Uma escolha e nada mais

Capítulo 12

Isabela saiu do escritório de seu pai renovada, pois tinha um plano traçado, mas ao ver John a esperando tudo foi por água a baixo. Sentiu aquele calor que começou a se tornar familiar ao ve-lo e instantaneamente ficou sem reação, algo muito raro para ela.
- Vamos dar um passeio?, ele disse se aproximando.
- Sim, só vou terminar de me arrumar e já volto, e sem esperar resposta se virou e correu para seu quarto.

Graças a Deus, pensou John, aquele vestido indecente o estava deixando maluco. Na verdade, mais parecia uma camisola de tão colado ao corpo. Marcava cada curva que ela tinha, se aninhava perfeitamente em cada centímetro dela, apenas atiçando sua imaginação.
Na noite passada custou a dormir ao perceber que ela estava representando muito mais para ele do que imaginava, ficou repassando a cena dela indefesa e ferida, seu coração se apertava e uma fúria lhe tomava o corpo. Na verdade teve que se concentrar para não atirar na cabeça daquele infeliz, só não o fez pois iria preso e ninguém tomaria conta dela, seu pai tomaria claro, mas não das formas que ele sonhava todas as noites em sua cama.
Por isso estava ali, precisava se casar com ela para salvar sia reputação, e também sua sanidade, nunca desejou tanto alguém como a desejava.

Alguns minutos depois Isabela se encontrou com John na sala de visitas.  Estava perfeitamente vestida e carregava seus apetrechos de desenho. John viera de cavalo,  então seguiram caminhando em silêncio. Depois de alguns minutos, ele tentava encontrar as palavras certas a dizer:
- Me desculpe por ontem, ele disse, não queria ter dito aquilo, você tem razão, não é justo ter que se sacrificar por algo que você não fez.
Isabela o ouvia atentamente, e conhecendo-o bem, sabia o quanto estava sendo difícil para ele dizer tais coisas. Então tocou seu braço e o olhou sorrindo dizendo.
- Está tudo bem, você me salvou, nunca poderei ser grata o suficiente.
Ele concordou com a cabeça aliviado por ela ter entendido, nunca quis ofende-la.
- Então se casará comigo? Ele perguntou.
Ela corou no mesmo instante,  nervosa e ansiosa, não sabia bem como dizer, ou o que dizer. Quando abriu a boca para falar ele continuou.
- Sei que não sonhava com isso, um casamento sem amor, mas podemos ter uma boa relação, afinal, como te disse nem todo mundo consegue encontrar.
- Eu sei, tem razão, ela disse tristemente, só preciso me acostumar com a idéia, só isso.
- Só gostaria de anunciar logo o noivado para que os boatos não corressem tão rápido. Você concorda com isso?
Ela suspirou profundamente e concordou com a cabeça dizendo:
- Está bem, vou me casar com você.