seus cuidados temporariamente e a gravidez fez com que ela deixasse de vir todos os dias aqui. Eu já estava melhor, me sentia mais disposta, apesar do peso da barriga, as dores nas costas e tudo que vem junto com o terceiro trimestre da gravidez, mas Emma ficava receosa de me deixar completamente sozinha e confesso que eu também. Henry tinha suas aulas e era uma criança, não podia deixá-lo com uma responsabilidade desse tamanho, então eu e Emma decidimos contratar Tinkerbell até que o bebê nascesse. Eu ainda precisaria de ajuda depois do nascimento, Whale já tinha nos dito que o parto teria de ser cesariana e assim como qualquer outra cirurgia me limitaria de fazer muitas coisas que são essenciais quando se é mãe de um bebê recém nascido, mas Swan tiraria os quatro meses de licença maternidade.

Falando em Emma Swan, ela comprou uma casa. O loft dos Encantados estava pequeno e precisavam de espaço para o bebê que chegariam daqui a alguns meses. Fiquei feliz por ela, mas também um pouquinho chateada, mesmo sendo completamente compreensível. O que eu queria? Que ela se convidasse para morar aqui? Eu mesma não tinha convidado, então mesmo que estivéssemos juntas ela comprar uma casa era normal. Nós duas sabemos que sua estadia aqui vai acabar assim que eu me recuperar da cesariana mesmo isso sendo contra a minha vontade e sei que contra a dela também.

Ah, e sobre coisas que são contra a minha vontade, Emma e Killian estão cada dia mais próximos. Fico irritadíssima, mas parei de cobrar esse tipo de coisa dela desde que conversamos naquele dia. Swan era solteira e eu também. Nos amávamos? Sim! Mas nós duas estávamos tão preocupadas com a nossa menina e em como seria o parto que nem tínhamos tempo para chateações desnecessária e aquele pirata de araque era bem desnecessário, praticamente insignificante e eu não perderia a minha paz por conta dessa palhaçadinha dos dois.

O último mês foi muito estressante, Emma quase não dormia de tanta preocupação e eu não dormia porque nenhuma posição era confortável. A barriga estava enorme, a menina chutava o tempo inteiro, qualquer posição era extremamente desconfortável e eu sentia cólicas o tempo inteiro. Fomos ao Whale e ele disse que era normal, não eram intensas, mas incomodavam, principalmente porque estávamos preocupadas demais com tudo, em especial, com um parto prematuro. Quando a 37º semana chegou, finalmente, a tensão diminuiu de, digamos, 100% para 98%. Agora sabíamos que a qualquer momento o bebê podia nascer e não seria prematuro. 

- O que você acha de Melanie? - Emma veio do banheiro secando os cabelos na toalha. À dois meses estávamos em uma discussão sobre qual seria o nome da menina. 

- Terrível! - Revirei os olhos. 

- Ah, você é muito chata! - Swan jogou a toalha em mim rindo. 

- Não! Você que só me diz nomes ruins! - Joguei a toalha de volta nela. - E Elizabeth?

- Ah, claro. A criança vai nascer com 70 anos e Rainha da Inglaterra. - Eu ri alto.

- A gente nunca vai chegar em um consenso assim, Emma Swan!

- Brittany? - Fiz uma careta. 

- Sério, onde você anda pesquisando esses nomes? Só para eu colocar na lista de onde não olhar nomes para bebê.

How Deep Is You Love?Onde histórias criam vida. Descubra agora