18º: LIZIE

38 6 8
                                    


Senti os toques quentes enquanto acordava, me desmanchei em um delicioso grunhido, sentindo os lábios de Teseu passeando por meu rosto e meu pescoço, ocupando minhas costas enquanto deitada com a barriga para a cama. Nua como vim ao mundo.

— Bom dia, coração. — Me poetizou com sua doce voz. Todo carinho vindo de Teseu, era poesia aos meus ouvidos.

— Bom dia, amor — retruquei sentindo sua língua sobre minhas costas, tocando ao longo de minha espinha. Sua boca tocou minha bunda entre alguns beijos e uma leve mordida que me encheu de tesão. — Já quer começar? — questionei.

— Duas agora, duas de noite. Precisamos manter uma constância.

Girei, ficando de barriga para cima e o vendo ajoelhado ao meu lado. Eu ainda senti as dores da noite de sexo despudorado e animalesco que ostentamos madrugada adentro. Minhas coxas pareciam se comprimir e estender com algumas ondas fracas de dor deliciosa de realização, meu traseiro ainda se acostumava a nova sensação, que era desconfortável e prazerosa ao mesmo tempo.

Mas não havia como resistir a Teseu.

Sendo assim, nos embrenhamos em mais uma odisseia sexual indescritível.

***

Escutamos o carro do lado de fora da casa e nos preparamos enquanto minha mãe e minha irmã traziam meu pai consigo. Abrindo a porta, demonstramos em um grito de surpresa uma onda de pessoas que se reuniram por sua volta.

O plano original era um final de tarde com alguns membros da família e amigos, depois um belo jantar. Mas acabou com algum tipo de reunião com algumas dezenas de amigos e familiares. Por sorte a longa sala comportava bem todas aquelas pessoas. O quintal iria ajudar ainda mais, onde preparamos a longa mesa de madeira — tal como o longo banco — com petiscos e bebidas.

Meu pai abriu um sorriso debochado.

— Acham mesmo que eu não descobri isso antes de entrar? Posso sentir o cheiro de uma armação lá da esquina — disse adentrando em vivacidade ímpar. Dominando a sala com alguns apertos de mãos e abraços.

Quando minha mãe e minha irmã disseram que reuniriam amigos, me prontifiquei a estar preparada para testar meu inglês e ver se ainda estava em forma.

Imagine minha decepção quando descobri que ou eram todos de uma pequena comunidade de brasileiros que moravam ali perto, ou sabiam falar português com fluência. Então sabia que meu inglês não seria alvo de críticas por aquele final de tarde e início de noite.

— Pai... — disse abafada sobre seu peito quando me abraçou. Eu sempre me sinto uma garotinha com ele, com seus 1,90 de altura, meu pai é a imagem mais poderosa dentro daquela sala. O que me lembrou de Teseu.

— E o jovem, onde está? — indagou meu pai se afastando. E eu pensava o mesmo, a única pessoa naquela sala que o poder da presença poderia o superar, não estava nem perto da luz dos meus olhos atentos.

— Aqui — respondeu uma voz vinda de um corredor longínquo ao fim da sala e rumo a cozinha. Teseu vinha com uma bandeja munida de duas taças de champanhe. Não tinha muitos adolescentes na festa, o que me deixou curiosa em ver um deles ao lado de Teseu. Ou melhor, uma delas. — Champanhe, Eva.

— Não, obrigado.

— Eu não estava perguntando. — Ele levantou as sobrancelhas.

— Não estava? — retruquei em um sorriso e apanhei uma das taças. Gostava de quando Teseu me dava essas pequenas ordens.

— Ah, aí está ela. — Meu pai abraçou a garota ao lado de Teseu que retribuiu, ostentando um impecável sorriso reluzente. — Há quanto tempo, Elizabeth.

Eva O Fruto do Pecado (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora