16º: ATÉ O FIM DA TEMPESTADE

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Consegui conter Teseu com mais um boquete antes que pudesse avançar em mim. Na teoria ele deveria estar mais fraco depois de eu fazê-lo gozar duas vezes, mas fui eu quem dormiu sobre a luz de seus olhos safíricos. Acordei também abaixo deles. Teseu convenceu minha mãe a esperar um pouco mais e me deixar dormir um pouco.

Levantei e fui tomar um banho após alguns beijos quentes que não resistiu em me dar. Foram apenas duas horas de sono, mas foram o necessário para me dar energia de querer transar com Teseu por um dia inteiro — sem parar. Queria tê-lo debaixo do chuveiro comigo, mas ele preferiu seguir minhas malditas ordens e esperar até estar tudo mais brando.

Me ajeitei em algumas roupas que minha irmã deixa por aqui e cheguei à sala já confusa com a cena que presenciei.

— Mãe? — indaguei a vendo tragar um baseado em uma pose descontraída na poltrona. — Teseu! — gritei em repreensão.

— O que? Eu não tenho nada a ver com isso. — Teseu levantou as mãos, em sinal de rendição.

— Isso é meu, querida — disse minha mãe. — Precisava relaxar um pouco.

— Mãe... — Essa mulher não muda. Crescer com ela foi uma dádiva, e uma tortura.

— Que filha chata — disse assoprando a fumaça entre os dentes, entornando a voz em timbre descontraído. — Não acredito que ela realmente é nossa filha. A Eva contou como eu e o pai dela nos conhecemos?

Sentei ao lado de Teseu que estava sorrindo com toda a situação, como um garoto em um parque de diversões.

— Me disse que seu marido era bem aventureiro. Viajava e curtia a vida ao máximo.

— Não era só ele, meu bem. Eu também era igual, o conheci em uma aula de paraquedismo.

— Como?! — Teseu avançou o torso, olhando para mim e de volta para ela.

— Ele ficou em cima de mim o curso inteiro. Fizemos uma aposta, quem tivesse o melhor pouso no primeiro salto venceria. Se ele vencesse, sairíamos como ele queria. Se eu vencesse, transaríamos uma vez e nunca mais nos veríamos.

— Menos detalhes, mãe — argumentei.

— É a verdade, Eva. Eu ganhei, mas o maldito acabou me convencendo a um encontro, depois outro e outro. — Um sorriso de memórias felizes restauradas se plantou em seu rosto. — Quando me dei conta, já estava completamente perdida de amores por aquele homem. — Ela apagou o cigarro no cinzeiro em um salto para fora da poltrona. — Puta merda, temos que ir. Preciso saber se algo mudou. Vou pegar minha bolsa e já vamos.

Ela se levantou e saiu correndo para o corredor. Teseu buscou um copo com Whisky sobre a mesa.

— Minha futura sogra é incrível — falou ao levantar uma sobrancelha. Meu batimento cardíaco acelerou com a palavra sogra. Corei de imediato antes mesmo que virasse um gole da bebida na boca. Arrastou-se pelo sofá e se aproximou, ainda estava com o Whisky na boca, aproximei meus lábios e ele deixou derramar por entre eles, vindo com sua língua macia e habilidosa em seguida em um beijo regado ao calor ardido e saboroso do álcool. — Isso foi adolescente demais?

— Foi. Mas eu gostei. — Sorri.

— Tenho uma ideia.

— Qual?

— Vai descobrir quando estiver peladinha, implorando para eu te comer.

Se antes eu o provoquei, agora ele está fazendo questão de devolver a tortura. Consigo me ver perfeitamente nua e suplicando por seu pau magnífico.

***

Adentramos o belo e reluzente corredor do hospital direção a quarto designado — que era sufocado pela penumbra de minha mente. Vimos de frente para a porta verde-água o homem em trajes brancos que se foi após trocar duas palavras com minha irmã.

Eva O Fruto do Pecado (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora