13º: LÁGRIMAS E URGÊNCIAS.

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A porta se abriu. Escancarada por Teseu, revelando a entrada galante com todos os fotógrafos. Me ofereceu a mão ao sair da limusine. Os olhares rapidamente vieram. Deb achou melhor que chegássemos e entrássemos juntos, para criar um burburinho de um novo casal, mas que negássemos tudo veementemente.

— Eva Albuquerque?! — Uma das repórteres chamou-me e fui até ela de braços dados a Teseu. — Uma palavra.

— Claro, querida. — Eu nunca diria isso em uma ocasião comum. Sempre odiei fingir que gosto de entrevistas e atenção de repórteres e paparazzis, e não gosto, então apenas os ignorava. Ou melhor, nem dava a chance de me encontrarem. Foi assim que ganhei a fama de escritora reclusa, solitária e todas essas coisas.

— Foi confirmada sua presença, mas houve uma dúvida se apareceria. Qual a razão de desaparecer da mídia? — Os demais repórteres se uniram a minha frente. Esse é o problema de se isolar, quando surge, todos querem oferecer luz e atenção.

— Estive ocupada com vários assuntos, mas principalmente, estive treinando esse jovem. — Sorte que eu tinha essa desculpa na manga.

— E quem seria? — indagou a mulher com olhos fixados e atentos a presença de Teseu.

— Meu pupilo. É uma revelação oculta, mas vou dar um pequeno spoiler: ele tem uma escrita excepcional! — disse sorrindo à mulher que não aquietou os olhos entre piscadas. Eu devia me parecer assim enquanto o entreolhava da primeira vez que o vi sem camisa, vindo me cumprimentar.

— E você... — disse ela, confusa e obviamente encantada.

— Teseu de Andrada Queiroz — respondeu Teseu em um tom galante.

— Se conhecem há muito tempo?

— Não tanto quanto eu gostaria. — Teseu me fitou com seus belos olhos azuis e sorriso brilhante. — Ela foi uma instrutora maravilhosa e devo muito a ela.

— E essa relação vai além de uma instrução? — indagou uma voz feminina mais atrás. Nesse quesito, mulheres sempre são mais afiadas e incisivas, o que me agrada, na verdade. Não gosto de meias palavras.

— Bom, Eva é muito especial para mim, creio que seja o que deva ser dito. Vamos.

Descruzando de meu braço, Teseu levou a mão sobre minhas costas e me guiou pela passarela até a porta.

— A Deb disse para negarmos, você só deu uma desculpa — disse me sentindo um tanto feliz, para ser sincera.

— Assim foi mais divertido.

Sorri com Teseu e adentramos o belo local.

A Zona Oeste sempre me encantou com suas belas locações, desde os imponentes e modernos prédios vistos de baixo para cima, ou mesmo a majestosa silhueta que se pode ter da Marginal Pinheiros.

O bairro Itaim Bibi é o mais perfeito exemplo disso. Com a toda poderosa Vila Olímpia como marca de seu poder atrativo e os magnânimos prédios corporativos, Itaim Bibi é o reflexo da vontade do ser humano em querer evoluir em sua carreira. Aqui, nesse bairro tão imponente, me encontro dentro de uma das mais belas locações que já tive o prazer de colocar os pés, ou os saltos — melhor dizendo.

Caminhei para dentro da famosa Casa Bibi, local de convenções elegantes. Palacete de reis das artes que aqui surgiram: pintores, fotógrafos, musicistas, escultores.

Um grande salão iluminado por longínquos lustres no teto tão alto. Nas paredes, fracas lâmpadas que climatizam em tons levemente distintos da forte luz prateada dos lustres. Ao fim do salão — que fora posto repartido em algumas paredes de madeira, construídas apenas para esse evento — uma bela e lustrosa escada, quase tão largas quanto o próprio lugar. Estas levam ao andar superior que consiste em apenas duas largas passarelas sustentadas acima das cabeças daqueles que ficam próximos as paredes.

Eva O Fruto do Pecado (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora