Segredos

667 127 88
                                    

SURPRESA!!!

Minha ansiedade bateu e antecipei o capítulo!

Hoje vamos reencontrar uma pessoa muito especial de "Cavaleiros da Noite", que vocês conheceram bem pequenininho...

---

Jeremy Winter havia sondado a possibilidade da tia de Martine falar alguma coisa em inglês, mas Christian insistiu na presença do tradutor.

No entanto, nenhum dos três imaginaria uma reação tão distinta do esperado quando a jovem abriu a porta. Especialmente para Christian, todas as informações e inferências que ele tinha sobre Rosa Williams implodiam a cada instante – e ele odiava ter dúvidas sobre qualquer coisa, ou alguém.

Quando ele encarou a jovem, em seu olhar não havia surpresa ou temor, e sim uma raiva, um ódio imenso, que até mesmo o tradutor sentiu e deu um passo para trás.

Em inglês, ela prosseguiu rapidamente, uma saraivada de frases que surpreendeu os três visitantes – e Jeremy notou o inglês com forte sotaque britânico que ela tinha:

- Acho que é tarde demais para algum de vocês dar as caras aqui, quem é o pai? – olhou para os três e viu o mais alto, de terno e gravata, e reconheceu o formato do rosto dele em Martine.

Apontou para Christian.

- Você chegou com dez anos de atraso, e Martinha não precisa de você!

- Essa menina é minha filha, e eu tenho direitos sobre ela. Bem mais do que a tia adotiva, creio eu.

Tanto Jeremy quanto o tradutor olharam para Christian com incredulidade. Aquele não era o tipo de resposta a ser dada para alguém que sofreu com rejeição por ser abandonada quando era pequena.

E a tréplica de Rosa foi surpreendente até para a jovem.

Um tapa deixou o rosto de Christian vermelho, Sua mão tremeu com a força empregada, muito distante da jovem afável e tranquila que ela sempre fora. Mas existiam algumas coisas que eram fora de discussão – uma delas eram os laços que a uniam a Martinha. Ela era tia da menina, irmã de Juliete e filha de D. Grace.

- Bastardo miserável. Nunca vou deixar que você tenha qualquer relação com minha sobrinha, se é esse o tipo de referência que quer passar.

Fechou a porta na cara dos três, para o susto de Martinha, que correu até a sala, segurando o material de mergulho.

- Tia, escolhi... O que aconteceu?

Rosa procurava ar, mas não conseguia. Sentiu-se sufocada, aquilo não poderia estar acontecendo. Nunca explodiu com ninguém, mas em alguns segundos, a interação com o suposto ("esse homem não pode ser pai de Martinha, nem pensar!") pai da menina a fizera perder completamente a paciência e o equilíbrio que sempre lhe foram comuns.

- Nada, meu amor, nada... Me dê um abraço, Martinha...

A menina correu de braços abertos, sem saber o que acontecia, mas preocupada com a tia. Havia ouvido vozes alteradas, mas não quis ver o que era – os vizinhos às vezes falavam alto e tocavam música no volume tão alto que ela não conseguia ouvir as músicas no celular, então sua tia poderia ter reclamado com eles, e por isso estava estressada.

- A gente vai na praia, tia?

- Sim... Sim, meu amor, vamos só fazer uma horinha aqui e depois a gente vai, certo?

Rosa não desejava cruzar com aquela gente, porque imaginava que eles a estariam cercando, exigindo que ela lhes entregasse Martinha. "Depois de dez anos esse babaca aparece querendo uma filha que recusou? E ainda diz que eu não tenho direito por ser a... Quem é ele para acreditar que só porque ele colocou um esperma tem mais direito que eu que eduquei, ajudei com as primeiras letras, cuidei de toda febre, dei valores e limites? Só por que ele é rico? Não... Eu não vou deixar que esse babaca chegue perto de Martinha! Há dez anos ele tinha direito, mas agora não! Nunca!"

Segredos de FamíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora