9. "Me da só uma chance"

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Terminava de ler as últimas páginas de meu livro favorito, ainda desacreditada que naquela história, o casal principal havia terminado a história sem estarem juntos. Foi um bom final, mas ainda estava desacreditada dos fatos.

— Como foi o primeiro dia de aula? — dei um pulo ao ver Jaebum colocar apenas a cabeça na porta de meu quarto, com um sorriso nos lábios.— Não consegui chegar na hora do almoço, me desculpe. Mas pelo jeito já almoçou...

— Sim, já almocei.— sorri fraco cruzando as pernas em cima da cama, largando meu livro de lado ao ver o rapaz se sentar na borda de minha cama.— Não faz mal, eu sei como deve estar sendo puxado a faculdade.

— Está mesmo....as garotas não saem do meu pé.— rodei os olhos, soltando um riso.— Mas enfim. Como é a escola?

— É grande.— dei de ombros.— Já conheci algumas pessoas que foram legais comigo. Mas não posso mentir que fiquei bem nervosa na minha apresentação. Mas parte da turma, pelo jeito gostou de minha presença.

— Garotos? — suas sobrancelhas franziram, neguei com a cabeça o vendo suspirar, aparentemente aliviado.— Não tenho culpa se nossa genética é boa. É claro que você iria ser bonita, puxando tanto para mim.

   Jaebum era um irmão bem protetor quando se tratava de mim. Acontecimentos anteriores em minha vida o fizeram criar essa barreira em volta de mim e isso era bom, menos quando ele parecia desconfiar demais. Ficava chato daquele jeito.

— Ya, você sabe que um dia eu vou namorar.— dei um tapa em sua nuca, ele murmurou alguns xingamentos por culpa do golpe em sua cabeça.— Você já vai trabalhar?

— Não. Hoje tenho um encontro.— ergueu as sobrancelhas malicioso.— Só que só consigo ir de tarde, o que eu queria mesmo era ter aqueles encontros de noite, que sempre acabam com...

— Shhh....é melhor ficar assim.— coloquei meu indicador sobre meus lábios, indicando silêncio de sua parte. Ele riu alto e se levantou depois de dar dois tapinhas em minha perna.

— Eu posso cancelar, não quero ser ausente com você, sei como isso é .— pareceu um pouco envergonhado ao dizer aquelas palavras, pois coçava a nuca com a mão desocupada.

— Está tudo bem, eu arrumo alguma coisa para fazer.— suspirei confortável, o canto de seus lábios subiram.— Boa sorte com o encontro.

— Obrigada maninha. E lembre-se, não abra para estranhos! Ainda mais se forem garotos. Eles são como lobos famintos! — ele gritou já descendo as escadas, me fazendo rir com aquilo.

Senti meus olhos pesarem ao sentir o frio bater em minhas pernas e me cobrir com o pesado cobertor, fechando as pestanas e em seguida, pegando em um sono pesado.

{***}

— Ei! Volta aqui!— chamei novamente o garoto alto que andava na direção contrária da minha, parecendo querer escapar do assunto.

— Não desiste mesmo, não é? — não conseguia enxergar seu semblante direito. Sempre parecia que uma luminosidade tapava parte de seu rosto, o deixando irreconhecível.

— Me fala. Você é o mesmo Jungkook que mora ao lado da minha casa? O que está sempre me provocando?

Meu corpo paralisou quando o mesmo parou de caminhar, provavelmente virando o rosto de lado já que seus ombros se moveram junto.

Eu nunca consegui olhar diretamente para sua face, ela sempre era iluminada como a claridade que meu subconsciente criava. Quando comecei a sonhar com ele, aos meus quinze anos, o chamava de "menino da luz".

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