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30. "Amando".

Eu já sentia meus pés doerem enquanto continuava a subir a montanha, um pouco mais atrás do restante dos meninos e da prima de Hoseok.
JiEun também estava logo um pouco atrás de mim, então parei por alguns segundos para pegar em sua mão.

Não posso mentir que eu havia percebido que ela estava um pouco estranha depois que saímos da cabana. Parecia não querer conversar muito, nem ao menos me dar um pouquinho de atenção, que era o que eu mais queria.

Peguei em sua pequena mão gelada, a vendo me olhar recuando um pouco. Franzi meu cenho, até que ela apenas aceitou o toque e entrelacei nossos dedos. Era fofo o modo que sua mãozinha encaixava perfeitamente com a minha, que era maior.

— O que aconteceu? Está cansada? — indaguei, vendo ela ainda com o semblante baixo.— Eunie?

— Não. Está tudo bem.— respondeu um pouco fria, me causando um certo desconforto.

Senti meu celular vibrar em meu bolso pela vigésima terceira vez naquele dia, com o nome de Aisha. Não aguentava mais sua voz, suas ligações e o jeito que ela era em si. Eu sei que ela apenas queria me chamar de "oppa" e pedir aonde eu estava.

— Não vai atender? — JiEun não ponderou em perguntar, com o seu tom de voz um pouco estranho.

— Não é ninguém.— respondi, enquanto ainda segurava sua pequena mão. Percebi que ele não caminhava mais, quando se manteve no mesmo lugar.

— Jungkook, eu sei que era Aisha.

Suspirei fundo com sua resposta, fazendo um sinal para Hoseok que nos encarou preocupado, continuar caminhando com os meninos. Já que em seguida os acompanharia.

— Por que está mentindo sobre isso? — perguntou, me olhando nos olhos. Eles transmitiam uma tristeza questionável, mas não o fiz. Apenas segurei em suas duas mãos, a fazendo ficar parada de frente para mim.

— Porque eu não quero que você pense que eu e Aisha ainda temos algo.— falei, percebendo que agora, sua atenção era minha.— Ou...que eu sinta algo por ela.

Eunie ficou em silêncio por alguns instantes, pelo visto processando minhas palavras em sua mente.
Um suspiro fraco foi audível quando ela soou, demonstrando que ela ainda estava incomodada com alguma coisa.

— Eu só não quero sair machucada disso.— apontou para nós dois, não sabendo muito definir o que nós tínhamos. Se bem que nem eu mesmo sabia.

— Me desculpe se o que estou fazendo, está lhe machucando.— senti meu peito apertar com minhas próprias palavras, então abracei o corpo da menor.

— Kook, não é você que está me machucando. É meu pensamento de estar te incomodando, fazendo tantas perguntas.— ri fraco, com minhas próprias mãos, pegando em seus braços e os erguendo em meu tronco, fazendo-a  me abraçar também.

— Você nunca me incomodaria, Eunie.— susupirei apoiando meu queixo no topo de sua cabeça, também a ouvindo rir fraco.— Mas pode ter certeza de que meus planos daqui para a frente, são com outra pessoa, não Aisha. Mas sim, com a pessoa por quem eu realmente estou apaixonado. E isso, eu prometo de mindinho.

Eu conseguia sentir ela tensa entre meus braços, então a afastei com calma, olhando em seus olhos enquanto ainda tinha minhas mãos nas suas.

— Essa pessoa é sortuda.— respondeu, se fazendo de difícil. Tentando conter um riso que queria escapar por seus lábios, fazendo meu coração bater mais forte ainda.

— Você é inacreditável JiEun.— Ri antes de puxar sua nuca com calmaria, juntando nossos lábios em um beijo calmo porém, necessitado.

Foi naquele momento que eu percebi, que necessitava realmente do toque dela. Da textura fofinha e do sabor doce de seus lábios avermelhados e cheinhos. De qualquer coisa que a envolvesse em meus planos do presente, e do futuro.

Essa era a primeira vez que eu sentia aquilo sobre estar com alguma garota. Algo que eu senti que seria duradouro desde o primeiro toque, naquela balada ao a ajudar a juntar os cacos de vidro do chão.

Parecia, que JiEun conseguiu repor meus pensamentos no lugar, e juntar os cacos deixados por Aisha na minha vida. Os quais me fizeram eu me sentir um monstro por tudo que deixei passar.
Como se Eunie fizesse com que eu estivesse em um recomeço. Uma pessoa melhor.

— Pessoal! Olhem! — a voz de Namjoon se fez presente no lugar, chamando a atenção de todos que já se sentavam em alguns bancos espalhados no topo da montanha.

Quando me virei para trás, vi uma cena inacreditavelmente linda. Uma aurora boreal circundava o céu negro, em uma coloração esverdeada e um pouco lilás.

Senti um aperto em minha mão e quando ergui meu olhar, vislumbrei JiEun com um sorriso singelo nos lábios. Ela me puxou pelo resto do caminho até o banco, se sentando e me puxando para sentar ao seu lado, enquanto o resto do pessoal terminava de se acomodar no grande acento amadeirado em formato de meia-lua.

Eunie olhava para o céu com os olhos brilhantes, enquanto os primeiros flocos de neve começavam a cair. Parecia que a cada dia que se passava ao seu lado, algo mais intenso atingia meu peito.

Parecia que meu estado de paixonite já havia se passado para outra etapa. Eu nunca havia sentido nada tão forte quanto eu sentia por Eunie, aquele sentimento de estarmos realmente conectados era algo que eu achava uma baboseira. Tudo me indica, que eu estou não apenas totalmente apaixonado, mas sim, amando JiEun.

— É tão linda...— ela murmurou, enquanto ainda admirava a vista.

Já eu, só conseguia a admirar.

{***}

Todos já estavam em seus quartos dormindo, tanto que eu continuava sozinho naquele cômodo. SeokJin provavelmente dormiria mais uma noite no quarto dos garotos, e Taehyung, já estava deitado na cama de Nam-Ja. Provavelmente com a menina em seu lado, já que Eunie havia ido para a cozinha naquele meio tempo.

JiEun segurava suas roupas em seus braços enquanto caminhava silenciosamente pelo corredor, sem perceber que eu estava encostado na porta do meu quarto, apenas a observando. Como estava bem escuro, ela não desceria as escadas para ir no andar debaixo.

Segurei em sua cintura enquanto ela passava por mim, a puxando para dentro do quarto e ligando a luz. Soltei um riso abafado para não acordar ninguém, enquanto observava sua feição surpresa.

— Ei! E se eu pensasse em gritar? — murmurou com as sobrancelhas franzidas.

— Mas você só pensaria.— pisquei, sorrindo ladino enquanto a observava revirar seus olhos.— O que está fazendo com essas roupas?

— Eu peguei apenas uma calça moletom e roupas íntimas, percebi que esqueci o resto e quando fui buscar, meu quarto já estava trancado.— deu de ombros, parecendo não se importar muito.— Jung, se não for incômodo, posso tomar banho aqui?

— Já disse que você nunca seria incômodo, gatinha.

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Oioi, como estão? Espero que bem!

Mais um episódio de Genuine. Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo!
XOXO
❤️