10. "Você não é assim, Jungkook"

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O cheiro das flores parecia mais forte naquele lado do parquinho. A maioria das crianças brincavam enquanto Taeji e Eunie conversavam e se distraiam, parecendo se darem muito bem. Enquanto o irmão do garotinho, Jaehyo, de doze anos, estava sentado ao meu lado desenhando.

Os dois foram abandonados pelos pais, a diferença é que Jae se lembra de algumas coisas por ter seis anos na época. Eu o considerava um garoto muito forte. Ambos eram.

— Sua namorada é bonita.— seu comentário me tirou de devaneios, me fazendo rir. A mesma não havia o escutado já que estava mais afastada.

— Ela é.— ignorei algumas de suas palavras, já que na minha opinião não era um detalhe muito surpreendente a ponto de corrigi-lo.

Olhei JiEun por algum tempo. Ela era realmente muito bela, não arrisco dizer que até mais do que já era nos sonhos. Queria poder conquistar a sua confiança, e ser o próximo que receberia um sorriso daqueles. Tão doce e genuíno, que nem uma flor.

Sai de meus pensamentos quando senti seu olhar sobre mim, e sua pequena mão fez um sinal. Ri fraco daquilo. Impressionante como até sendo "boba", continuava linda.

 Impressionante como até sendo "boba", continuava linda

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— Meninos, está na hora do banho.— Senhora Re se aproximou dos dois garotinhos, então me levantei dos bancos que estava sentado. Ao lado do garotinho mais velho.

— Eu acho que já vamos indo, Eunie.— ela concordou com a cabeça, se levantando e ficando ao meu lado.— Nós vamos voltar, eu prometo. — senti a menor ao meu lado cutucar a lateral do abdômen e me olhando feio.— Prometemos.— corrigi, vendo um sorriso satisfeito em seus lábios.

— Prometo que da próxima vez, vou trazer meu boneco do homem de ferro para derrotar o seu do Thanos.— Jieun soltou uma piscadela para Taeji, que abanou a pequena mão com o boneco roxo.

Senti meu peito esquentar com a cena e a fala da garota. Seria muito infantil ou uma enorme coincidência eu estar usando meias do homem de ferro nesse exato momento?!

Terminamos de nos despedir das crianças, seguindo logo para meu carro e adentrando o mesmo. Não posso mentir que a observava vez ou outra durante aquele percurso. Mas era difícil não, apenas o jeito que ela olhava para a estrada, ou dançava só com os pés ao som da música, aquilo era de alguma forma, bom de se ver e ouvir.

Parei o carro em frente á uma sorveteria, descendo do mesmo e abrindo a porta no outro lado, vendo a mesma me olhar confusa.

— Desculpa não perguntar antes, mas quer tomar um sorvete e ir em outro lugar comigo? — cocei a nuca constrangido, não poderia mentir que sentia minhas bochechas quentes.

— Quando se trata de comer, não precisa nem perguntar.— ela segurou em meus ombros para descer do carro.

Fiquei paralisado por alguns segundos. Ela sempre desviava de meus toques, mas agora, ela havia por livre e espontânea vontade, colocado suas mãos em mim e ainda por cima aceitado "sair" comigo.
Mas eu não deveria ficar desse jeito, dessa maneira tão constrangedora. Geralmente faço isso para por fim levar as garotas para minha cama, algo de estranho estava acontecendo, não tinha aquelas intenções no momento.

Então, prometo para mim mesmo que vou parar de pensar nisso. Preciso apenas descobrir os significados de meus sonhos e depois, é só me afastar novamente como se ela nunca houvesse existido.

— Você vem? — sua voz me tirou dos devaneios.

— Já vou.— forcei um sorriso, a vendo se afastar.— Pare de pensar essas coisas Jeon Jungkook, você não é disso. — dei dois tapas em meu rosto antes de caminhar em sua direção.

{***}

As revistas em quadrinhos eram jogadas em volta de nós, tendo que as empurrar vez ou outra para pegar alguma coisa, ou até mesmo caminhar dentro da grande casa da árvore, que meu pai construiu quando eu tinha quatorze anos. Antes mesmo de começar a sonhar com JiEun, onde os sonhos começaram com quinze.

Observei-a dar mais uma colherada no sorvete que eu não havia terminado de comer. Ela apenas viu que eu não aguentava mais, então pegou para si depois de um pedido de permissão. Mas eu não estava reclamando daquilo, pelo contrário, achei fofo. Percebi que o canto de seu lábio estava sujo da massa gelada, então a cutuquei com meu pé algumas vezes.

— Ei, Eunie.— a chamei pelo apelido que eu mesmo dei, mas ela me ignorou completamente. Errei a mira de uma bolinha de papel e então, a cutuquei mais uma vez.

— Hum? — ela murmurou, ainda com os olhos grudados em um mangá do naruto.

— Você se lambuzou de sorvete.— ri fraco, ela limpou seus lábios, mais ainda mantinham-se aqueles vestígios.— É no outro lado.

— Mas que saco...— passou novamente as costas da mão sobre o lado errado, então me aproximei da mesma.

Levei meu polegar até o canto de seus lábios, passando sobre a massa gelada e saborizada que ainda havia ali, levando em meus lábios e em seguida chupando meu dedo lambuzado.

Apenas percebi o quão próximos estávamos, e o quão erótica aquela cena havia ficado, quando vi a menina em minha frente com os lábios levemente entreabertos e os olhos arregalados. Suas bochechas estavam vermelhas o que a deixava adorável, e estranhamente senti as minhas ficarem da mesma maneira. O meu sangue naquele dia, estava subindo demais para a a cabeça.

— O-obrigada pelo passeio Jungkook.— Ela se levantou rapidamente, recolhendo suas coisas em seu colo.— Até aman-

Antes que pudesse terminar sua frase, a mesma escorrega em um dos livrinhos em quadrinhos, caindo. Só fui perceber que foi por cima de mim, quando abri meus olhos sentindo seu peso em meu peito.

Suas mãos estavam em meu peitoral, nos mantendo em uma distância torturante. Não pude evitar de tirar uma mecha de seu cabelo que caia sobre seu rosto, a colocando atrás da orelha.
Sentia seu aroma bater contra meu corpo, me permitindo de sentir o seu cheiro adocicado, mas não enjoativo.

Nossos olhos estavam cravados uns nos outros, e os lábios não estavam mantendo tanta distância como deveriam.

Sai daquele transe e ela pelo jeito também, quando piscou algumas vezes e novamente se levantou com agilidade, porém mais cuidado.

— Nós nos vemos amanhã na escola.— ela comentou muito rápido, quase não dando pra entender.

— Quer dizer então que vai falar comigo?

— Não. Apenas se precisarmos.— revirei meus olhos risonho, observando seu rosto sumir ao descer as escadas da casa da árvore.

Naquele dia, realmente foi difícil não relembrar a cena com um sorriso a cada segundo. Mas tinha que lembrar também: apenas descobrir o motivo, e depois, cair fora.

***
Eaí, como estão? Espero que bem.
Se cuidem, bebam muita água.

O que será que rolou, foi um clima?
Até a próxima!
XOXO
❤️

Genuine - J.j.kOnde histórias criam vida. Descubra agora