17. Epílogo - Orgulho Quebrado. Eu te amo.

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Faziam exatamente três dias desde que Layla tinha ido embora da casa de Harry, a relação que ela tinha com os pais era completamente monótona e sem uma gota de sentimentos. Tony e Margie sabiam que tinham errado, mas doía saber que Layla os via como dois monstros. Dentro dessas setenta e duas horas Layla mal saiu do quarto, e se saiu era para comer algo ou aguar a rosa que tinha ganhado de Beth - a qual ela plantou no terreno atrás da casa perto de outras flores - e todo esse processo não durava mais de quinze ou vinte minutos. Nos momentos em que ela deitava a cabeça no travesseiro a imagem de Harry vinha a sua mente e constantemente as lágrimas transbordavam dos olhos. Pensar em Harry tomava cerca de vinte e quatro horas do seu dia e o apertar do peito aumentava a cada segundo. Era uma manhã de terça quando Tony e Beth decidiram mais uma vez tentar conversar com Layla.

- Layla. -ela ouviu sua mãe dizer enquanto batia na porta do seu quarto. Ela não respondeu. Mesmo sem receber uma resposta, os dois entraram. - Será que podemos falar com você?

- Já entraram no meu quarto, então falem de uma vez. -falou se sentando na cama naquela famosa posição de índio.

- Filha nós temos plena consciência de o que fizemos foi errado, mas gostaríamos que você não nos tratasse assim.

- E como vocês queriam ser recebidos? Queriam que eu chegasse aqui e dissesse: ''Mãe, pai eu estou feliz. Porque vocês me venderam a troco de dinheiro, que tal tomarmos um chá e esquecermos-nos de tudo que aconteceu?'' -ela umedeceu os lábios.

- Não assim Layla. Nós queremos que você fale conosco, que almoce e jante com a gente e não ficar aqui sozinha. -Tony se pronunciou levando um olhar furioso da filha.

- Você diz isso agora porque já tem a droga do dinheiro na conta. -ela balançou a cabeça de um lado para o outro. - Vocês não tem a mínima ideia do que eu passei lá. Eu queria fugir, queria sumir, quase me matei e vocês querem que eu seja a mesma de antes? Desculpem, mas não.

- Filha, por favor...

- Não me venham com essa, eu tenho nojo de vocês. E nunca vou perdoá-los pelo o que fizeram comigo. -ela falava sem nenhum pudor, não sentia dó e muito menos vontade de chorar, tudo que existia era raiva e rancor. - Sabe, eu achei que Harry era o vilão de toda essa história, mas na verdade são vocês dois. Era vocês que deviam me proteger, e não me mandarem para as mãos de um homem que eu nem conhecia.

Mesmo o amor que sentia por Harry era grande, ela ainda sentia uma enorme magoa pelo os pais terem feito aquilo com ela. Não negava que sempre foi bem tratada na casa em que ficou, tinha tudo o que queria e o mais importante: Tinha Harry. Mas, no fundo ela ainda não aceitava o fato de ter sido vendida como uma simples mercadoria.

- Vocês não merecem um pingo de clemência. Não merecem nem um ''oi'' da minha parte. -suspirou. - Eu vou morar com a vovó em Manchester.

Tony e Margie deram um passo para trás com a noticia que Layla acabara de contar.

- Eu liguei pra ela ontem a noite, e ela aceitou. -deu um sorriso sarcástico. - Que bom que as minhas malas ainda estão feitas, assim não tenho trabalho de arrumá-las.

- Porque você fez isso sem antes nos consultar? -chorosa Margie se aproximou da cama.

- Sou eu quem deveria fazer essa pergunta. Porque me venderam sem ao menos falarem comigo?

- Layla não diga isso. -Margie pediu, o pai ainda queria acreditar que aquela era a sua pequena Layla, aquela que antes pulava em seu colo e dizia-o que o amava e agora parecia uma mulher sem compaixão.

- Margie. -ele tocou o ombro da esposa. - Se essa é a decisão dela, nós não podemos contestar.

- Mas Tony... -encostou a cabeça no peito do marido. - O que foi que nós fizemos?

Sweet Child O' MineOnde histórias criam vida. Descubra agora