Olívia acordou quando a caminhonete parou. Ela percebeu que passara a noite com a cabeça no ombro de Ian, dormindo junto a ele, numa viagem sem fim, por estradas esburacadas.
Ele a olhou.
— Chegamos.
— Onde? — perguntou ela, com os olhos turvos.
O motorista abriu a porta. Ian pegou sua mão e a ajudou a sair da caminhonete, toda respingada de lama. Ela sentiu o calor e a força dos dedos dele, e seu olhar, observando-a. Ó chofer entregou a mala discretamente aos empregados que esperavam e desceu a rua, deixando uma nuvem de poeira.
— Bahia. Minha casa de praia — disse ele. — Meu lugar preferido, do mundo inteirinho.
Ela viu uma casa de praia luxuosa e contemporânea, situada num penhasco sobre o Atlântico, cujo perfil se destacava pelo sol nascente alaranjado, ao fundo. Dois andares de vidraças davam vista para as palmeiras e uma linda piscina acima de uma praia privativa, de areia branca.
— Perfeita para uma lua de mel — disse ele, baixinho.
— Lua de mel? — ela hesitou, mas depois de uma noite aconchegada junto ao corpo dele, no banco de trás da caminhonete, ela não conseguia reunir forças para se defender, como fizera mais cedo. — Não — ela tentou dizer, com mais certeza do que sentia. — Isso não vai acontecer.
— Eu posso lhe assegurar. — Ele a olhou de uma forma que a fez se arrepiar. — Você será minha esposa, em todos os sentidos.
Ele a pegou no colo e carregou, entrando pela porta da frente. A luz rosada do amanhecer entrava por todas as janelas, enquanto ele a colocava sobre a cama. Ela ouvia as ondas do mar quebrando, sentia o perfume suave da brisa salgada.
Ele a colocou sobre o colchão e ela sentiu suas mãos por toda parte. Ele pegou seus seios, por dentro do vestido branco de renda.
— Você é minha, Olívia — murmurou ele, junto ao pescoço dela. — E eu sou seu.
— Meu? — disse ela, com a voz falhando, de emoção. — Só meu?
Ele sorriu.
— Enquanto estiver em meus braços, querida — disse ele —, eu sou todo seu.
Uma barganha insignificante, já que ele estava oferecendo sua lealdade por um instante apenas, em troca da dela, por uma vida inteira. Mas, sob seu toque, ela não conseguia protestar contra essa diferença. Ela estava perdida, à deriva pela sensação provocada pelas carícias dele. Cada um de seus nervos gritava de desejo.
Só Ian conseguia fazê-la se sentir daquele jeito.
Seus seios davam a sensação de fartos e pesados quando ele puxou o tecido, sugando um seio, enquanto segurava o outro. Ela resfolegou ruidosamente, enquanto os lábios dele deslizavam para baixo, e a pressão da língua causava explosões de prazer, como as ondas que quebravam na praia, lá fora.
Ele lentamente tirou vestido de Olívia. Ela ficou nua, na cama. Ele tirou a camisa e a calça. Ficou nu diante dela, sob a luz do sol nascente, um Deus grego.
— Você é lindo — Olívia sussurrou, depois corou. Ela, uma mulher casada, que em breve seria mãe de dois filhos, corou diante de tanta impetuosidade!
Ele pareceu surpreso com o elogio. Depois segurou os seios pesados nas mãos.
— E você é magnífica. — Ele foi beijando lentamente, descendo por seu corpo, parando para dar uma lambida sensual em seu umbigo, o que a fez estremecer.
Então, ele parou, olhando para a barriga dela.
— Lamento por tê-la engravidado contra a sua vontade — disse ele, baixinho. — Lamento por tê-la forçado a se casar comigo. E, no entanto... — Ele a olhou nos olhos, e a emoção no rosto dele a fez perder o fôlego. — Eu vejo que não lamento nada.
O coração dela parou, depois começou a bater mais rapidamente. Ele a beijou, deslizando as mãos por seu quadril, pela barriga, na parte interna de suas coxas. Ele a segurava tão vorazmente e, ao mesmo tempo, com tanto carinho que a deixava atordoada.
Mas ele fez mais. Algo que a ameaçou até o seu âmago.
Ian não a tocava como se ela fosse um brinquedo. Ele a tocava como se realmente a amasse.
E aquilo estava causando reações insanas em sua mente. E em seu coração. Cada carícia a seduzia além da cama. Cada movimento ou lambida em sua pele a induzia a voltar a amar Ian. A mergulhar num amor que a deixaria de coração partido, por um marido traidor.
No entanto, ela não conseguia parar...
Ian a puxou para mais perto de seu peito nu, forrado de macios pelos negros. Ela relaxou nos braços dele, se deleitando na sensação de calor e proteção de seus braços.
— Deixe-me amá-la — sussurrou ele.
Ian a empurrou devagarinho contra a cama. Afastando os cabelos de seu rosto, ele tirou o sutiã e a calcinha, beijando cada centímetro de sua pele, enquanto se movia junto a Olívia.
Ela tentou lutar contra o desejo, mas a cada carícia em seu pescoço, nas coxas, na parte de trás dos joelhos, ela se tornava uma escrava de Ian...
O prazer era quase insuportável. Ela não sabia se eram os hormônios da gravidez ou a intensidade do inchaço de seus seios, mas quando ele chupou seus mamilos, ela arqueou o corpo desesperadamente, roçando contra ele. Ele levou a mão até o meio de suas pernas.
Ela deu um grito súbito, ao sentir seus dedos dentro dela, pressionando um dedo grosso, depois dois. Calmamente, como se ele tivesse todo o tempo do mundo, ele acariciava sua umidade escorregadia, e seu corpo inteiro se contraiu, quando ela começou a se contorcer sob seu toque de mestre.
Não. Ela olhava para o ventilador de teto, acima da cama. Não podia deixar que Ian fizesse isso. Uma coisa era se tornar sua esposa, ou até compartilhar sua cama, mas ela não devia se render. Não daquela forma!
Ainda estimulando-a com os dedos, ele a beijou suavemente, no lado interno das coxas. Com a outra mão, ele apertava seu seio.
— Goza para mim — sussurrou ele, com a voz rouca. Ela sacudiu a cabeça, desesperada. Não podia se render novamente. Se o fizesse, ela estaria aceitando muito mais do que prazer. Estaria aceitando seu destino. Ela o amaria totalmente, sem qualquer restrição.
— Sempre tão teimosa — sussurrou ele. — Vamos ver quem ganha.
Ele abaixou a cabeça entre as suas pernas. Ela sentiu o calor de sua respiração entre as coxas, sentiu seus dedos a escancarando. Ela sentiu a língua indo até o âmago de seu ser, primeiro lambendo com a ponta, depois passando a língua inteira. Trêmula, ela não agüentava mais. Remexendo-se embaixo dele, Olívia arqueou as costas e um grito desesperado escapou de seus lábios.
No mesmo instante em que ela gritou, Ian mudou de posição. Encaixando-se no meio de suas pernas, mergulhou dentro dela, numa investida lenta e profunda. Por um instante, ela se sentiu rompendo, mesmo enquanto sentia seu corpo sacudir, com um prazer incontrolável. Depois, ele mergulhou novamente. E a cada investida, ia mais fundo. Ela movia os quadris junto, enquanto ele a penetrava, com força, mais fundo. Para Olívia, o prazer beirava a dor, que a levava ainda mais alto, fazendo com que ela soltasse um grito de rendição que ela mesma não reconheceu como seu.
Ela sentiu os músculos das costas dele se contraindo, sob o seu toque. Ele a penetrou uma última vez e deu um rugido explosivo e triunfante. Depois, desmoronou sobre ela.
Olívia levou alguns minutos para voltar à Terra. E escutava sua respiração ofegante misturada à dele. Sentia o suor escorregadio dos dois corpos. E percebeu, maravilhada, que ele a segurava com força. Como se fosse um bote salva-vidas, e Ian estivesse se afogando.
Olhando mais abaixo, viu a cabeleira preta, o belo rosto pressionado sobre o seu peito nu.
Uma vez, prometera a si mesma que quando crescesse teria um casamento com seu melhor amigo. Seriam iguais. Parceiros.
Isso não tinha nada daqueles sonhos de menina. Não havia nada de celestial nesse casamento. Isso era a Terra. Escura. Quente. Essas eram seduções suarentas, físicas, reais e infernais.
E esse homem... esse príncipe sinistro que roubara todos os aspectos de sua inocência... era o demônio? Ou alguma outra coisa?
Ela poderia ser feliz como sua esposa?
Sabendo que ela o dividiria com outras mulheres? Não.
Mas, se por algum milagre, ele pudesse ser fiel...
— Ian...
Ele subitamente abriu os olhos.
— Os bebês. — Imediatamente, ele rolou para o lado, saindo de cima dela. — Eu os machuquei?
Ela sacudiu a cabeça. Mordendo o lábio, ela hesitou.
— Eu estava pensando...
Será que ela devia perguntar? Você consegue abrir mão de suas outras mulheres e ser fiel somente a mim?
Ele se esticou ao lado dela, na cama imensa, contente e saciado, como um leão bem alimentado.
— Venha dormir comigo. — Devagarinho, ele a puxou de volta a seus braços, para aconchegá-la junto ao peito.
Foi uma sensação boa. Boa demais. Apesar de seu medo e do ciúme por pensar nas outras mulheres de Ian, ela se sentia sonolenta no conforto e segurança de seus braços. E enquanto adormecia, com o dia já claro, ela ouvia o rugir das ondas e o canto dos pássaros, vindos do mar.
E ela sentiu que estava querendo ficar ali, nos braços de Ian, para sempre.
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Baile de amor
RomanceNo sedutor calor do Carnaval do Rio de Janeiro, Olívia sucumbiu ao charme de seu carismático chefe, Ian Lima. No entanto, depois de possuí-la, o bilionário brasileiro não a quis mais... até descobrir que ela estava grávida. E Ian não aceitaria nada...