Capítulo 35 - A viagem

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— Achei que não vinha mais! — Gizelly comentou, ao me ver aproximando — Por que uma aluna do 2º ano, em vez de sair correndo como os outros rumo ao feriado, estava perdendo esse tempo conversando com a professora?

— É uma longa história, que, por sinal, você precisa saber urgentemente. E obrigada por insinuar que eu sou perda de tempo — fingi uma leve irritação, mas não durou muito, não sei conter meu sorriso bobo por ela.

Depois de pegar minhas coisas na sala, fomos em direção aos carros.

— Bom, nos encontramos lá em casa — eu disse, abrindo a porta do meu carro, enquanto ela continuava a caminhar para o dela.

Eu, na verdade, iria pra casa somente para pegar minhas coisas e deixar meu carro. Depois iríamos comprar algumas últimas coisas para a viagem e aguardar em seu apartamento a hora de irmos.

Já na volta, em seu carro, comecei:

— Estou eu terminando a aula quando, depois de receber um elogio, ouço um aluno dizendo que VOCÊ — frisei — ficaria furiosa ouvindo o outro "me cantando".

— Quem é que estava te cantando? — perguntou atenta.

— Ninguém, amor. O menino só disse que eu era a melhor professora que eles tinham — falei rindo — vou fazer o quê?

— Ah é?? Preciso ter uma conversa com estes traidores. — respondeu também aos risos — Mas prossiga...

— Enfim... A Luiza veio me pedir desculpas pelo comentário que fizeram, disse que os alunos nos respeitam e tudo isso. Aí, quando perguntei sobre como foi que eles souberam sobre nós... Bom, adivinha, vai...

— Ah não, Rafa!

— Pois é. A Luiza ficou toda sem graça de me contar, mas disse que a Elaine contou "sem querer" — fiz aspas com os dedos — no meio de uma conversa qualquer.

— Não dá pra acreditar. Ela é uma cínica! Faz isso pra que o assunto vire polêmica e acabem por, sei lá, me demitir daquela escola.

— Ela ainda vai pagar por isso. Mas agora, vamos deixar pra lá e foco no feriadão!

Depois de almoçarmos e fazermos algumas compras, fomos para o apartamento esperar os meninos. O Gu sairia do trabalho às 14h30 e nós já partiríamos, para não pegarmos o grande trânsito que teria no fim da tarde. Iríamos a uma praia de Santa Catarina, e a ansiedade já estava nos matando.

*************

Às 15h em ponto já estávamos nós três, eu, Gi e Pedro, aguardando, no carro, Gustavo terminar seu banho e sair.

— Desculpa a demora, gente. — disse ele entrando no carro — Agora vamos a la playa.

Estávamos no carro da Gi — óbvio — aquela mulher gostava tanto de estar no domínio de tudo que não quis nem cogitar irmos com o meu ou o do Pedro, já foi alegando que o seu carro tinha mais espaço e encerrando o assunto.

— Ahhh, finalmente um feriado pra esfriar nossas cabeças. — comentou o Pedro — Agora vamos esquecer Elaine, escola, tudo... A partir de agora é só curtir!

Durante o caminho, estávamos super animados, cantando e curtindo a estrada que, ainda bem, estava super tranquila.

Ao chegarmos na casa dos meus pais, já apresentei aos meninos os quartos que eles poderiam escolher e puxei Gizelly para o meu. Deixamos nossas coisas no pequeno sofá que ali estava e largamos nossos corpos na cama.

— Está cansada, minha princesa?

— Não muito, amor. Quer dizer, dirigir por este tempo sem parar é meio exaustivo, mas estou bem. Só preciso de uns 15 minutos aqui agarradinha contigo e já ficarei 100%. — respondeu, depositando vários beijos em meus lábios.

Fiquei ali deitada, acariciando seus cabelos enquanto ela repousava sua cabeça em meu peito e cochilava. Havíamos combinado com os garotos de sair para jantar mais tarde, então não poderia perder a noção do tempo.

Enquanto Gizelly descansava, eu já estava tendo devaneios sobre o jantar, lá havia um restaurante que eu amava, e não via a hora de levar a Gi pra conhecer também, de tão maravilhoso que era.

Aos poucos, aquela bela mulher nos meus braços foi se despertando e fomos tomar um banho para jantar. Saímos e fomos ao restaurante que eu amava, os três ficaram encantados com o ambiente e, depois que a comida chegou, viraram fãs, assim como eu.

— Este restaurante é incrível mesmo, amor — comentou Gi, entre mastigadas.

— Eu não disse? Tenho bom gosto!

— Concordo, a comida está ótima, acrescentou Pedro — não é Gu? — indagou meu amigo, que concordou imediatamente.

E, assim como começou, a noite acabou muito agradável. Combinamos que, no dia seguinte, logo pela manhã, iriamos pra areia para aproveitar o sol e o mar.

Eu e Gi nos deitamos abraçadas e ficamos assim, trocando carinhos até pegar no sono. Eu só conseguia agradecer por aquele momento. Por estar naquele lugar agradável, com amigos queridos, mas, principalmente, com aquela mulher maravilhosa comigo.

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