Vibrações Estranhas

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Boquiaberta, Lena observou a cena pela janela. Ao contrário da noite anterior, quando a tivera nos braços em meio à escuridão, Kara se transformara novamente diante de seus olhos, desta vez em plena luz do dia.

Ao vê-la se encaminhar para a irmã, toda feminina em uma calça capri branca e uma camiseta rosa, ela teve novamente um vislumbre da mulher dentro da agente. Kara abraçou a irmã e apoiou a cabeça suavemente em suas costas. Mesmo à distância, pôde enxergar o amor que dividiam.

Agora ela a tocava nos braços, na mão, encostava a cabeça no ombro da irmã... Essa era a verdadeira mulher por trás daquela máscara fria. Essa era Kara Marie.

Sorriu. O nome combinava com ela.

Respirou profundamente. Sentia as mãos coçando de vontade de captar cada movimento seu com a câmera.

Durante toda a noite, havia considerado deixá-la em paz. Ao observar o tipo de mulher na qual ela se transformava quando deixava tudo de lado, entretanto, percebeu que já não importava o que havia dito para si mesmo, nem o que seria melhor para ambas. Simplesmente não conseguiria se fingir de morta.

- Você vai ser minha, Kara... Custe o que custar.

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- Está passando bem? - Kara perguntou, ao ver que os olhos de Lessa estavam vermelhos.

Não passava das seis da manhã, e todos na casa ainda dormiam. Tinha acabado de voltar de sua corrida matinal quando ouviu passos no andar superior e resolveu averiguar. Encontrou Lessa sozinha, no solário, observando o lago.

- Sim, estou bem.

- Acordou cedo.

- Clay foi embora. - Ela fungou. - Olhe para mim, estou um trapo!

- Posso ajudar em alguma coisa?

- Pegue uma xícara de café e me faça companhia.

Apesar de Lessa sempre tentar conversar, Kara conseguia inventar desculpas para não se aproximar demais.

- Não vai trabalhar na próxima hora, está bem? - Lessa insistiu.

- Preciso tomar banho e me trocar antes de começar.

- Por favor!

- Certo. - Kara concordou com um suspiro. Depois de se servir de café, se sentou em uma cadeira diante da segunda-dama. - Lamento que esteja triste com a partida do Sr. Owen, mas posso garantir que nosso pessoal fará o impossível para mantê-lo a salvo.

- Viagens ao exterior são sempre perigosas na função dele.

- O Sr. Owen é um homem prudente, e Tim Jenkin e a equipe estão acostumados a essas viagens.

- Ele prometeu ser cuidadoso.

- Fique tranquila. Eles farão o Sr. Owen usar colete e minimizarão suas atividades.

- O que ele odeia. - Lessa suspirou. - Pensei em pedir que não fosse.

- E então? Nem tentou desta vez?

- Não. Clay queria ir, pois se sente o mentor do que realizaram em relação à criminalidade juvenil no país.

- Assim como a senhora.

- Chegamos a cogitar a minha ida à China... Mas ele estava certo. Costumo ser muito mais centrada, mas a gravidez mexe comigo: me deixa vulnerável. É ligada à família como eu?

- Eu... vou pegar mais café. - Se sentindo desconfortável, Kara se levantou e atravessou a sala. - Perdão, sra. Luthor, mas não faz parte do protocolo...

Perto de Você - KarlenaOnde histórias criam vida. Descubra agora