John já esperava no escritório do pai tomando conhaque quando ele entrou e se surpreendeu com a presença do filho ali. Desde pequeno John parecia ter absorvido demais as responsabilidades que os títulos d nobreza impunham, nunca quis isso na verdade, queria que todos os filhos fossem felizes, não como ele fora quando criança, sempre perdendo a atenção por não ser o herdeiro.
- Filho, disse ele se sentando na poltrona ao seu lado, tudo bem? Depois de observa-lo melhor, percebeu que algo não estava sob seu controle, e isso o incomodava.
Depois de alguns segundos ponderando como conversar com o pai sobre algo que na verdade não entendia, disse:
- Como você soube que a mamãe era a mulher certa para o senhor?
Albert sorriu pelas lembranças que o invadiram, Carol mascarada cantando feito um anjo, em um lugar que provavelmente anjos não frequentavam, da primeira vez que a sentiu...
- Bem, na verdade, eu sabia que ela seria minha mesmo antes de vê-la. Foi na primeira vez que a ouvi cantar, algo na sua voz me puxava para ela, me arrastava. E quando a vi sabia, só sabia...
John fazia movimentos afirmativos com a cabeça sem na verdade saber o que o pai dizia. Albert ao ver a expressão do filho continuou.
- É diferente para cada pessoa, para algumas vai acontecendo, pouco a pouco, é como se fosse alimentando o sentimento, e quando ele está forte o suficiente, desabrocha. As vezes nem se percebe de tão sutil, as vezes é forte demais e incomoda, pois você pode pensar que nunca esteve ali e confundir com alguma outra coisa, porém não é menor ou mais importante. Um amor assim é muito bonito, e pode ser o mais forte, pois ele teve tempo.
John o olhou confuso, será que isso poderia estar acontecendo com ele? Nunca pensou em Isa dessa forma, pelo menos não até ela lhe beijar quando mais nova no jardim de sua casa pensando que era Charles. Então foi para a faculdade e enterrou aquele sentimento, aquela sensação que aquecia seu peito. E então, quando a viu novamente, naquele mesmo jardim, algo despertou dentro de si, e aquela sensação o invadiu novamente.
- Sabe, continuou seu pai, quando vocês eram crianças, sua mãe e eu fizemos uma aposta. Ela disse que você se casaria com Isa quando crescessem, e eu disse que seria com Charles.
- Mas porque vocês fizeram isso?
- Quando ela nasceu, estávamos todos na casa Grayson, sua tia pediu a presença de todos. Demorou um pouco e vocês estavam ansiosos para conhecer o bebê. Quando ela chorou pela primeira vez, você correu e entrou no quarto sem esperar por ninguém. A olhou por um bom tempo sem dizer nada, e quando sua tia o chamou para ve-la, você teve medo, pois disse que nunca queria machuca-la. Charles veio em seguida, subiu na cama e a acariciou, disse que cuidaria dela para sempre. Depois Isa logo se mostrou decidida e chorava sempre que queria algo, enquanto todos tentavam acalma-la você olhava sem saber bem o que fazer. Na verdade foi sempre assim, você sempre se afastava quando ela estava por perto por não saber bem como agir, e isso, para você é difícil.
- Só por isso minha mãe disse que nos casariamos, por que não sei agir perto dela? Isso é bobagem pai.
- Bem, ela disse algo sobre você ter medo dos seus sentimentos e não dela, algo do tipo. E saiba filho, as mulheres têm algum tipo de sentido, ou sensação que nós não temos.
John refletiu sobre aquilo, era difícil dizer se concordava ou não, mas no final, talvez tivesse algum sentido.
![](https://img.wattpad.com/cover/222361026-288-k814086.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma escolha e nada mais
RomantizmPara Lady Isabela Winton Grayson, parecer uma jovem delicada e tímida nunca foi fácil. Sentia em seu coração a necessidade de falar e de ser ouvida constantemente, e geralmente conseguia se safar das consequências de sua língua devido a influência d...