Capítulo 23 - Chegando a hora

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- Acho que tenho que ir. - ela respirou fundo - Preciso tomar um banho e tentar preparar minha cabeça um pouco antes de encontrar o Renato.

- Você tem certeza de que não quer fazer isso aqui? Eu posso ficar com você o tempo todo, pra não te deixar perder a calma.

- Ah, amor. Seria ótimo. Mas eu acho que realmente preciso de um tempo sozinha para acertar as ideias. - ela prosseguiu - E com você do meu lado, eu não consigo pensar em nada além de me aproveitar de você.

- Me desculpe por isso. - eu disse sorrindo - Mas, então, pelo menos o banho? Eu juro que me comporto.

- Esta até que não é uma má ideia. Vamos...

Entramos no banho e percebi que a cada minuto que passava, aquela mulher estava mais tensa. Abracei-a, forte, debaixo do chuveiro e disse em seu ouvido:

- Vai ficar tudo bem, meu amor, você vai ver... Não se preocupa, tá?

- Obrigada por toda essa força que você me dá, amor, às vezes mesmo sem saber. Se não fosse por você eu já teria desistido. Ou talvez nem teria começado.

- Poxa, lindinha. Eu só quero que você seja feliz, vá atrás do que te cause felicidade. Só isso.

- Eu já estou frente a frente com a felicidade em pessoa. - disse sorrindo - Mas agora vamos, já estou ficando sem tempo.

Quando a deixei sair pela porta, meu coração ficou apertado, sabendo que aquilo seria um sofrimento pra ela, e que eu não poderia fazer mais nada.

Subi ao meu quarto de novo e peguei meu celular que tinha algumas mensagens. Quando cheguei em uma mensagem do Pedro, me assustei:

Pedro:

Oi, Rafa

Olha, pouco antes do fim do intervalo a Dona Lúcia veio aqui procurar por você, e eu disse que já tinha saído.

Ela não falou o que queria, mas logo em seguida perguntou sobre a Gizelly também

Achei que deveria te contar, mas não comenta nada ainda com a Gi, deixa pra depois que ela resolver as coisas com o Renato.

Rafaella:

Peeeedro, como assim?

Eu não acredito que aquela vaca foi mesmo falar sobre nós duas, OMG.

Pode deixar, eu não vou falar nada. Já tô surtando por nós duas.

Comecei a rever todos os nossos passos, a fim de descobrir quando foi que a Elaine pode ter visto ou ouvido algo, e mesmo assim a incógnita se manteve. Eu precisava desabafar com alguém.

Rafaella:

Oi Gu. Tá livre hoje?

Gustavo:

Oi, Rafa! Pra você eu tô sim haha

Rafaella:

Ótimo então, migo. Vem aqui pra casa quando puder, tenho muita coisa pra contar.

Passaram só uns 30 minutos e o Gu apareceu na minha porta, animado pelas novidades que eu contaria.

- E cadê sua namoradinha? Pensei que iria conhece-la hoje.

- Neste momento deve estar em casa se preparando para encontrar com o noivo.

- O quê? Como assim, esse cara resolveu aparecer aqui do nada?

- Exato. Quando ela disse que ia passar o fim de semana lá pois precisavam conversar, ele fez questão de vir pra cá. 

- Ai, Rafa, isso não tá me cheirando bem não.

- Nem fala, mas eu já disse pra ela que estarei atenta a noite toda, caso ela precise de algo.

- Tá certa. - ele pensou um pouco - EU JÁ SEI! Em vez de ficarmos aqui, por que não vamos para algum lugar mais perto de onde ela estará? Assim ficamos mais atentos ainda.

- Nossa, Gu. Você é um gênio. Ela vai jantar no Fiorentino, e logo a frente tem um barzinho que eu sempre quis conhecer.

- Então estamos esperando o quê? Se veste e vamos.

Subi correndo e me troquei. Mandei mensagem para a Gizelly, contando da ideia que o Gustavo teve e ela achou que não precisávamos nos preocupar desta forma, mas que seria bom saber que eu estaria mais perto. Perfeito!

Peguei minhas coisas, entramos no carro e saímos em direção ao bar que iríamos.

Sentamos na posição mais estratégica que conseguimos, a fim de tentar perceber quando eles entrassem no restaurante. Como ainda era um pouco cedo e o bar estava recém-aberto, não foi difícil: ficamos colados na parede de vidro que dava de frente para a porta principal do restaurante.

Gi mandou uma mensagem dizendo que já estava no estacionamento ali em frente, mas que Renato avisou que estava cerca de uns 20 minutos da entrada da cidade. Pedi para que ela me mantivesse informada de tudo que pudesse.

Enquanto isso, eu e Gu pedimos algumas cervejas, conversamos um pouco sobre coisas banais e eu lembrei que tinha muito mais para contar sobre esta história.

Expliquei todo o background que envolvia o ódio de Lane por Gizelly, contei como ela estava sendo uma tremenda ridícula toda vez que cruzava com Gizelly e, agora, comigo.

- Nossa, que mulher irritante. O boy não aguenta ver uma mulher mais bonita que ela e a culpa é da mulher bonita?

- Pensei a mesma coisa. A Gizelly nunca daria em cima do namorado da amiga dela, não merecia este tratamento.

- Se essa Elaine soubesse que a Gizelly tá na sua agora, talvez este ciúme e desconfiança diminuíssem.

- Aí é que tá, Gu. Ontem ela deu uma indireta enquanto eu e a Gi conversávamos. E hoje chegou na sala dizendo que estava conversando com a diretora.

- Não creio. Ela não seria capaz disso.

- Também pensei que não, até que hoje a tarde li a mensagem de um colega nosso, dizendo que a diretora procurou por nós duas depois que saímos.

- Filha da mãe!! E agora, o que vocês vão fazer?

- Eu ainda nem sei. Ainda não pude contar pra Gi pra não deixar sua cabeça ainda mais atolada. E tampouco pude pensar numa solução sozinha.

- Bem que dizem, amiga, nem tudo é perfeito... Este relacionamento que parecia um sonho, agora tá aí cheio de obstáculos pra superar.

- Mas não deixa de ser um sonho... - falei divagando um pouco.

Gizelly:

Ele acabou de chegar, está estacionando aqui. Depois conversamos, amor.

- Boa sorte, lindinha - digitei e enviei.

Irrevogável AtraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora